Estudantes pedem anulação de peça da OAB: 'sonho por água abaixo'

Professor e examinandos criticam a FGV por aplicar questão sem respaldo legal; "foi uma pegadinha, não uma prova", desabafa candidato

Por João Tramm.

Candidatos que prestaram a 2ª fase do 43º Exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) denunciam que estão vivendo dias de medo, ansiedade e incerteza. O motivo é a peça prático-profissional aplicada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), que, segundo especialistas e estudantes, não tem previsão legal conforme exigido no edital — o que pode resultar na anulação da questão.

“Estamos extremamente tristes. Fizemos toda a preparação, estudamos e demos nosso máximo. Chegando lá, encontramos uma pegadinha, não uma prova”, desabafa o estudante Alberto Mateus em entrevista ao Aratu On. “Estão sendo dias terríveis, todos preocupados, noites sem dormir, em meio ao silêncio da banca da FGV.”

Estudantes pedem anulação de peça da OAB: 'sonho por água abaixo'; Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O sentimento de frustração é generalizado. Para muitos, o exame é mais que uma prova: é a porta de entrada para a realização de um sonho de vida. “A carteira é tudo, é um sonho, um orgulho para dar para minha mãe, meus filhos e minha família. Sempre sonhei em ser advogado, e hoje vejo isso sendo jogado por água abaixo. Mas ainda tenho esperança de que o Conselho da Ordem irá se posicionar pela anulação da peça”, completa Alberto.

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Anulação: especialista denuncia violação ao edital

Além do abalo emocional, há críticas técnicas à elaboração da prova. O advogado trabalhista e professor Diego Oliveira, do curso Cejas, aponta que a FGV teria infringido o próprio edital ao aplicar uma peça sem respaldo legal. “No edital, consta que só será cobrada uma peça com previsão legal. O que aconteceu foi que os alunos se depararam com uma peça que não tem essa previsão. Essa é a primeira violação”, explica.

Segundo ele, a situação se agravou depois da aplicação. “A banca, então, flexibilizou e passou a admitir uma segunda peça como resposta. Só que o edital determina uma única peça cabível. Essa alteração posterior é a segunda violação. Por isso, a medida mais justa é a anulação da peça e a redistribuição dos pontos para todos os candidatos.”

Caso a FGV mantenha sua posição e não anule a questão, já se cogita a abertura de recursos administrativos e até ações judiciais. “Se não houver correção por parte da banca, muitas ações judiciais serão ajuizadas em todo o Brasil. Tenho certeza disso”, afirmou Diego.

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