Dono de ferro-velho do qual jovens sumiram pode entrar na lista da Interpol
Paulo Daniel, de 23 anos, e Matusalém Silva Muniz, de 25, foram vistos pela última vez no dia 4 de novembro
Dono do ferro velho em Pirajá, Salvador, do qual dois funcionários desapareceram, Marcelo Batista da Silva pode entrar na lista da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). O nome dele, contudo, ainda não consta dos procurados.
Batista é considerado foragido da Justiça desde o dia 11 de novembro, quando teve a prisão preventiva decretada por ser o principal suspeito do desaparecimento dos jovens Paulo Daniel, de 23 anos, e Matusalém Silva Muniz, de 25.
Relembre o caso
Paulo Daniel desapareceu no último dia 4 de novembro, após sair para trabalhar no ferro-velho. De acordo com a mãe da vítima, identificada como Marineide Pereira, Marcelo Batista confirmou que Paulo chegou para trabalhar no dia em que sumiu, mas foi embora logo em seguida. Antes do ocorrido, o empresário chegou a acusar Paulo Daniel de roubo, mas não prestou queixa.
Além dele, outro funcionário do ferro-velho, Matusalém Silva Muniz, também foi identificado como desaparecido. Conforme relatos enviados para a equipe de jornalismo da TV Aratu, ele também desapareceu no mesmo dia, após sair do trabalho para almoçar na região.
No dia seguinte ao desaparecimento (5 de novembro), o Corpo de Bombeiros iniciou as buscas pelos rapazes. Foram usados cães farejadores no terreno do ferro-velho, confirmando que Paulo e Matusalém estiveram no local. Uma meia e um tênis de Paulo também foram encontrados no local.
No dia 17 de dezembro, dois policiais militares foram presos suspeitos de envolvimento no desaparecimento dos jovens.
Como funciona a Interpol*
A Interpol é composta pela Secretaria Geral, Escritório Central Nacional (BCN) e Assembleia Geral, que conecta todos os seus países membros (atualmente 194) por meio de um sistema de comunicação chamado I-24/7. Por se tratar de uma organização global, permite a cooperação entre seus pares, mesmo que os países não possuam relações diplomáticas.
O Brasil é membro da Interpol desde 1986, com Escritório Central Nacional sediado em Brasília, no Departamento de Polícia Federal, o qual faz parte da unidade de Coordenação Geral de Cooperação Internacional. Existe, no entanto, um BCN em cada estado brasileiro.
Atuação
Imagine que um criminoso procurado fuja de seu país. O escritório central nacional daquele lugar incluirá o nome e as informações necessárias sobre o fugitivo, na chamada “difusão vermelha”, que nada mais é do que uma lista que circula pelos computadores da INTERPOL de todos os seus 194 membros filiados.
Uma vez localizado o foragido, o país que o capturou entra em contato com a nação que o procurava e aguarda que lhe seja apresentado um pedido de prisão, caso ainda não exista.
Sendo aceito o pedido de prisão, cabe ao país do criminoso solicitar o processo de extradição à justiça da nação que efetuou a prisão.
Concedida a extradição, os agentes da INTERPOL do país solicitante cuidam da operação de transporte e entrega do criminoso à Polícia Federal local.
Tal procedimento pode ser utilizado para qualquer crime. Porém, a polícia internacional tem como foco combater e prevenir as seguintes infrações penais: corrupção; moeda e documentos falsos; crimes contra a criança; crimes contra o patrimônio cultural; cibercrimes, tráfico de drogas; crime ambiental; crime financeiro; tráfico de arma de fogo; tráfico de pessoas; bens ilícitos; crimes marítimos; crime organizado; terrorismo; crimes de guerra e crime veicular.
*Com informações do JusBrasil
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