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Alto das Pombas e Calabar: entenda briga interna de facção que provocou disputa pelo poder

Duas facções criminosas, consideradas as maiores da Bahia, estão por trás dos confrontos no Calabar e Alto das Pombas

Por Mateus Xavier

Alto das Pombas e Calabar: entenda briga interna de facção que provocou disputa pelo poderCréditos da foto: Redes Sociais

Nos últimos dias, os bairros do Alto das Pombas e do Calabar foram palcos de trocas de tiros e diversas operações policiais que resultaram na morte de 10 homens e a apreensão de seis fuzis, oito pistolas e três granadas. Uma disputa pelo poder, travada entre facções rivais que lutam pelo controle do tráfico de drogas na região, está por trás do cenário de medo e insegurança. E o mais assustador é que são jovens que estão na linha de frente do combate.


Fontes da segurança pública ouvidas pelo Aratu On apontam que os confrontos armados, que de acordo com as informações oficiais começaram na noite desta segunda (4/9), embora moradores tenham relatado trocas de tiros desde a última sexta-feira (1/9), foram protagonizados por homens com idades entre 18 e 27 anos, originalmente alinhados com uma das principais facções criminosas que atua na capital: o Bonde do Maluco, ou BDM.


Após divergências internas, motivadas por desalinhamentos nas decisões sobre os rumos do comando do tráfico nas localidades, parte destes jovens decidiu mudar de lado. Por conta disso, eles começaram a levantar a bandeira da facção rival, o Comando Vermelho (CV). Com forte atuação no Rio de Janeiro, este grupo criminoso migrou para a Bahia em meados de 2020 e se uniu ao antigo Comando da Paz (CP), assumindo a liderança das operações.


Percebendo a possibilidade de tomar conta de regiões até então dominadas pelos rivais, o Comando Vermelho estaria utilizando desses novos homens recrutados para ocupar os territórios. Estas duas facções rivais, consideradas pelas fontes de Segurança Pública como as maiores na Bahia, estão disputando os pontos de venda de drogas nos bairros.
Ainda conforme informações de fontes ouvidas pelo Aratu On, a polícia, nos últimos dias, tem atuado na tentativa de desarmar estes grupos e impedir que o conflito vitime pessoas inocentes As operações e incursões não têm data para acabar.

TÁTICA DE GUERRILHA 


Ainda conforme apuração, o ataque ocorrido na noite de ontem, onde um homem acabou morto e diversos tiros foram escutados no bairro do Engelho Velho de Brotas, pode ter sido uma tática de uma das facções criminosas envolvidas nos embates dos últimos dias. Essas ofensivas em diversos bairros acontecem para "dispersar" as forças policiais.


A tática, que se assemelha a usada por guerrilheiros em confrontos urbanos, tem como objetivos, também, facilitar a entrada de drogas e armamentos nos territórios ocupados (Alto das Pombas e Calabar). As ações também podem ajudar as facções a facilitarem as fugas de membros importantes de seus grupos, popularmente conhecidos "cabeças", ou, os "01".


Com as autoridades sendo obrigadas a dividir as atenções com outras localidades da capital, os criminosos esperam que o monitoramento nas áreas de disputa diminua, para que eles possam decidir os próximos passos a serem tomados.
SITUAÇÃO ATUAL NO CALABAR E ALTO DAS POMBAS 
Segundo a Secretaria Municipal da Educação (Smed), no bairro de Alto das Pombas e entorno, as escolas Conjunto Assistencial Nossa Senhora de Fátima, Casa da Amizade, Professor Antônio Carlos Onofre, Cidade de Jequié e os Centros Municipais de Educação Infantil Tertuliano de Góis e Calabar tiveram as atividades suspensas.
Nesta quarta-feira (6/9), 1.511 estudantes estão sem aula e o policiamento segue reforçado com a manutenção de rondas ostensivas.
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