Bebê de dois meses morre após passar por lavagens nasais em UPA de Salvador; família aponta erro médico
O bebê chegou a ser encaminhado para a ala pediátrica do Hospital Roberto Santos, mas morreu durante a madrugada
Um bebê de 2 meses morreu na madrugada desta segunda-feira (12/10), no Hospital Roberto Santos, em Salvador, após passar por três lavagens nasais na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Marback, no bairro do Imbuí. Para a família do recém-nascido, Emanuel Pitanga, houve erro médico.
Segundo os familiares do bebê, Emanuel estava gripado há alguns dias. Todos haviam passado o feriadão de Nossa Senhora de Aparecida na cidade de Irará, a 135 km de Salvador; Lá, eles levaram o menino em um posto médico, e descobriram que ele precisaria ser internado.
Porém, como relatado, a médica que atendeu a criança garantiu que a família poderia voltar a Salvador, onde Emanuel e os pais moram, em segurança. Na noite de domingo (15), por volta das 19h, ao chegarem na capital baiana, o casal procurou a UPA do Marback. No local, a equipe médica teria realizado uma lavagem nasal para retirar o catarro do bebê. Mas, durante o procedimento, ele teria engasgado e tido duas paradas cardíacas.
"Ele passou pela triagem e logo em seguida a pediatria o chamou. O médico pediu para uma técnica fazer lavagem nasal três vezes e indicou um medicamento em uma bombinha", disse o pai do bebê, Vanderson Pitanga, ao Jornal da Manhã.
“Ela fez os procedimentos, ela mandou debruçar o bebê nos peitos da minha esposa. Minha esposa explicou que um pessoal falou que o procedimento era para frente, para que o soro passasse e saísse pelo outro lado, mas ela disse que o bebê tinha que engolir”, contou ele.
A técnica de enfermagem, então, fez os três procedimentos, e a mãe do bebê, Juliana Pitanga, perguntou se ela poderia colocar o filho para mamar. A profissional teria dito que sim, desde que fosse feito com cuidado.
“Ele mamou um pouquinho, não durou tempo nenhum. Ele começou a se entalar e começou o processo de reanimação dele”, relembrou Vanderson.
Também ao Jornal da Manhã, Juliana disse que ficou desesperada quando viu a situação do filho.
“Ele estava no meu colo e começou a sair secreção pela boca. Eu comecei a limpar, uma outra técnica, que ia fazer a quarta lavagem, viu e disse: ‘Olhe, mãe, quando ele tiver se entalando com secreção, ponha ele de bruços. Foi aí que ele começou a perder o ar, se sufocar. Eu falei que ele estava se entalando, ela levantou ele de vez e ele chorou”, disse ela.
Depois, segundo Juliana, a técnica de enfermagem deitou Emanuel. Com o movimento, o bebê voltou a se engasgar. “Eu saí correndo pedindo para alguém socorrer meu filho. O levaram para a sala vermelha, tentaram reanimar e me disseram que ele estava bem. Depois, outra médica, disse que ele seria transferido”, contou a mulher.
Emanuel chegou a ser encaminhado para a ala pediátrica do Hospital Roberto Santos, mas morreu durante a madrugada. Para a família do bebê, a situação foi causada pelos erros que aconteceram na UPA do Marback.
“Disseram para meu esposo que a causa da morte foi que ele broncoaspirou com o excesso da lavagem. Todas a seringas com soro que ela aplicou, ele engoliu. O certo era ela fazer com ele virado para a frente, para que o soro saísse na lateral”, relatou Juliana.
Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS) disse que lamenta a morte de Emanuel, e se solidariza aos familiares. A pasta também informou que está apurando o caso. "A gerência executiva do órgão está na unidade terceirizada, onde faz o levantamento de todo prontuário do paciente, passo a passo do atendimento e reunião com os profissionais envolvidos", aponta o comunicado.
Além disso, a SMS detalhou que notificou a organização social responsável pela gestão da UPA do Marback, "para que também acompanhe e preste todas as informações necessárias visando a elucidação do ocorrido".
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