Após reportagem, secretário admite aumento de mortes em Salvador durante lançamento de ação que colocará mais PMs nas ruas
No último dia 5 de maio, uma reportagem do Aratu On mostrou que Salvador vive o início de ano mais sangrento desde 2014.
O secretário da Segurança Pública da Bahia, Ricardo Mandarino, admitiu que o número de mortes violentas aumentou em Salvador nos primeiros quatro meses de 2021. A informação foi dada durante o lançamento da operação "Grifo", que vai colocar viaturas do Batalhão de Choque de forma mais intensa na capital baiana.
A declaração ocorre nove dias após o Aratu On mostrar a escalada dos homicídios em vários bairros. "Buscamos sempre melhorar a vida do cidadão baiano. Estamos com redução das mortes violentas na RMS e no interior, mas com aumento na capital. Apostamos nesse patrulhamento diferenciado, aliado a ações de inteligência, para combater os crimes contra a vida", disse Mandarino.
A partir de agora, unidades especializadas e territoriais da PM atuarão em áreas onde se concentram disputas entre organizações criminosas. Os bairros que compõe o Subúrbio Ferroviário da capital baiana contarão com o patrulhamento diferenciado, ainda segundo a SSP. O comandante-geral da PM, coronel Paulo Coutinho, relatou que quatro guarnições do Choque reforçarão as rondas durante a operação "Grifo".
ESTATÍSTICA
No último dia 5 de maio, uma reportagem do Aratu On mostrou que Salvador vive o início de ano mais sangrento desde 2014. Os números revelaram que foram 477 vítimas de homicídios entre janeiro e abril somente na capital segundo dados da própria Secretaria da Segurança Pública.
Em 2014, oportunidade em que a Copa do Mundo aconteceu em Salvador, foram 541 casos. Desde então, as estatísticas apresentavam oscilações, com 433 em 2015 (uma queda de quase 20% em relação ao ano do Mundial); 452 em 2016 (aumento percentual de 4); 456 em 2017 (0,88% a mais); 389 em 2018 (menos 14%); 329 no ano de 2019 (redução de 19%); 408 em 2020 (subida de 24%). A porcentagem entre o ano passado e 2021 foi de 16%.
Mas o que está por trás destes números? Durante entrevista dada por vídeo (você dá play logo abaixo) ao Aratu On, o professor de estratégia e gestão pública do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa, Sandro Cabral, argumentou que o problema está no que ele chama de "cultura da violência". "Somos uma sociedade violenta e isso não é exclusividade da Bahia. Tendemos a usar formas privadas para solucionar conflitos, ao invés de buscar a Justiça", reforçou.
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