Claudia Leitte evita polêmica após ser denunciada por racismo: 'Assunto sério'
Claudia Leitte abordou a polêmica recente envolvendo alterações da letra da música "Corda do Caranguejo", que mencionavam Iemanjá, substituindo os termos por "Só louvo meu Rei Yeshua"
A cantora Claudia Leitte, quarta atração deste domingo (29) no Festival Virada Salvador 2025, concedeu uma entrevista coletiva antes de sua apresentação no palco principal. Durante a conversa, a artista abordou a polêmica recente envolvendo alterações da letra da música "Corda do Caranguejo", que mencionavam Iemanjá, substituindo os termos por "Só louvo meu Rei Yeshua", em referência a Jesus Cristo. Ela optou por não cantar a música no evento em Salvador.
Questionada sobre as críticas e acusações de intolerância religiosa, Claudia evitou utilizar o termo diretamente, mas ressaltou a importância de um debate sério sobre o tema. “Esse assunto é muito sério. Daqui, do meu lugar de privilégios, racismo é uma pauta para ser discutida com muita seriedade, não de uma forma tão superficial. Eu prezo muito pelo respeito, pela sororidade, pela integridade. A gente não pode negociar esses valores de jeito nenhum, nem colocar isso dessa maneira, jogado no tribunal da internet”, afirmou.
Sobre as críticas e acusações de intolerância religiosa, Claudia evitou utilizar o termo diretamente. “Esse assunto é muito sério. Daqui, do meu lugar de privilégios, racismo é uma pauta para ser discutida com muita seriedade, não de uma forma tão superficial. Eu prezo muito pelo respeito, pela sororidade, pela integridade. A gente não pode negociar esses valores de jeito nenhum, nem colocar isso dessa maneira, jogado no tribunal da internet”, afirmou.
O caso, que gerou repercussão nas redes sociais, resultou em uma denúncia contra Claudia no Ministério Público da Bahia (MP-BA), sob a acusação de discriminação religiosa.
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Público curte show de Claudia Leitte na Virada Salvador | Foto: Jefferson Peixoto/Secom
Polêmica de Claudia Leitte
A controvérsia iniciou após o show Soul'D Rua, no Candyall Guetho Square, em Salvador. Na ocasião, Claudia modificou a letra de Corda do Caranguejo, substituindo versos que saudavam Iemanjá por termos cristãos. A mudança repercutiu amplamente nas redes sociais, onde internautas relembraram episódios semelhantes ao longo da carreira da cantora.
No trecho original da música, os versos diziam:
"Maré tá cheia/Espera esvaziar/Joga flores no mar/Saudando a rainha Iemanjá."
Na versão alterada, Claudia cantou:
"Só louvo meu Rei Yeshua."
A artista, que é evangélica, justificou a alteração como uma escolha pessoal. No entanto, a atitude gerou críticas, especialmente pelo fato de Claudia ser uma figura de destaque em festas como o Carnaval, evento frequentemente alvo de censura por setores religiosos.
A situação se intensificou após declarações de Pedro Tourinho, ex-secretário de Cultura de Salvador, que classificou a mudança como um desrespeito à cultura afro-brasileira. “Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo, e é surreal e explícito reforço do que houve de errado naquele tempo", escreveu Tourinho nas redes sociais.
Internautas também resgataram outros episódios, incluindo uma apresentação de 2011, em que Claudia, então líder do Babado Novo, teria substituído o nome "Obaluayê" por "Yeshua" na música Ashansu, de Carlinhos Brown.
Claudia Leitte evitou cantar música "Corda do Caranguejo" no Festival Virada | Foto: Instagram/@claudialeitte
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