Festival Batuquerê busca fortalecimento dos blocos afros em 2026

Além do trabalho de visibilidade dos blocos afro, o Festival Batuquere vai oferecer capacitação para membros dos blocos, em diversas áreas

Por Lucas Pereira.

Para o próximo Carnaval, em 2026, os blocos afros da Bahia terão um novo espaço de fortalecimento com a realização do Festival Batuquerê. Mais do que um desfile no circuito Ondina-Barra, o festival se apresenta como um movimento contínuo de valorização e visibilidade para os blocos afros, com ações estruturadas que começam já neste Carnaval.


Ao longo do ano, membros dos blocos afro passarão por acompanhamento e capacitação. Foto: Secom Pms

Ao longo do ano, membros dos blocos afro passarão por acompanhamento e capacitação. Foto: Secom Pms




O anúncio foi feito nesta terça-feira (25), em coletiva de imprensa no Ilê Aiyê, onde foram detalhadas as primeiras iniciativas do Batuquerê. Durante a folia de 2025, cada bloco terá um suporte de comunicação online e offline para ampliar a presença dos blocos afros na mídia, garantindo espaço na cobertura jornalística para aqueles que não possuem assessoria de imprensa.


O Batuquerê também inicia um planejamento anual de qualificação profissional, voltado para a formação de jovens das comunidades dos blocos afros em áreas estratégicas do mercado cultural.  O festival realizará oficinas de formação ao longo do ano, abrangendo temas como:

 • Técnico de Som – Captação, operação e mixagem de áudio.
 • Roadie – Montagem, manutenção e suporte técnico para eventos.
 • Audiovisual – Filmagem, edição e produção de conteúdo cultural.
 • Consciência e Letramento Racial – Reflexões sobre identidade, representatividade e história afro-brasileira.


Outra iniciativa será a Oficina de Conscientização sobre Limpeza das Praias e Preservação Marinha, promovida em parceria com o Projeto Baleia Jubarte.


Blocos afros como patrimônio cultural


Durante a coletiva, foi reforçada a necessidade de reconhecimento oficial dos blocos afros como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia, seguindo o exemplo do Rio de Janeiro, onde os blocos afros já conquistaram esse status.


“Esse festival é um ponto de partida para um movimento muito maior. Os blocos afros são a base da nossa identidade cultural, e o Batuquerê chega para garantir que essa história continue sendo contada, com mais estrutura, mais oportunidades e mais visibilidade” – destacou Alberto Pitta, fundador do Cortejo Afro.


Para os organizadores do festival, a iniciativa representa um avanço na luta por maior reconhecimento e apoio ao legado dos blocos afros na construção do Carnaval da Bahia.


“Esse projeto tem a ver com a ressignificação de um momento que sempre esperamos. O Batuquerê chega para reafirmar a força e a resistência do nosso povo” – afirmou Jorge Araujo, presidente do Malê Debalê e Presidente da Liga dos Blocos Afros.


O Festival Batuquerê contará com a participação de oito blocos tradicionais da cultura afro-baiana, cada um com uma história rica de resistência e expressão cultural:



1. Cortejo Afro – Um dos blocos mais emblemáticos de Salvador, o Cortejo Afro é reconhecido por sua ousadia em levar à rua a riqueza das manifestações culturais negras, unindo música, dança e tradição com temas contemporâneos.



2. Didá – Fundado por mulheres, o Bloco Dida é uma das principais expressões da cultura afro-feminina, com ênfase no protagonismo negro e nas danças tradicionais.



3. Bankoma – O Bankoma representa a força das tradições africanas e o movimento de reafirmação da cultura afro-brasileira, com foco na preservação de ritmos e danças.



4. Malê Debalê – O Malê Debalê é um dos blocos mais tradicionais, com uma história marcada pela luta e resistência dos negros na Bahia, trazendo em suas músicas e danças a memória de Zumbi dos Palmares e a luta pela liberdade.



5. Apaxes do Tororó – Focado na valorização das tradições negras e nos festejos de rua, o Apaxes do Tororó é conhecido por sua energia contagiante e por manter vivas as raízes culturais dos afrodescendentes.



6. Blocão da Liberdade – O Blocão da Liberdade é um dos maiores blocos afros da Bahia, com uma trajetória de resistência e força no movimento cultural, resgatando a memória dos negros e celebrando sua história.


7. Bloco da Capoeira – Esse bloco é um marco na preservação da capoeira como manifestação cultural afro-brasileira, levando o ritmo e a arte das rodas de capoeira para as ruas do Carnaval.


8. Muzenza – Fundado com o propósito de promover a música e a dança afro-brasileira, o Muzenza é um bloco que celebra a riqueza da cultura negra, sempre com forte presença de músicos e dançarinos.


O lançamento do Festival Batuquerê aconteceu nesta terça-feira (25). Foto: Reprodução

O lançamento do Festival Batuquerê aconteceu nesta terça-feira (25). Foto: Reprodução



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