Ter um animal de estimação ajuda a preservar o cérebro na velhice, diz estudo

A companhia de cachorros e gatos pode ajudar a preservar funções cognitivas específicas ao longo do envelhecimento

Por Bruna Castelo Branco.

A companhia de cães e gatos pode ajudar a preservar funções cognitivas específicas ao longo do envelhecimento, de acordo com um estudo da Universidade de Genebra, na Suíça. Publicada no periódico Scientific Reports, a pesquisa analisou dados de mais de 18 anos e identificou que donos de animais domésticos apresentaram um declínio cognitivo mais lento do que pessoas sem pets.

Os pesquisadores utilizaram informações do banco de dados Survey of Health, Ageing and Retirement in Europe (SHARE), que reúne entrevistas sobre saúde, situação socioeconômica e redes de apoio familiar em 28 países europeus e em Israel. A análise incluiu adultos com 50 anos ou mais.

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ublicada no periódico Scientific Reports, a pesquisa analisou dados de mais de 18 anos. | Foto: Ilustrativa/Pexels

A líder do estudo, a cientista Adriana Rostekova, explicou que os benefícios variaram de acordo com o tipo de animal. Segundo os resultados, tutores de cães apresentaram melhor desempenho na memória, enquanto tutores de gatos tiveram um declínio mais lento na fluência verbal, quando comparados com pessoas sem animais de estimação.

Efeitos positivos no cérebro

Em entrevista ao jornal The Guardian, Rostekova destacou que esses efeitos positivos não se estendem a todos os tipos de pets. “O tempo de vida curto de um peixe ou pássaro pode potencialmente limitar o nível de conexão emocional que alguém é capaz de desenvolver com o animal”, afirmou. Ela acrescenta que o ruído noturno de pássaros pode afetar a qualidade do sono, o que já foi associado ao comprometimento cognitivo.

A líder do estudo, a cientista Adriana Rostekova, explicou que os benefícios variaram de acordo com o tipo de animal. | Foto: Ilustrativa/Pexels

Os autores sugerem que a interação frequente com cães e gatos, animais mais ativos e que demandam maior atenção, pode representar uma forma relevante de estimulação cognitiva. Já espécies que exigem menos interação, como peixes, não proporcionariam o mesmo estímulo mental.

A pesquisa se soma a outros trabalhos recentes que investigam os impactos dos pets no cérebro. Em 2022, estudos anteriores já haviam mostrado que a interação com cachorros pode aumentar a ativação do córtex pré-frontal, região ligada à atenção e ao processamento emocional. Resultados semelhantes foram observados com gatos, o que foi atribuído ao comportamento mais imprevisível dos felinos.

Interação frequente com cães e gatos, animais que demandam atenção, pode representar uma forma relevante de estimulação cognitiva. | Foto: Ilustrativa/Pexels

O estudo suíço, no entanto, se diferencia por apontar que os efeitos sobre o cérebro variam conforme a espécie do animal, abrindo caminho para futuras investigações. Para os pesquisadores, os achados sugerem que estratégias de promoção da saúde na terceira idade podem incluir mais do que medicamentos e exames: o convívio com um animal de estimação também pode fazer parte do cuidado com a mente.

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Em 2022, estudos anteriores já haviam mostrado que a interação com cachorros pode aumentar a ativação do córtex pré-frontal. | Foto: Ilustrativa/Pexels

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