Entre a nostalgia e o deboche: palestrante do Scream levanta perfis de diferentes gerações
Segundo a estrategista Paula Vaz, 'Geração Z já entendeu que não vai salvar o mundo'
"Adultecer nostálgico"? "A geração z vai mesmo salvar o mundo"?
Dúvidas assim sempre costumam aquecer discussões nas redes sociais e, nesta quarta-feira (4), foram trazidas na palestra "Xyz_alpha: Pistas Para Um Futuro Geracional Que Já Começou", com Paula Paz, estrategista e costumer insights (pessoa que analisa informações sobre os consumidores). A palestra é um dos painéis do Scream Festival, realizado no Doca 1, no Comércio.
Na ocasião, ela levantou os perfis de algumas gerações, a começar pelos "boomers" (de Baby Boomer, nascidos entre 1946 e 1964), pontuando que eles passam por uma "crise relacionada à invisibilidade" que se deve ao fato de a sociedade ser etarista, priorizando mais jovens. No entanto, ressaltou o fomento da "economia prateada" e a importância de fazer com que essas pessoas se sintam vistas.
A Geração X, na "meia-idade", até um pouco mais de 60 anos, tenta se adaptar ao que está acontecendo, "mas com um pouco de dificuldade". Assim, Paula questionou: "De que forma os 60+ estão sendo incluídos? De que forma podemos abraçá-los? Estamos dando a eles o devido valor?".
Quando chegou à geração Y, os famosos "millennials", divididos ainda em "old millennials" (mais velhos) e "young millennials" (mais novos), ela falou em "grande geração de sucessos frustrados": "É a geração que mais demora a sair de casa; que almejou muitas coisas - e que ainda não foram conquistadas".
Paz comentou, ainda, o fenômeno do 'adultecer nostálgico' dos millennials, algo que muitas marcas têm apostado. Por outro lado, essa geração "quis ser adulta muito cedo" e, hoje, é comum a percepção de mais ansiedade e/ou depressão.
Quanto à Geração Z, a estrategista frisa que essa turma já entendeu que "não vai salvar o mundo", como muitos esperavam que acontecesse. "Já entenderam que estamos no apocalipse e fazem deboche disso", falou. Pontuou, ainda, um "comportamento muito autocentrado" característico da "gen z", capaz de fomentar a economia do bem-estar "de uma forma fenomenal" e a ponto de gerar outro cenário em contraponto, que é quando o "cuidar de si" vira uma pressão.
Por fim, a geração Alpha - as crianças -, segundo Paula, é a que, "de fato, vai ter que conviver com o apocalipse".
Depois das análises, a palestrante observou, citando o cantor Belchior, que "o passado é uma roupa que não nos veste mais". Assim, concluiu: "Nossa função, agora, é entender como fazer como que as pessoas se sintam melhores dentro desse cenário 'devastador'".
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