Bebê reborn: de brinquedo a ferramenta emocional para mulheres adultas

Bebê reborn viralizou após mulheres começarem a cuidar como se fossem bebês de verdade

Por Ananda Costa.

Eram para ser apenas um brinquedo, mas os bebês reborn se tornaram uma febre nas redes sociais, principalmente no TikTok. Com estética hiper-realistas, que imitam recém-nascidos, os bebês começaram como uma brincadeira de criança, mas conquistaram um público adulto, especialmente mulheres, que passaram a criar vídeos cuidando deles, como se fossem filhos de verdade.

Foto: Redes Sociais / @graoficial

Banho, troca de roupa, passeio no carrinho, mamadeira e até berço personalizado. Os vídeos viralizaram no TikTok, no Instagram e no YouTube, abrindo espaço para discussões sobre saúde mental, maternidade, solidão e o papel simbólico desses “bebês”. Os valores dos reborns variam bastante: com modelos custando a partir de R$ 400, e os mais realistas ultrapassando os R$ 4 mil.

 

@yas_reborn Bento teve que ir para o hospital… Maternidade aos 18 anos #mãedereborn #bebereborn #maternidade #maternidadereal #pediatria #avent ♬ som original - Aqui é a yas!
@nane.reborns Não é fácil ser colecionadora Reborn! #babyreborn #vaiprofy #reborns #brasil #historia ♬ som original - Nane Reborns
@jovempanentrete A influenciadora Carol Sweet, nome artístico de Carolina Rossi, movimentou as redes sociais ao publicar um vídeo hiper-realista em que simula o "parto" de um bebê reborn — boneca feita para parecer um bebê de verdade. Conhecida por seus conteúdos no estilo ASMR, Carol caprichou nos detalhes: apareceu de luvas cirúrgicas, máscara, bisturi e até uma placenta cenográfica para tornar a cena ainda mais convincente. “E é assim que nasce uma bebê reborn”, escreveu na legenda da publicação, que dividiu opiniões ao misturar choque, encanto e curiosidade entre os internautas. 🎥Reprodução: Instagram/sweetcarolyt 📺 Confira na JP News e Panflix #JovemPanEntretenimento #Parto #Bebê #Reborn ♬ som original - jovempanentrete

Mas o que leva uma pessoa adulta a tratar um boneco como um bebê real? A psicóloga Jéssica Castelo Branco explica que o comportamento pode estar ligado a questões emocionais profundas. “Este comportamento pode refletir uma projeção de conteúdos inconscientes, como um símbolo que permite à pessoa acessar sentimentos profundos de afeto, nutrição ou até traumas antigos ligados à perda, abandono ou carência. Pode ser uma tentativa de restaurar o equilíbrio psíquico através da materialização de algo que falta internamente”, explicou. 

Nas redes sociais, o reborn aparece como companhia para mulheres. Algumas tratam os vídeos como hobby, enquanto outras desenvolvem vínculos emocionais mais fortes. “Ter bebê reborn como hobby, de forma lúdica e criativa, possibilita se conectar com conteúdos afetivos de maneira saudável e simbólica. Já a dependência emocional pode indicar que o objeto está sendo usado como substituto de relações humanas”, alerta a psicóloga.

O tema ganhou ainda mais visibilidade quando celebridades entraram na onda. A influenciadora e fisiculturista Gracyanne Barbosa apareceu recentemente em vídeos interagindo com um bebê reborn, o que gerou milhares de curtidas e repercussão. 

“Como já disse anteriormente, meu sonho é ter um filho. Podem me julgar, no começo eu achei estranho. Mas Benício me trouxe felicidade.”, comentou Gracyanne em uma publicação. 

 

Segundo Jéssica, o uso do reborn pode sim ser terapêutico, desde que com equilíbrio. “Se for utilizado de maneira saudável, o bebê reborn pode facilitar o contato com o lado emocional, estimular a empatia, reduzir a ansiedade e até promover conforto em situações de luto ou trauma.”

Por outro lado, ela alerta para sinais de que algo não vai bem: “Quando há isolamento social, perda de interesse por outras atividades, negação da realidade, ou quando a pessoa passa a negar que o bebê é um objeto inanimado, é necessário ter atenção para que a utilização não se torne prejudicial", finaliza.

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