O governo federal publicou nesta semana a regulamenta&ccedil;&atilde;o que garante apoio financeiro a crian&ccedil;as nascidas com s&iacute;ndrome cong&ecirc;nita associada ao v&iacute;rus Zika.
A portaria conjunta do Minist&eacute;rio da Previd&ecirc;ncia Social e do INSS define o pagamento de uma pens&atilde;o vital&iacute;cia, no valor de R$ 8,1 mil mensais, equivalente ao teto do Regime Geral da Previd&ecirc;ncia Social, al&eacute;m de indeniza&ccedil;&atilde;o &uacute;nica de R$ 50 mil.
O benef&iacute;cio &eacute; restrito a crian&ccedil;as com defici&ecirc;ncia permanente provocada pelo Zika durante a gesta&ccedil;&atilde;o.
<a href="https://aratuon.com.br/saude/bahia-registra-queda-nos-casos-de-dengue-chikungunya-e-zika-em-2025" target="_blank" rel="noopener">+ Bahia registra queda nos casos de dengue, Chikungunya e Zika em 2025</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/12968b27-1d38-44e3-8341-834eeed6be29.jpg?width=1040&amp;height=691" alt="Pens&atilde;o vital&iacute;cia tende a reduzir desigualdade. Foto: Leonardo Rattes | Sa&uacute;de GOVBA">
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A medida tem peso especial na Bahia. De 2015 a 2025, foram notificados 2.374 casos suspeitos da s&iacute;ndrome cong&ecirc;nita no estado, com 557 confirma&ccedil;&otilde;es.&nbsp;
O auge da crise ocorreu em 2015 e 2016, quando a rela&ccedil;&atilde;o entre o v&iacute;rus e a microcefalia foi reconhecida cientificamente e a rede de sa&uacute;de baiana passou a lidar com um volume in&eacute;dito de diagn&oacute;sticos e atendimentos. Neste per&iacute;odo, foram 1003 casos suspeitos, com 332 confirma&ccedil;&otilde;es.
Os n&uacute;meros d&atilde;o dimens&atilde;o da relev&acirc;ncia da medida federal para fam&iacute;lias que convivem h&aacute; anos com os efeitos da epidemia. Crian&ccedil;as com a s&iacute;ndrome cong&ecirc;nita exigem acompanhamento cont&iacute;nuo em &aacute;reas como neurologia, fisioterapia, fonoaudiologia, oftalmologia e terapia ocupacional, al&eacute;m de apoio social e educacional.
O custo emocional e financeiro dessas fam&iacute;lias &eacute; significativo, e a pens&atilde;o vital&iacute;cia tende a reduzir parte da desigualdade enfrentada por elas.&nbsp;
A secret&aacute;ria da Sa&uacute;de do Estado da Bahia, Roberta Santana, avalia que a regulamenta&ccedil;&atilde;o corrige uma d&iacute;vida hist&oacute;rica com as crian&ccedil;as e suas fam&iacute;lias. &ldquo;A Bahia foi um dos estados que mais sofreu com a epidemia de Zika e, at&eacute; hoje, acompanhamos centenas de crian&ccedil;as que dependem de cuidados permanentes.
O apoio financeiro n&atilde;o substitui a dor, mas representa o reconhecimento da luta dessas fam&iacute;lias e garante condi&ccedil;&otilde;es mais dignas de vida. E cabe ao SUS manter uma rede de aten&ccedil;&atilde;o ativa e acolhedora, para que essas crian&ccedil;as tenham acesso integral &agrave; sa&uacute;de e &agrave; reabilita&ccedil;&atilde;o&rdquo;, afirmou.
Tanto o Governo do Estado quanto os munic&iacute;pios s&atilde;o respons&aacute;veis pelo acompanhamento de centenas de fam&iacute;lias espalhadas por diferentes localidades, o que refor&ccedil;a a necessidade de integra&ccedil;&atilde;o entre pol&iacute;ticas de sa&uacute;de, assist&ecirc;ncia social e educa&ccedil;&atilde;o.
<a href="https://aratuon.com.br/saude/numero-de-casos-provaveis-de-zika-cresce-em-814-na-bahia" target="_blank" rel="noopener">+ N&uacute;mero de casos de zika cresce em 81,4% na Bahia e 24 cidades t&ecirc;m epidemia de dengue</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/3cfc4317-942e-4176-b524-80874d709b81.jpg?width=1040&amp;height=694" alt="Foto: Leonardo Rattes | Sa&uacute;de GOVBA">
A&ccedil;&atilde;o estadual
O Hospital Ortop&eacute;dico do Estado da Bahia (HOEB) mant&eacute;m a agenda de cuidados voltados para crian&ccedil;as com sequelas do zika v&iacute;rus, reafirmando seu papel de refer&ecirc;ncia no atendimento especializado. At&eacute; o momento, j&aacute; foram realizadas 48 consultas e 28 cirurgias em pacientes pedi&aacute;tricos acompanhados pela unidade.
No dia 26 de setembro, o hospital promover&aacute; um novo mutir&atilde;o, com a realiza&ccedil;&atilde;o de 10 cirurgias em um &uacute;nico dia. A iniciativa integra a estrat&eacute;gia da unidade de oferecer assist&ecirc;ncia resolutiva, humanizada e de alta qualidade, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida das fam&iacute;lias impactadas pela epidemia de zika. S&oacute; esse ano a unidade j&aacute; operou 92 pacientes pedi&aacute;tricos neuropatas.
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O número de casos de Zika Vírus na Bahia cresceu em 81,4% em 2023. De acordo com dados da Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), os dados foram levantados entre janeiro e agosto deste ano, com 1.689 situações prováveis registradas. No mesmo período de 2022, esse número foi de 931 suspeitas.
As cidades com mais incidência da doença são: Itapé, Macajuba, Ituberá, Vera Cruz, Piripá, Barra da Estiva, Itajuípe, Governador Mangabeira, Condeúba e Mirante.
Até o momento, não foi confirmado óbito para Zika no estado. Confira os dados dos municípios mais afetados:
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Os números de pacientes com suspeita de dengue também subiram na Bahia. Este ano, entre janeiro e agosto, foram notificados 39.896 casos prováveis da doença, enquanto que, no mesmo período do ano passado, eram 31.102 casos prováveis. A cidade com maior incidência é Rodelas, no norte do estado.
No momento, 24 municípios baianos estão em epidemia de Dengue, de acordo com a Sesab: Salvador, Lauro de Freitas, Camaçari e Feira de Santana estão na lista. Confira a lista completa:
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No caso da chikungunya, houve uma redução de 17,4%: até este mês, foram notificados 13.778 casos prováveis da doença, enquanto que, até agosto de 2022, foram 16.687 notificações. O município com mais registros até o momento é Piripá, no sudoeste da Bahia.

O Aedes aegypt ficou com ci&uacute;mes de ter perdido o lugar de &quot;pior transmissor de doen&ccedil;a&quot; para a Covid-19 e deu uma repaginada: para competir, quer trazer uma nova variente do Zika V&iacute;rus. A doen&ccedil;a j&aacute; amendontrou os brasileiros em 2016, quando foi considerada &quot;emerg&ecirc;ncia m&eacute;dica global&quot; e causou o nascimento de diversos beb&ecirc;s com microcefalia.

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Apesar desse novo surto ser &quot;bem poss&iacute;vel&quot;, segundo pesquisadores ouvidos pela BBC, ese cen&aacute;rio ainda &eacute; apenas fruto de uma previs&atilde;o. Uma &uacute;nica muta&ccedil;&atilde;o poderia ser suficiente para desencadear uma dissemina&ccedil;&atilde;o explosiva, mas essa mudan&ccedil;a ainda n&atilde;o foi notada.

O trabalho de laborat&oacute;rio, descrito no peri&oacute;dico cient&iacute;fico Cell Reports, aponta que o v&iacute;rus pode mudar facilmente, criando novas variantes. Estudos recentes de infec&ccedil;&atilde;o indicam que essas variantes podem ser eficazes na transmiss&atilde;o do v&iacute;rus, mesmo em pa&iacute;ses que acumularam imunidade de surtos anteriores de Zika, diz a equipe do Instituto La Jolla de Imunologia.

Mesmo que te&oacute;ricas, as descobertas s&atilde;o interessantes pois servem de lembrete de que outros v&iacute;rus al&eacute;m do causador da Covid podem representar uma amea&ccedil;a. Embora para a maioria das pessoas o Zika seja uma doen&ccedil;a leve, sem efeitos duradouros, pode ter consequ&ecirc;ncias catastr&oacute;ficas para os beb&ecirc;s que ainda est&atilde;o no &uacute;tero.

&quot;Este trabalho mostra a rapidez com que uma mudan&ccedil;a de uma &uacute;nica letra na sequ&ecirc;ncia do genoma de um v&iacute;rus pode surgir e o forte impacto que pode ter na capacidade de doen&ccedil;a de um v&iacute;rus. Mas v&iacute;rus que compartilham essas mudan&ccedil;as n&atilde;o s&atilde;o vistos com frequ&ecirc;ncia em surtos. e, como os autores apontam, esses insights intrigantes exigem uma investiga&ccedil;&atilde;o mais completa&quot;, disse o professor Jonathan Ball, especialista em v&iacute;rus da Universidade de Nottingham, &agrave; BBC.

O Zika &eacute; transmitido por picadas de mosquitos Aedes infectados. Os insetos s&atilde;o encontrados em todas as Am&eacute;ricas &ndash; exceto no Canad&aacute; e no Chile, onde &eacute; muito frio para eles sobreviverem &ndash; e em toda a &Aacute;sia.

MUDAN&Ccedil;AS

Os pesquisadores recriaram o que acontece quando o v&iacute;rus passa entre mosquitos e humanos, usando c&eacute;lulas e camundongos vivos em seus experimentos. Quando o Zika passou entre c&eacute;lulas de mosquito e camundongos em laborat&oacute;rio, ocorreram pequenas mudan&ccedil;as gen&eacute;ticas.

Isso significa que foi relativamente f&aacute;cil para o zika sofrer muta&ccedil;&otilde;es de uma maneira que permitia que o v&iacute;rus prosperasse e se espalhasse, mesmo em animais que tinham alguma imunidade anterior de uma infec&ccedil;&atilde;o transmitida pelo mesmo mosquito: a dengue.

&quot;A variante do Zika que identificamos evoluiu ao ponto em que a imunidade de prote&ccedil;&atilde;o cruzada proporcionada pela infec&ccedil;&atilde;o anterior por dengue n&atilde;o era mais eficaz em camundongos. [...] Infelizmente para n&oacute;s, se essa variante se tornar predominante, podemos ter os mesmos problemas na vida real&quot;, disse o principal pesquisador do estudo, professor Sujan Shresta.

Clare Taylor, da Society for Applied Microbiology, afirma que pode ser poss&iacute;vel prever quais variantes podem causar problemas significativos no futuro e intervir cedo.

&quot;Embora essas descobertas tenham sido observadas em experimentos de laborat&oacute;rio e, portanto, tenham limita&ccedil;&otilde;es, elas mostram que h&aacute; potencial para que variantes preocupantes surjam durante o ciclo normal de transmiss&atilde;o do Zika e nos lembra que o monitoramento &eacute; importante para acompanhar os v&iacute;rus &agrave; medida que eles evoluem&quot;, salienta.

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