Pela primeira vez, o Dia da Consci&ecirc;ncia Negra, celebrado nesta quarta-feira (20), ser&aacute; feriado nacional. Para marcar a data, o Aratu On inicia hoje uma s&eacute;rie especial que vai destacar personalidades negras com atua&ccedil;&atilde;o em diferentes &aacute;reas: pol&iacute;tica, sa&uacute;de, educa&ccedil;&atilde;o, esporte e cultura. At&eacute; a pr&oacute;xima sexta-feira (22), voc&ecirc; vai conhecer hist&oacute;rias e experi&ecirc;ncias pessoais, al&eacute;m da import&acirc;ncia do trabalho que elas desenvolvem para a sociedade.&nbsp;

Nesta segunda-feira (18), o tema ser&aacute; &#39;A Consci&ecirc;ncia Negra na Pol&iacute;tica&#39;. Do ponto de vista das pol&iacute;ticas p&uacute;blicas, o ativista do movimento negro Yuri Silva, ex-secret&aacute;rio de Promo&ccedil;&atilde;o da Igualdade Racial do governo Lula (PT), valoriza a data, mas considera que &#39;h&aacute; muito pouco para se comemorar&#39;.

Silva cr&ecirc; que, por isto, &#39;&eacute; um dia de luta&#39;. &ldquo;&Eacute; dia de reafirmar pautas, de colocar novas s&iacute;nteses, novas an&aacute;lises pol&iacute;ticas e de conjuntura na rua para dizer: n&oacute;s conquistamos bastante, mas o bastante que conquistamos foi a partir de muita luta, de muito sangue&rdquo;, avalia.

Baiano de Salvador, Yuri Silva &eacute; jornalista e mestrando em pol&iacute;ticas brasileiras de promo&ccedil;&atilde;o de igualdade racial sob a vis&atilde;o da gest&atilde;o p&uacute;blica, pela Funda&ccedil;&atilde;o Get&uacute;lio Vargas.&nbsp;

Ap&oacute;s um ano e oito meses trabalhando na autarquia vinculada ao Minist&eacute;rio da Igualdade Racial, ele est&aacute; em per&iacute;odo sab&aacute;tico, focado, apenas, no t&eacute;rmino do mestrado, marcado para o fim deste ano. A partir do ano que vem, contudo, o intuito do ativista &eacute; seguir em Bras&iacute;lia para discutir mais pol&iacute;ticas p&uacute;blicas voltadas para o combate &agrave;s desigualdades &agrave;s quais as pessoas negras no Brasil s&atilde;o vulner&aacute;veis.&nbsp;

&ldquo;Sou um quadro de articula&ccedil;&atilde;o pol&iacute;tica e, ao mesmo tempo, um quadro t&eacute;cnico da pol&iacute;tica p&uacute;blica de direitos humanos de igualdade racial&rdquo;, pontua.

Apesar de priorizar a perman&ecirc;ncia na capital federal, ele diz que pretende contribuir com a Bahia, principalmente pelo fato de o estado ter o maior percentual em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; popula&ccedil;&atilde;o preta, de&nbsp;22,4%. &ldquo;Vai ser sempre uma possibilidade para mim, como consultor, especialista contratado para opinar em elabora&ccedil;&atilde;o de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas e, eventualmente, em algum convite para entrar para o governo&rdquo;, acrescentou.

<h2>Combate ao racismo</h2>

Apesar de considerar que h&aacute; pouco a ser comemorado, Silva opina que as pol&iacute;ticas de repara&ccedil;&atilde;o no pa&iacute;s est&atilde;o &#39;em consolida&ccedil;&atilde;o&#39;. Para ele, diante deste cen&aacute;rio, os projetos de valoriza&ccedil;&atilde;o da popula&ccedil;&atilde;o negra precisam ser, cada vez mais, tratados de maneira transversal &ndash; aliada a pastas de cultura, educa&ccedil;&atilde;o, sa&uacute;de, seguran&ccedil;a p&uacute;blica ou de assist&ecirc;ncia social.&nbsp;

Apesar da descentraliza&ccedil;&atilde;o das pol&iacute;ticas para inser&ccedil;&atilde;o das pessoas negras nos diversos &acirc;mbitos da sociedade, ele refor&ccedil;a que s&atilde;o necess&aacute;rios sistemas eficientes de repara&ccedil;&atilde;o. &ldquo;&Eacute; garantir para a popula&ccedil;&atilde;o negra a repara&ccedil;&atilde;o das viola&ccedil;&otilde;es sofridas ao longo do processo de escraviza&ccedil;&atilde;o e depois da aboli&ccedil;&atilde;o, do processo de subjuga&ccedil;&atilde;o da popula&ccedil;&atilde;o negra por meio do fen&ocirc;meno do racismo&rdquo;, ressalta.

Na vis&atilde;o de Silva, ao analisar este cen&aacute;rio, as pol&iacute;ticas de combate ao racismo est&atilde;o, ainda, &#39;no campo simb&oacute;lico&#39;. &ldquo;Essas pol&iacute;ticas reparat&oacute;rias s&atilde;o t&atilde;o importantes que n&atilde;o &eacute; &agrave; toa que a pol&iacute;tica mais efetiva e consistente de igualdade racial j&aacute; executada no Brasil &eacute; a de reserva de vagas para a popula&ccedil;&atilde;o negra, pelas cotas&rdquo;, opina.

&ldquo;&Eacute; devolver para a popula&ccedil;&atilde;o negra um direito negado ao longo dos s&eacute;culos, que foi o direito &agrave; educa&ccedil;&atilde;o, a ocupar o espa&ccedil;o do ensino superior, da universidade, espa&ccedil;o que, durante esses s&eacute;culos, foi branco, masculino&rdquo;, emenda.

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Secretário de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, o baiano Yuri Silva criticou o que considera uma “imagem mítica” a respeito de uma “suposta democracia racial na Bahia”. O gestor é o entrevistado desta quinta-feira (6/9) do programa Linha de Frente.
“A gente se acostumou com essa suposta democracia racial, que a gente viveria nessa suposição de Bahia diversa, colorida, alegre, que foi uma criação também. Essa imagem mítica, que confunde as pessoas sobre racismo”, avaliou.
Silva foi questionado pelo apresentador Pablo Reis sobre eventuais dados a respeito dos estados com maior incidência de casos de racismo. Ele diz que não há como parametrizar isto. “É difícil dizer quais estados mais racistas, mas o que conseguimos observar é que estados com a população negra com o tamanho da Bahia, por exemplo, que ultrapassa 80% da população, o racismo, principalmente para quem vem de fora e não conhece a realidade, salta aos olhos”, comentou.
“Vários amigos que vem à Bahia falam: 'Nossa, não sabia que Salvador é tão racista'. Talvez a gente espere de outros estados, os estados do sul, o racismo explícito, de maneira mais crua”, acrescentou.
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O secretário de Gestão do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial - do Ministério da Igualdade Racial (MIR) -, Yuri Silva, esteve na sede da TV Aratu nesta sexta-feira (16/8), onde concedeu entrevista ao programa Linha de Frente, conduzido pelo jornalista Pablo reis.
Natural de Salvador, Silva, que também é jornalista, além de pesquisador e ex-coordenador do Coletivo de Entidades Negras (CEN), falou sobre a trajetória na militância negra e o papel que desempenha no MIR, chefiado por Anielle Franco.
"Desde cedo, criança, eu lembro de perceber as relações sociais e o caráter racial dessas relações. [...] Naquela época sem tanta consciência, mas, depois de jovem, entendendo de forma mais crítica porque as pessoas negras sofriam mais com as faltas, assistências, e isso me mobilizou muito", disse, na oportunidade.
"Venho de uma família de militantes e sindicalistas, mas acho que eu sou da primeira geração a militar com caráter racial à frente dessa luta, entendendo que a gente precisa combater racismo para ter um país que ofereça oportunidades iguais para todas as pessoas", acrescentou o secretário.

Ainda na entrevista, Yuri Silva também comentou sobre a segurança pública e relação com mortes de pessoas negras, pontuando que a polícia precisa passar por processos de educação e punição. "Não pode continuar matando o mesmo grupo de jovens negros", frisou.

A íntegra da entrevista com o secretário integrante do MIR irá ao ar ainda neste mês de agosto, no canal do Linha de Frente no Youtube e no Aratu On.

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Um dos Colunistas On foi convidado a compor a equipe de transi&ccedil;&atilde;o do governo do presidente eleito, Lula (PT). Trata-se de Yuri Silva, jornalista,&nbsp;pesquisador de pol&iacute;ticas de direitos humanos e ativista do movimento negro baiano.

<a href="https://aratuon.com.br/colunistason/yurisilva" target="_blank">CONFIRA OS TEXTOS DE YURI SILVA</a>

Silva&nbsp;participar&aacute; da coordena&ccedil;&atilde;o do grupo de trabalho (GT) sobre igualdade racial na transi&ccedil;&atilde;o de governo. Ele foi indicado para o espa&ccedil;o por 14 organiza&ccedil;&otilde;es nacionais que se re&uacute;nem entorno da &lsquo;Converg&ecirc;ncia Negra&rsquo;, f&oacute;rum de unidade do movimento negro brasileiro.

Oitavo nome a ser divulgado para o GT de igualdade racial, Yuri Silva se soma aos ativistas Douglas Belchior, Preta Ferreira, Thiago Tobias, Ieda Leal e Giv&acirc;nia Silva e aos ex-ministros da Igualdade Racial dos governos Lula e Dilma, Martvs das Chagas e Nilma Lino Gomes.&nbsp;A oficializa&ccedil;&atilde;o dos oito nomes acontecer&aacute; nos pr&oacute;ximos dias em portaria assinada pelo coordenador da equipe da transi&ccedil;&atilde;o presidencial e vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSDB).

SOBRE YURI

Baiano de Salvador, Yuri Silva, 27 anos, &eacute; jornalista e ativista antirracista, LGBTQIA+ e das pautas dos Direitos Humanos. Mestrando em Gest&atilde;o e Pol&iacute;ticas P&uacute;blicas na Funda&ccedil;&atilde;o Get&uacute;lio Vargas - FGV (Escola de Administra&ccedil;&atilde;o - EAESP), pesquisa o or&ccedil;amento das pol&iacute;ticas p&uacute;blicas de igualdade racial e a transversalidade da pauta de combate ao racismo na gest&atilde;o p&uacute;blica.

Exerce atualmente a fun&ccedil;&atilde;o de coordenador de Direitos Humanos do Instituto para Reforma das Rela&ccedil;&otilde;es entre Estado e Empresa (IREE), onde debate a intera&ccedil;&atilde;o entre o setor p&uacute;blico e privado, al&eacute;m de temas como ESG, diversidade e inclus&atilde;o (D&amp;I), Direitos Humanos e Empresas no &acirc;mbito do debate nacional e internacional e responsabilidade social corporativa.&nbsp;

No movimento negro, &eacute; coordenador nacional do Coletivo de Entidades Negras (CEN) e membro do Operativo Nacional da Converg&ecirc;ncia Negra, f&oacute;rum de unidade que re&uacute;ne 14 organiza&ccedil;&otilde;es nacionais e hist&oacute;ricas do movimento negro brasileiro, como UNEGRO, CONEN, CEN, MNU, APNs, Quilomba&ccedil;&atilde;o, UNALGBT, Raiz da Liberdade, Circulo Palmarino, MNU, Afro-Origem e ABPN.

Coordenou e atuou na equipe t&eacute;cnica de projetos e programas operados por organiza&ccedil;&otilde;es da sociedade civil financiados pelo Governo da Bahia e pelo Governo Federal, al&eacute;m de organiza&ccedil;&otilde;es internacionais, para promo&ccedil;&atilde;o dos direitos da popula&ccedil;&atilde;o negra, forma&ccedil;&atilde;o de jovens negros perif&eacute;ricos, desenvolvimento econ&ocirc;mico de empres&aacute;rios negros e de comunidades tradicionais de terreiros de candombl&eacute; e de quilombos, como Terra Preta, Feira Negros Solid&aacute;rios, Vitrine Cultural, Alvorada dos Oj&aacute;s, entre outras iniciativas de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas.

Tamb&eacute;m &eacute; um dos organizadores do livro &lsquo;&Igrave;tọj&uacute; - An&aacute;lises dos mecanismos de preserva&ccedil;&atilde;o da mem&oacute;ria e do patrim&ocirc;nio imaterial do Candombl&eacute; na Bahia&rsquo;, onde s&atilde;o analisados os mecanismos de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas para lidar com os patrim&ocirc;nios negros, entre outros cap&iacute;tulos, artigos e colabora&ccedil;&otilde;es para publica&ccedil;&otilde;es.

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