Dados preocupantes.&nbsp;Desde 2016, a&nbsp;Bahia n&atilde;o conseguiu atingir nenhuma das metas de imuniza&ccedil;&atilde;o estabelecidas para o calend&aacute;rio infantil, segundo dados do Programa Nacional de Imuniza&ccedil;&otilde;es (PNI).&nbsp;Em Salvador, apenas uma vacina, a BCG, alcan&ccedil;ou o &iacute;ndice de cobertura em 2020. Por isso, a&nbsp;capital baiana &eacute; uma das cidades selecionadas pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de para participar de um estudo que tem como objetivo investigar a cobertura vacinal de crian&ccedil;as nascidas nos anos de 2017 e 2018, e que vivem em &aacute;reas urbanas das capitais brasileiras.

Em Salvador, a pesquisa &eacute; coordenada pelo Instituo de Sa&uacute;de Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), e&nbsp;pretende coletar dados de duas&nbsp;mil crian&ccedil;as em um prazo de 60 dias. Durante as entrevistas domiciliares, os pais ou respons&aacute;veis responder&atilde;o a um question&aacute;rio sobre as vacinas j&aacute; aplicadas e os motivos que levaram a n&atilde;o completar o esquema de vacina&ccedil;&atilde;o. Os entrevistadores tamb&eacute;m fotografam a caderneta de vacina&ccedil;&atilde;o das crian&ccedil;as para identificar quais as vacinas elas receberam desde o nascimento at&eacute; o momento da entrevista.

O inqu&eacute;rito pretende estimar as coberturas vacinais relativas &agrave;s seguintes vacinas: BCG, hepatite B, poliomielite, pentavalente, rotav&iacute;rus humano, febre amarela, meningococo conjugada C, pneumococo conjugado 10 valente, influenza, hepatite A, tr&iacute;plice viral, varicela e refor&ccedil;o para DPT e poliomielite. Atrav&eacute;s do estudo, ser&aacute; poss&iacute;vel comparar as doses aplicadas, os dados de produ&ccedil;&atilde;o dos servi&ccedil;os de aten&ccedil;&atilde;o b&aacute;sica, a propor&ccedil;&atilde;o de crian&ccedil;as que utilizam servi&ccedil;os privados para imuniza&ccedil;&atilde;o, assim como avaliar as condi&ccedil;&otilde;es de vida e dados socioecon&ocirc;micos das fam&iacute;lias.

De acordo com a coordenadora do estudo na capital baiana, a pesquisadora Gl&oacute;ria Teixeira, &quot;os&nbsp;resultados deste inqu&eacute;rito ser&atilde;o fundamentais para o Programa Nacional de Imuniza&ccedil;&atilde;o definir novas estrat&eacute;gias capazes de obter maior ades&atilde;o dos pais e respons&aacute;veis pelas crian&ccedil;as ao Calend&aacute;rio de Vacina&ccedil;&atilde;o Infantil&quot;.

Os entrevistadores de campo s&atilde;o profissionais contratados pela empresa Science, sob supervis&atilde;o do ISC/Ufba, e devidamente identificados com crach&aacute;, camisa do projeto e carta de apresenta&ccedil;&atilde;o. Durante as visitas, os profissionais seguem o protocolo de seguran&ccedil;a e higieniza&ccedil;&atilde;o estabelecido pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de, com uso de m&aacute;scaras, protetor facial, &aacute;lcool gel e distanciamento f&iacute;sico em rela&ccedil;&atilde;o aos entrevistados. As entrevistas s&atilde;o realizadas, preferencialmente, em local aberto e arejado, com dura&ccedil;&atilde;o m&eacute;dia de 20 a 30 minutos.

Para garantir maior seguran&ccedil;a e transpar&ecirc;ncia da pesquisa, o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de disponibilizou o telefone 136 (Disque Sa&uacute;de) para fornecer informa&ccedil;&otilde;es gerais sobre o estudo. Atrav&eacute;s do telefone 0800 025 0174, a popula&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m pode tirar d&uacute;vidas sobre a pesquisa e confirmar a identidade dos entrevistadores diretamente com a empresa contratada.

N&Uacute;MEROS ALARMANTES

Dados do PNI tamb&eacute;m apontam&nbsp;que 69,61% das crian&ccedil;as baianas receberam a dose da poliomielite, vacina que protege contra a paralisia infantil, em 2020. A meta estabelecida pelo Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de para essa vacina &eacute; de 95%. Nos &uacute;ltimos anos, a queda da cobertura da p&oacute;lio foi de 27% na Bahia (2015-2020). Em Salvador, apenas 72,44% das crian&ccedil;as receberam a dose no ano passado. A queda na cobertura da poliomielite no munic&iacute;pio chega a quase 30% no per&iacute;odo (2015-2020).

No estado, as metas tamb&eacute;m n&atilde;o foram alcan&ccedil;adas em nenhuma das demais vacinas do calend&aacute;rio b&aacute;sico (rotav&iacute;rus, meningoc&oacute;cica C, pentavalente, pneumoc&oacute;cica, poliomielite, febre amarela, tr&iacute;plice viral) em 2020. Em Salvador, apenas a vacina BCG (110,44%) atingiu a meta no ano passado. Apesar de registrar cobertura de 94,38%, a tr&iacute;plice viral ficou abaixo da meta estabelecida de 95%.

Na Bahia e em Salvador, a ades&atilde;o mais baixa registrada em 2020 foi para a febre amarela: 61,06% das crian&ccedil;as receberam a vacina no estado; no munic&iacute;pio, 63,58%. No entanto, a meta para essa vacina &eacute; de 100% de acordo com o Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de.

Ainda conforme a pesquisadora Gl&oacute;ria Teixeira, a queda da cobertura vacinal pode estar relacionada a diversos fatores, como dificuldade de acesso &agrave;s salas de vacina&ccedil;&atilde;o, impossibilidade dos pais ou cuidadores em buscar os servi&ccedil;os de sa&uacute;de nos dias &uacute;teis, ou at&eacute; mesmo a recusa dos respons&aacute;veis pela crian&ccedil;a em vacin&aacute;-las.

&quot;A pesquisa vai contribuir para subsidiar o PNI no aprimoramento e fortalecimento das atividades de vacina&ccedil;&atilde;o em cada munic&iacute;pio a partir das falhas detectadas, a exemplo do hor&aacute;rio de atendimento, localiza&ccedil;&atilde;o das salas de vacina&ccedil;&atilde;o, disponibilidade permanente dos imunobiol&oacute;gicos, estabelecer busca ativa de crian&ccedil;as n&atilde;o vacinadas, dentre outras medidas&quot;, avalia.

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Fonte:&nbsp;<a href="http://pni.datasus.gov.br/" target="_blank">Sistema de Informa&ccedil;&atilde;o do Programa Nacional de Imuniza&ccedil;&otilde;es</a>

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