O secret&aacute;rio-geral da Organiza&ccedil;&atilde;o do Tratado do Atl&acirc;ntico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, voltou a afirmar, hoje (1&ordm;/3), que os 30 pa&iacute;ses que integram a alian&ccedil;a militar multinacional condenam o ataque russo &agrave; Ucr&acirc;nia, mas que a organiza&ccedil;&atilde;o n&atilde;o enviar&aacute; tropas para lutar ao lado das for&ccedil;as de resist&ecirc;ncia ucranianas.

A Ucr&acirc;nia n&atilde;o faz parte da Otan, embora seja considerada um pa&iacute;s-parceiro e, h&aacute; anos, venha sinalizando a inten&ccedil;&atilde;o de participar da alian&ccedil;a &ndash; movimento combatido pelo governo russo, que teme o aumento da influ&ecirc;ncia dos Estados Unidos no leste europeu.

&ldquo;Os [pa&iacute;ses] aliados da Otan fornecem diferentes tipos de apoio militar [ao governo ucraniano]: material, armas antitanque, sistemas de defesa a&eacute;rea e outros tipos de equipamento militar, al&eacute;m de ajuda humanit&aacute;ria e tamb&eacute;m apoio financeiro, mas a Otan n&atilde;o deve fazer parte do conflito e n&atilde;o enviar&aacute; tropas ou avi&otilde;es para a Ucr&acirc;nia&rdquo;, disse o secret&aacute;rio-geral, esta manh&atilde;, ap&oacute;s visitar uma base a&eacute;rea polonesa na companhia do presidente da Pol&ocirc;nia, Andrzej Duda.

Stoltenberg disse que o presidente russo Vladimir Putin &ldquo;destruiu a paz na Europa&rdquo; ao atacar a Ucr&acirc;nia de forma &ldquo;inaceit&aacute;vel&rdquo;, e que, por isto, a Otan acionou, pela primeira na hist&oacute;ria, sua For&ccedil;a de Resposta militar, cujo efetivo j&aacute; est&aacute; sendo mobilizado por terra, mar e ar.

&ldquo;A guerra de Putin afeta a todos n&oacute;s. E os Aliados da Otan estar&atilde;o sempre juntos. Para defender e proteger uns aos outros&rdquo;, disse o secret&aacute;rio-geral, citando a presen&ccedil;a de jatos de combate dos Estados Unidos na base a&eacute;rea polonesa de Lask e a iminente chegada de tropas francesas &agrave; Rom&ecirc;nia.

&ldquo;Protegeremos e defenderemos cada cent&iacute;metro do territ&oacute;rio da Otan&rdquo;, acrescentou Stoltenberg. &ldquo;Mas n&atilde;o buscamos o conflito com a R&uacute;ssia, que deve parar imediatamente a guerra, retirar todas as suas for&ccedil;as [militares] da Ucr&acirc;nia e se engajar de boa f&eacute; nos esfor&ccedil;os diplom&aacute;ticos.&rdquo;

Ao responder &agrave;s perguntas de jornalistas presentes na base a&eacute;rea de Lask, o presidente polon&ecirc;s Andrzej Duda refor&ccedil;ou a fala de Stoltenberg, assegurando que mesmo que pa&iacute;ses-membros da Otan forne&ccedil;am apoio humanit&aacute;rio ou militar &agrave; Ucr&acirc;nia, a organiza&ccedil;&atilde;o, institucionalmente, n&atilde;o tomou parte no conflito.

&ldquo;Como o secret&aacute;rio-geral disse, n&atilde;o estamos enviando jatos para a Ucr&acirc;nia pois isto configuraria uma interfer&ecirc;ncia militar no conflito ucraniano. A Otan n&atilde;o &eacute; parte nesse conflito. No entanto, a Pol&ocirc;nia est&aacute; apoiando os ucranianos com ajuda humanit&aacute;ria.&rdquo;

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O Minist&eacute;rio da Defesa da R&uacute;ssia anunciou, nesta ter&ccedil;a-feira (15/2), a retirada de algumas for&ccedil;as russas posicionadas h&aacute; v&aacute;rias semanas na fronteira com a Ucr&acirc;nia. Os militares come&ccedil;am a regressar &agrave;s suas bases ainda hoje, disse o porta-voz Igor Konashenkov, citado pela ag&ecirc;ncia russa Interfax.

&ldquo;As unidades dos distritos militares a sul e oeste que cumpriam o destacamento j&aacute; come&ccedil;aram a carregar os meios de transporte ferrovi&aacute;rio e rodovi&aacute;rio e v&atilde;o come&ccedil;ar a regressar &agrave;s suas bases hoje&rdquo;, afirmou.

Ao anunciar a decis&atilde;o, Konashenkov indica que os exerc&iacute;cios de larga escala no pa&iacute;s continuam, mas algumas unidades dos distritos sul e oeste, mais pr&oacute;ximos da fronteira com a Ucr&acirc;nia, j&aacute; completaram as a&ccedil;&otilde;es para as quais tinham sido destacados.

Nas &uacute;ltimas semanas, a R&uacute;ssia juntou mais de 130 mil soldados na fronteira com a Ucr&acirc;nia, causando grande preocupa&ccedil;&atilde;o e alimentando o receio de invas&atilde;o daquele pa&iacute;s.

Desses soldados, cerca de 30 mil est&atilde;o realizando exerc&iacute;cios militares conjuntos com a Bielorr&uacute;ssia. As atividades devem terminar no pr&oacute;ximo domingo (20/2).

Os sinais enviados pelo Kremlin nas &uacute;ltimas horas s&atilde;o contradit&oacute;rios: novas imagens de sat&eacute;lite divulgadas por uma empresa norte-americana, a Maxar Technologies, mostram atividade militar russa crescente em v&aacute;rios locais pr&oacute;ximos &agrave; Ucr&acirc;nia. A empresa tem acompanhado as movimenta&ccedil;&otilde;es russas e indica que houve atividades significativas entre domingo (13) e segunda-feira.

O pr&oacute;prio presidente da Ucr&acirc;nia, Volodymyr Zelensky, disse ontem que j&aacute; haveria data fixada pelas for&ccedil;as russas para uma invas&atilde;o do pa&iacute;s: quarta-feira, 16 de fevereiro.

A retirada parcial ocorre ap&oacute;s semanas de intensos esfor&ccedil;os diplom&aacute;ticos e no dia em que o chanceler alem&atilde;o, Olaf Scholz, &eacute; esperado em Moscou para negociar a quest&atilde;o da Ucr&acirc;nia com o presidente Vladimir Putin.

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