No calend&aacute;rio crist&atilde;o, 29 de junho &eacute; dia dedicado a S&atilde;o Pedro, um dos ap&oacute;stolos mais pr&oacute;ximos de Jesus e figura central na funda&ccedil;&atilde;o da Igreja. Conhecido por ser o &ldquo;porteiro do c&eacute;u&rdquo;, S&atilde;o Pedro tamb&eacute;m &eacute; popularmente lembrado como o 'Santo das Vi&uacute;vas'.
<a href="https://aratuon.com.br/interior/cidade-gasta-3-4-do-orcamento-anual-para-cultura-com-festa-de-sao-pedro" target="_blank" rel="noopener">+ Cidade gasta 3/4 do or&ccedil;amento anual para cultura com festa de S&atilde;o Pedro</a>
Mas de onde vem essa liga&ccedil;&atilde;o entre o primeiro papa da hist&oacute;ria e as mulheres que perderam seus maridos?
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/1a65054f-9b65-4f13-960c-6da0b1d3a256.png?width=1536&amp;height=1024" alt="S&atilde;o Pedro &eacute; o Santo das Vi&uacute;vas. Foto: Imagem feita por IA">
<a href="https://aratuon.com.br/sao-joao/saiba-o-que-esta-por-tras-dos-diferentes-formatos-da-fogueira-junina" target="_blank" rel="noopener">+ Saiba o que est&aacute; por tr&aacute;s dos diferentes formatos da fogueira junina</a>
<h3>Santo das vi&uacute;vas: conex&atilde;o constru&iacute;da na f&eacute; e tradi&ccedil;&atilde;o</h3>
A associa&ccedil;&atilde;o de S&atilde;o Pedro &agrave;s vi&uacute;vas n&atilde;o tem uma origem &uacute;nica ou oficial nos textos b&iacute;blicos, mas est&aacute; enraizada em tradi&ccedil;&otilde;es populares, especialmente no interior do Brasil.
Segundo estudiosos da religiosidade popular, a imagem de S&atilde;o Pedro como intercessor das vi&uacute;vas surgiu por dois caminhos principais: seu papel de lideran&ccedil;a espiritual e seu suposto estado civil. Em algumas interpreta&ccedil;&otilde;es hist&oacute;ricas, acredita-se que Pedro foi casado.&nbsp;
Conversando com a nossa reportagem, o historiador Rodrigo Lopes disse que a conex&atilde;o entre S&atilde;o Pedro e vi&uacute;vas se d&aacute; pela sua pr&oacute;pria condi&ccedil;&atilde;o de vi&uacute;vo. O professor ressaltou que na B&iacute;blia n&atilde;o h&aacute; refer&ecirc;ncia &agrave; esposa dele, mas faz men&ccedil;&atilde;o &agrave; sogra.&nbsp;
'Ent&atilde;o, as pessoas chegaram &agrave; conclus&atilde;o de que a esposa dele n&atilde;o era viva e ele era vi&uacute;vo', considerou Lopes, destacando que em uma passagem b&iacute;blica h&aacute; relato de que Jesus vai na casa de Pedro e encontra sua sogra enferma.
'Jesus cura a sogra dele, mas n&atilde;o tem refer&ecirc;ncia &agrave; esposa, ent&atilde;o chegou-se &agrave; a conclus&atilde;o que ele deveria ser vi&uacute;vo e, por isso, a tradi&ccedil;&atilde;o oral relacionou S&atilde;o Pedro como padroeiro de vi&uacute;vos e vi&uacute;vas', explicou Lopes.
O historiador Roberto Pessoa comunga da mesma explica&ccedil;&atilde;o e acrescentou que Pedro, antes chamado de Sim&atilde;o, e filho de Jonas, foi casado com Perp&eacute;tua, uma uma mo&ccedil;a da Galileia.
'N&atilde;o &eacute; uma comprova&ccedil;&atilde;o t&atilde;o s&oacute;lida, porque a B&iacute;blia n&atilde;o relatou isso, mas &eacute; um relato dos livros de hist&oacute;ria l&aacute; da Galileia, que ele foi casado com Perp&eacute;tua e ficou vi&uacute;vo', informou Pessoa. No entanto, conforme o historiador, quando Jesus conheceu Pedro, como pescador, ele j&aacute; estaria sem a sua companheira.
<a href="https://aratuon.com.br/entretenimento/nao-acabou-a-pipoca-sao-pedro-da-sequencia-aos-festejos-juninos-na-bahia" target="_blank" rel="noopener">+ S&atilde;o Pedro d&aacute; sequ&ecirc;ncia aos festejos juninos na Bahia; veja calend&aacute;rio</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/0c560d2d-d997-4c02-a61e-554ed500b528.jpg?width=800&amp;height=671" alt="Santo das Vi&uacute;vas, S&atilde;o Pedro teria sido casado. Foto: Imagem feita por IA">
Al&eacute;m da conex&atilde;o com as vi&uacute;vas, S&atilde;o Pedro representa autoridade e acolhimento espiritual. Ele &eacute; o respons&aacute;vel por 'guardar as chaves do c&eacute;u' e, segundo a tradi&ccedil;&atilde;o popular, decide quem entra ou n&atilde;o no para&iacute;so.
Para muitas vi&uacute;vas, especialmente em tempos passados, esse simbolismo era reconfortante: a ideia de que um santo vi&uacute;vo poderia interceder por elas e, eventualmente, pelos maridos falecidos.
<h3>Devo&ccedil;&atilde;o que atravessa gera&ccedil;&otilde;es</h3>
Em v&aacute;rias regi&otilde;es do Brasil, principalmente no Nordeste, &eacute; comum encontrar grupos de ora&ccedil;&atilde;o e comunidades que invocam S&atilde;o Pedro em nome das vi&uacute;vas.
Durante as festas juninas, que tamb&eacute;m celebram o santo no fim de junho, &eacute; tradicional que vi&uacute;vas participem com vestimentas especiais e tenham lugar de destaque em prociss&otilde;es e novenas.
H&aacute; ainda relatos de promessas feitas ao santo por mulheres que perderam seus companheiros, buscando consolo, for&ccedil;a ou at&eacute; uma nova chance de felicidade. Muitas dessas manifesta&ccedil;&otilde;es revelam o quanto a f&eacute;, moldada por aspectos culturais e sociais, encontra espa&ccedil;o para se adaptar &agrave;s dores e esperan&ccedil;as do povo.
Na religiosidade popular, S&atilde;o Pedro n&atilde;o &eacute; apenas o guardi&atilde;o dos c&eacute;us, mas tamb&eacute;m um s&iacute;mbolo de renova&ccedil;&atilde;o e amparo. Para as vi&uacute;vas, ele representa n&atilde;o s&oacute; a saudade, mas a possibilidade de recome&ccedil;o, de for&ccedil;a espiritual e de acolhimento divino.
LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/cultura/saiba-porque-as-festas-juninas-sao-curtidas-tradicionalmente-no-interior" target="_blank" rel="noopener">Por que as festas juninas s&atilde;o mais tradicionais no interior? Entenda</a>

Neste s&aacute;bado (24), &eacute; comemorado o Dia Nacional do Caf&eacute; &mdash; a bebida que surgiu no s&eacute;culo VII, percorreu o mundo como coffee no ingl&ecirc;s e kaffee na l&iacute;ngua alem&atilde;, ao chegar em Salvador, virou o querido &ldquo;menorzinho&rdquo;. Da Cidade Alta &agrave; Cidade Baixa, o caf&eacute; conquistou espa&ccedil;o nos lares e nos cora&ccedil;&otilde;es dos brasileiros. Mas h&aacute; quem <a href="https://aratuon.com.br/pesquisa?q=caf%C3%A9">v&aacute; al&eacute;m do consumo di&aacute;rio</a>: vive do gr&atilde;o e dele tira o sustento.
Em Salvador, essa paix&atilde;o pelo &ldquo;pretinho&rdquo; virou h&aacute;bito, estilo de vida e at&eacute; moda &mdash; especialmente entre os anos 1970 e in&iacute;cio dos 2000. Foi nessa &eacute;poca que os<a href="https://aratuon.com.br/cultura/das-ruas-para-o-cinema-documentario-aborda-ac"> tradicionais carrinhos de caf&eacute;</a> se espalharam pelo Centro da cidade, com formatos diversos, cores vibrantes e a miss&atilde;o de servir o melhor caf&eacute; a pre&ccedil;o justo.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/337ede87-d7b3-4ac5-9508-45bf082ca4c5.png?width=1280&amp;height=768" alt="'Cafezinho': tradi&ccedil;&atilde;o resiste &agrave; moderniza&ccedil;&atilde;o e abandono do of&iacute;cio em Salvador. Foto: Anna Caroline Santiago | Aratu On ">
<h3>Patrim&ocirc;nio Imaterial de Salvador</h3>
Reconhecido provisoriamente como Patrim&ocirc;nio Imaterial de Salvador desde 2021, o of&iacute;cio dos cafezeiros vem ganhando aten&ccedil;&atilde;o da Funda&ccedil;&atilde;o Greg&oacute;rio de Mattos (FGM), que desde 2023 trabalha na elabora&ccedil;&atilde;o de um Dossi&ecirc; T&eacute;cnico. O documento tem o objetivo de subsidiar e fortalecer o processo para o registro definitivo da atividade dos &ldquo;cafezinhos&rdquo; e &ldquo;cafezinhas&rdquo;, como os pr&oacute;prios vendedores se denominam.
Com o tempo, no entanto, a tradi&ccedil;&atilde;o perdeu for&ccedil;a. Quem caminha hoje pela Avenida Sete ou pelo Rel&oacute;gio de S&atilde;o Pedro j&aacute; n&atilde;o encontra tantos carrinhos coloridos, acompanhados de doces e caixas de som acopladas que atra&iacute;am filas em busca do &ldquo;menor&rdquo;. A redu&ccedil;&atilde;o &eacute; reflexo das mudan&ccedil;as na cidade: a chegada de <a href="https://aratuon.com.br/curiosidades/choveu-conheca-5-bares-e-cafes-diferentoes-em-salvador-para-visitar">cafeterias gourmetizadas</a>, o desinteresse das novas gera&ccedil;&otilde;es e a aus&ecirc;ncia de pol&iacute;ticas p&uacute;blicas de valoriza&ccedil;&atilde;o do of&iacute;cio.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/ad11cdbc-1fa2-4858-8ac0-f0ad512eb538.png?width=1280&amp;height=768" alt="Cris Caf&eacute;. Foto: Secom PMS">
<h3>Aus&ecirc;ncia de 'cafezinhos' no Centro</h3>
A equipe do Aratu On foi &agrave;s ruas do Centro em busca dos que ainda resistem. Na Pra&ccedil;a da Piedade, ponto onde antes os carrinhos dominavam, encontramos Rubens Pinheiro, 52, e Jos&eacute; Wilson, 55, dois veteranos que relatam as mudan&ccedil;as no cen&aacute;rio e a luta por reconhecimento.
Antes de usar o carrinho, Rubens come&ccedil;ou vendendo caf&eacute; com seis garrafas nas m&atilde;os. Com o aumento da clientela, h&aacute; mais de 30 anos, decidiu investir no carrinho para facilitar as vendas. &ldquo;Eu sei que antigamente fazia mais sucesso do que hoje em dia. Hoje t&aacute; mais fraco&rdquo;, lamenta.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/4cd94139-5e1d-4228-b5bc-cd9f2ea1d577.png?width=1280&amp;height=768" alt="Rubens Pinheiro. Foto: Anna Caroline Santiago | Aratu On">
Ele explica que a queda na procura est&aacute; diretamente ligada ao aumento no pre&ccedil;o do produto. &ldquo;O pessoal j&aacute; t&aacute; comprando pouco. A&iacute; o caf&eacute; aumentou, a tend&ecirc;ncia &eacute; diminuir mais e mais&rdquo;, afirma.
Hoje, o quilo do caf&eacute; tradicional pode custar entre R$ 100 e R$ 130. De acordo com o IBGE, o pre&ccedil;o da bebida subiu 80% entre abril de 2024 e abril de 2025. As raz&otilde;es incluem eventos clim&aacute;ticos extremos, a alta na demanda global e a entrada da China no mercado consumidor.
Com esse cen&aacute;rio, <a href="https://aratuon.com.br/economia/alta-nos-precos-derruba-consumo-de-cafe-em-16-aponta-associacao-">o consumo de caf&eacute; caiu quase 16% no Brasil em abril deste ano</a>, na compara&ccedil;&atilde;o com o mesmo m&ecirc;s de 2024.
Assim como Rubens, Jos&eacute; viu a clientela mudar bastante, principalmente ap&oacute;s a pandemia da Covid-19. Apesar disso, ele diz que ainda h&aacute; um p&uacute;blico fiel, enquanto Rubens nota uma mudan&ccedil;a de comportamento. &ldquo;A gente trabalha na rua. Muitas pessoas hoje preferem tomar caf&eacute; no shopping, algo mais sofisticado, do que comprar assim, na rua. N&atilde;o &eacute; mais como antigamente, n&atilde;o fa&ccedil;o mais duas viagens pra repor caf&eacute;&rdquo;, desabafa.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/a97c45df-6fd9-4106-a8fc-965c97a4df5e.png?width=1280&amp;height=768" alt="Carrinho de Caf&eacute;. Foto: Anna Caroline Santiago | Aratu On">
Apesar de o carrinho de caf&eacute; ter virado um modo de vida para muitos, a falta de regulamenta&ccedil;&atilde;o e de pol&iacute;ticas de apoio contribuiu para o enfraquecimento do of&iacute;cio. Rubens e Jos&eacute; concordam: n&atilde;o h&aacute; respeito pela profiss&atilde;o, tampouco incentivo.
<h3>Oficializa&ccedil;&atilde;o da profiss&atilde;o</h3>
Vagner Rocha, diretor de Patrim&ocirc;nio da FGM, afirma que desde o reconhecimento provis&oacute;rio do of&iacute;cio como patrim&ocirc;nio imaterial, a funda&ccedil;&atilde;o tem atuado com a&ccedil;&otilde;es de valoriza&ccedil;&atilde;o, como o projeto Salvador Vai de Cafezinho, que j&aacute; foi contemplado em edi&ccedil;&otilde;es do Edital Jaime Sodr&eacute;.
Em 2024, com recursos da Lei Paulo Gustavo, a FGM iniciou a produ&ccedil;&atilde;o do dossi&ecirc; t&eacute;cnico que sustenta o processo de patrimonializa&ccedil;&atilde;o. O documento foi desenvolvido atrav&eacute;s do Edital Salvador Cidade Patrim&ocirc;nio, em parceria com a Associa&ccedil;&atilde;o de Terreiros da Bahia Egb&eacute; Ax&eacute;, os pr&oacute;prios cafezeiros, a comunidade e &oacute;rg&atilde;os p&uacute;blicos e privados.
"Estamos agora na fase final de revis&atilde;o, normatiza&ccedil;&atilde;o e diagrama&ccedil;&atilde;o desse dossi&ecirc;. Isso significa que, muito em breve, esse documento ser&aacute; disponibilizado no site da FGM para consulta p&uacute;blica durante um m&ecirc;s, para que a sociedade civil possa acessar o documento", garantiu.
Ap&oacute;s esse per&iacute;odo, o material ser&aacute; avaliado pelo Conselho Consultivo do Patrim&ocirc;nio Cultural de Salvador. Se aprovado, a FGM publicar&aacute; o decreto de registro especial no Di&aacute;rio Oficial, e o of&iacute;cio dos cafezeiros ser&aacute; finalmente reconhecido como Patrim&ocirc;nio Cultural Imaterial de Salvador.
<h3>Carrinhos de caf&eacute;&nbsp;</h3>
Durante a conversa com os cafezinhos, Wilson relembrou o tempo em que a criatividade tomava conta dos carrinhos: &ldquo;T&iacute;nhamos <a href="https://aratuon.com.br/tvaratu/2023-10-18/cafe-com-musica-tradicionais-carrinhos-em-forma-de-trio-eletrico-encantam-clientes-da-cidade">trio el&eacute;trico em formato de carrinho de caf&eacute;</a> pelas ruas, era divertido, mas agora parece que ningu&eacute;m quer mais vender caf&eacute; dessa forma&rdquo;, lamenta.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/eb363051-fcd7-45ca-a27c-386ae6394318.png?width=1280&amp;height=768" alt="Carrinho de Caf&eacute;. Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o">
Foi justamente para valorizar essa ousadia que nasceu o concurso 'Salvador Vai de Cafezinho'. A iniciativa promoveu oficinas, document&aacute;rios, cursos de capacita&ccedil;&atilde;o, desfiles com premia&ccedil;&atilde;o e exposi&ccedil;&otilde;es. Criado em 2021, o projeto teve sua &uacute;ltima edi&ccedil;&atilde;o em 2023.
Para entender as ra&iacute;zes dessa tradi&ccedil;&atilde;o, a reportagem conversou com o professor Edvard Passos, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Ufba, que deu continuidade ao legado do franc&ecirc;s Dimitri Ganzelevitch, 89, que viveu por 50 anos em Salvador.
<h3>In&iacute;cio da tradi&ccedil;&atilde;o</h3>
Nascido em Rabat, no Marrocos, Ganzelevitch criou na d&eacute;cada de 1980 o primeiro concurso de carrinhos, que durante 20 anos premiou os mais criativos da capital baiana. Com a falta de patroc&iacute;nios, o projeto foi interrompido e retomado depois por Edvard.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/3afe57b2-e52b-4612-bfc2-fce21a1b782e.png?width=1280&amp;height=768" alt="Dimitri Ganzelevitch. Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o">
Contemplado pela FGM, Passos se aproximou dos carrinhos de caf&eacute; por afinidade profissional e art&iacute;stica. &ldquo;Ele atravessa todas as minhas &aacute;reas de interesse. Salvador &eacute; objeto da minha pesquisa&rdquo;, conta o professor, que tamb&eacute;m atua como encenador e diretor de teatro.
&ldquo;O carrinho de caf&eacute; sempre chamou minha aten&ccedil;&atilde;o por ser um objeto de trabalho, um projeto arquitet&ocirc;nico e, ao mesmo tempo, uma interven&ccedil;&atilde;o art&iacute;stica na cidade&rdquo;, afirma.
O concurso distribu&iacute;a pr&ecirc;mios em dinheiro, contava com j&uacute;ri t&eacute;cnico e desfiles no Campo Grande. Na primeira etapa, dez finalistas eram selecionados. Na segunda, os tr&ecirc;s primeiros lugares recebiam R$ 4 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil, respectivamente. Os demais finalistas ganhavam R$ 1 mil cada.
<h3>Al&eacute;m de um concurso de desfiles</h3>
Apesar de ser estruturado como um concurso de desfile que elege o melhor artes&atilde;o, Passos destaca que o projeto surgiu, na verdade, da necessidade de fortalecer a articula&ccedil;&atilde;o entre os profissionais da &aacute;rea. &ldquo;A proposta &eacute; fomentar a organiza&ccedil;&atilde;o deles enquanto categoria, apresentando tamb&eacute;m o pedido de reconhecimento como patrim&ocirc;nio cultural e material&rdquo;, explica.
Edvard tamb&eacute;m relembra a luta da categoria por espa&ccedil;o em eventos populares. Em uma tentativa de participa&ccedil;&atilde;o no Carnaval, os vendedores pediram &agrave; prefeitura autoriza&ccedil;&atilde;o para trabalhar nas festas. Apesar do aval informal da Secretaria Municipal de Ordem P&uacute;blica (Semop), o of&iacute;cio nunca foi regulamentado nesses contextos.
Segundo ele, o Carnaval &mdash; momento de esperan&ccedil;a para os ambulantes &mdash; &eacute;, na verdade, quando mais sofrem. &ldquo;Uma cafezinha foi desrespeitada, em uma abordagem grosseira por agentes da Semop, e amea&ccedil;ada de ter o carrinho retirado&rdquo;, contou Passos. O epis&oacute;dio motivou um protesto chamado &ldquo;cafeata&rdquo;, em defesa dos trabalhadores.
A hist&oacute;ria dessa cafezinha, conhecida como Cris Caf&eacute; e, de tantos outros vendedores que resistem diariamente, est&aacute; retratada em um document&aacute;rio da Funda&ccedil;&atilde;o Greg&oacute;rio de Mattos, que revela os rostos e as hist&oacute;rias por tr&aacute;s dos carrinhos de caf&eacute; de Salvador.&nbsp;
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No dia 23 de abril, data dedicada a S&atilde;o Jorge, o santo guerreiro, n&atilde;o s&atilde;o apenas as igrejas que se enchem de fi&eacute;is &mdash; as cozinhas brasileiras tamb&eacute;m fervilham com um dos pratos mais emblem&aacute;ticos da culin&aacute;ria nacional: a feijoada. Em muitas comunidades, especialmente no Rio de Janeiro, a devo&ccedil;&atilde;o ao santo mistura-se com a cultura popular &agrave; mesa, e a feijoada ganha status de oferenda, celebra&ccedil;&atilde;o e s&iacute;mbolo de identidade.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/33fb4015-b75c-4257-85c2-bf83977a50b2.jpg?width=700&amp;height=440" alt="Feijoada Dia De Sao Jorge">
<a href="https://aratuon.com.br/geral/dia-de-sao-jorge-missas-e-caminhadas-celebram-santo-guerreiro-em-salvador" target="_blank" rel="noopener">+ Dia de S&atilde;o Jorge: missas e caminhada celebram Santo Guerreiro em Salvador</a>
<h3 style="text-align: justify;">F&eacute; e panela</h3>
No sincretismo religioso, S&atilde;o Jorge &eacute; associado a Ogum, orix&aacute; das batalhas e da prote&ccedil;&atilde;o, muito reverenciado nas religi&otilde;es de matriz africana. Ogum, por sua vez, &eacute; tradicionalmente homenageado com comidas fortes, de preparo elaborado &mdash; como a feijoada, que carrega simbolismos de resist&ecirc;ncia, coletividade e fartura.
<a href="https://aratuon.com.br/geral/dia-de-sao-jorge-missas-e-caminhadas-celebram-santo-guerreiro-em-salvador" target="_blank" rel="noopener">+ Onde comer as melhores feijoadas de Salvador? Confira lista feita pelo Dicas da Saideira</a>
<h3 style="text-align: justify;">S&iacute;mbolo de resist&ecirc;ncia</h3>
A pr&oacute;pria hist&oacute;ria da feijoada tem ra&iacute;zes na resist&ecirc;ncia: prato de origem colonial, nascido da mistura de ingredientes dispon&iacute;veis aos escravizados e &agrave;s camadas populares, tornou-se &iacute;cone da brasilidade. No dia de S&atilde;o Jorge, ela reafirma esse esp&iacute;rito &mdash; da luta di&aacute;ria, da supera&ccedil;&atilde;o e da coletividade.
<a href="https://aratuon.com.br/tvaratu/2023-12-11/20a-feijoada-do-padre-acontece-no-santo-antonio-alem-do-carmo" target="_blank" rel="noopener">+ 20&ordf; feijoada do Padre acontece no Santo Ant&ocirc;nio Al&eacute;m do Carmo</a>
A cada colherada, celebra-se mais que um santo: honra-se uma heran&ccedil;a cultural viva, que passa pelas m&atilde;os das cozinheiras, pelos batuques dos tambores e pela f&eacute; que move montanhas &mdash; ou, ao menos, enche as panelas.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/7ae43afa-ab19-4dc4-b641-f76c92e60a0f.jpg?width=700&amp;height=700" alt="Sao Jorge. Foto: Ilustra&ccedil;&atilde;o | Pexels">
LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/mundo/velorio-do-papa-francisco-e-aberto-na-basilica-de-sao-pedro" target="_blank" rel="noopener">Vel&oacute;rio do papa Francisco &eacute; aberto na Bas&iacute;lica de S&atilde;o Pedro</a>

Das tradi&ccedil;&otilde;es que envolvem a <a href="https://aratuon.com.br/curiosidades/semana-santa-significado-tradicoes-e-calendario-em-2025" target="_blank" rel="noopener">Semana Santa</a>, para al&eacute;m da crucifica&ccedil;&atilde;o de Cristo, na Sexta-Feira Santa, e a sua ressurrei&ccedil;&atilde;o, ocorrida no Domingo de P&aacute;scoa, um costume adotado no s&aacute;bado chama aten&ccedil;&atilde;o: a Queima do Judas. Tamb&eacute;m conhecida como &ldquo;Malha&ccedil;&atilde;o do Judas&rdquo;, <a href="https://aratuon.com.br/saude/isolamento-prejudica-vendas-de-bonecos-para-a-tradicional-queima-de-judas-e-comerciantes-amargam-prejuizos" target="_blank" rel="noopener">a tradi&ccedil;&atilde;o tem origem</a> medieval e adotou novos sentidos no per&iacute;odo moderno.
Confira detalhes sobre a hist&oacute;ria por tr&aacute;s da Queima do Judas:
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/dae39b4f-f1c2-4626-9d02-3de61e786da2.jpg?width=1024&amp;height=768" alt="Criada na Idade M&eacute;dia, a Queima do Judas deixou de ser uma tradi&ccedil;&atilde;o puramente religiosa para ser algo popular. Foto: Reprodu&ccedil;&atilde;o">
<h3> Ra&iacute;zes hist&oacute;ricas e religiosas</h3>
 O ato de queimar o Judas remonta ao per&iacute;odo do pr&oacute;prio Cristo, uma vez que reproduz a morte do ap&oacute;stolo Judas Iscariotes, apontado pela tradi&ccedil;&atilde;o cat&oacute;lica como &agrave;quele que traiu Jesus em troca de 30 moedas de ouro, na Sexta-Feira da Paix&atilde;o, e se enforcou na madrugada do S&aacute;bado de Aleluia, ap&oacute;s arrepender-se.
Com a Paix&atilde;o de Cristo sendo retratada desde &agrave; Idade M&eacute;dia, a morte de Judas era o momento em que fi&eacute;is ridicularizam e hostilizavam o traidor de Jesus, especialmente durante sua morte tr&aacute;gica. Com o passar dos s&eacute;culos, a &ldquo;Malha&ccedil;&atilde;o de Judas&rdquo; foi perdendo o car&aacute;ter religioso e agregando elementos sat&iacute;ricos, pol&iacute;ticos e festivos.
<h3><img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/d7a24f0e-65ac-4389-9971-1b7ab02d2ad1.jpg?width=800&amp;height=455" alt="A cria&ccedil;&atilde;o dos bonecos de Judas remonta do per&iacute;odo medieval e deixou o car&aacute;ter religioso para adotar um tom mais sat&iacute;rico e pol&iacute;tico atualmente. Foto: Arquivo"></h3>
<h3><img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/ec9fa481-8159-4784-97ce-e8117c70e829.jpg?width=1024&amp;height=683" alt="Em alguns lugares do mundo, a Queima do Judas &eacute; um evento de grandes propor&ccedil;&otilde;es. Foto: Margarida Ribeiro/Visite Vila do Conde"> Queima do Judas</h3>
A tradi&ccedil;&atilde;o consiste em se fazer um <a href="https://aratuon.com.br/saude/isolamento-prejudica-vendas-de-bonecos-para-a-tradicional-queima-de-judas-e-comerciantes-amargam-prejuizos" target="_blank" rel="noopener">boneco de pano ou com outro material</a>, envolto por roupas velhas, pendurado pelo pesco&ccedil;o em postes ou galhos de &aacute;rvores. A partir da&iacute;, o Judas &eacute; agredido por populares, especialmente crian&ccedil;as e adolescentes, antes que seja queimado.&nbsp;
<a href="https://aratuon.com.br/cidade/tradicao-a-mesa-confira-onde-comer-em-salvador-na-semana-santa" target="_blank" rel="noopener">+Tradi&ccedil;&atilde;o &agrave; Mesa: confira onde comer em Salvador na Semana Santa</a>
Aqui no Brasil, especialmente no Nordeste, o costume, trazido pelos portugueses, virou rito popular e ganhou novos contornos e &eacute; comum ver o boneco Judas com rostos de personalidades pol&iacute;ticas, como os presidentes Lula e Bolsonaro.
Em cidades menores do Brasil, a Queima do Judas assume um tom mais religioso, com a leitura de passagens da B&iacute;blia e sem o car&aacute;ter popularesco.
Confira algumas imagens sobre a Malha&ccedil;&atilde;o do Judas: <img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/a4c6f2e5-c478-4421-8f58-57bd6de5d948.jpg?width=720&amp;height=900" alt="Pol&iacute;ticos costumam ser representados constantemente, a exemplo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: X">
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/e9772419-1d9f-4304-ac78-081c864d6eda.jpg?width=2000&amp;height=1000" alt="Os presidentes Dilma e Lula j&aacute; foram personagens da Queima de Judas. Foto: Reprodu&ccedil;&atilde;o/Uol">
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/3813a09b-7f36-4884-90b7-4400357c38bd.jpg?width=829&amp;height=415" alt="Aqui vemos o influenciador Felipe Neto e o ministro do STF Lu&iacute;s Roberto Barroso como Judas.Foto: Redes Sociais">
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/64d657cf-bae3-4c4d-96e8-01765abf2c0d.jpg?width=1280&amp;height=853" alt="Vestido com roupas velhas ou mesmo camisas de time, o boneco Judas &eacute; uma tradi&ccedil;&atilde;o a mais na Semana Santa. Foto: Reprodu&ccedil;&atilde;o/Correio">

Salvador e a chegada do mês de setembro já são sinônimo de convites para um Caruru. A tradição mobiliza os baianos a comemorarem o prato feito com quiabo, em homenagem aos santos e divindades da religião católica e do candomblé.

Angela Costa, devota dos erês - espíritos ou entidades associadas à infância na crença iorubá e no candomblé - oferece o caruru há quatro anos, para pagar a promessa que fez às entidades. A primeira vez que comemorou a tradição foi no dia 26 de setembro de 2020.

"Estava recém-separada e, no momento em que precisei, eles (as entidades) me ajudaram. Consegui um emprego e um novo apartamento. Não fico sem fazer o caruru para pagar minha promessa", conta.

Angela segue as tradições do candomblé e conta ainda que, graças aos êres, foi abençoada com o casamento de sua filha. "Ganhei um genro maravilhoso. E minha filha se casou dia 26 de setembro de 2023", acrescenta.

[caption id="attachment_382229" align="alignnone" width="712"]<img class=" wp-image-382229" src="https://aratuon.com.br/wp-content/uploads/2024/09/WhatsApp-Image-2024-09-26-at-13.21.45-282x300.jpeg" alt="" width="712" height="757" /> Foto: Arquivo pessoal/ Angela Costa[/caption]

Para os católicos, 26 de setembro é o dia dos santos gêmeos médicos, Cosme e Damião, popularmente conhecidos como padroeiros das crianças, devido às curas feitas na Ásia Menor, atual Egeia na Síria, que foram consideradas "milagrosas".

Já para as religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé, o dia dos santos gêmeos, conhecidos como ibejis, é comemorado no dia 27 de setembro, quando o caruru é ofertado primeiramente para as crianças, que representam os erês.

Ibeji é um termo de origem iorubá que se refere a gêmeos ou à divindade associada a eles. Na cultura africana, ibeji é venerado como um orixá que representa a dualidade, a fertilidade e a proteção. Os gêmeos são considerados sagrados e possuem uma forte ligação com a espiritualidade.

CARURU DE SÃO COSME E DAMIÃO - OU DE "SETE MENINOS"

A tradição do caruru de São Cosme e Damião ou de sete meninos,  é oferecido primeiramente aos orixás ibejis e aos erês e depois a sete (ou mútiplos de sete) crianças, que representam os irmãos: Cosme, Damião, Doum, Alabá, Crispim, Crispiniano e Talabi.

Também são oferecidos doces, como pé-de-moloque, balas e chicletes. A cerimônia costuma incluir danças, cantos e rezas, além de um ambiente festivo que celebra a alegria e a proteção aos pequenos.

O historiador Rafael Passos explica que Cosme e Damião eram médicos pela tradição católica e que foram perseguidos, torturados e mortos como bruxos durante o império romano, no fim do ano 300.

"O culto desses santos chega ao Brasil entre 1530 e 1540, através dos portugueses, mas com o tempo sofre alterações devido à sua relação com os povos que eram escravizados. O culto a eles então ganha um terceiro membro (Doum, irmão mais novo) e alteração em suas cores de origem (indo para o azul e rosa claro)", acrescenta Rafael.

[caption id="attachment_382253" align="alignnone" width="807"]<img class=" wp-image-382253" src="https://aratuon.com.br/wp-content/uploads/2024/09/WhatsApp-Image-2024-09-26-at-15.14.31-300x210.jpeg" alt="" width="807" height="565" /> Arte: Engelis de Oliveira/ Pintura em aquarela e bico de pena sobre papel aquarelável. Cosme, Damião e Doum. 2019[/caption]

O historiador também explica que, por se tratar de uma tradição de região periférica, existia um encanto e também uma repulsa por parte das pessoas. Ele afirma que essa cultura vem sendo diminuída devido ao avanço dos evangélicos.  "Há 10, 15 anos, todo mundo tinha um caruru. Hoje em dia, as pessoas correm atrás de um que mantenha a tradição, em especial fora dos terreiros. Antigamente, diversas famílias mantinham a tradição viva", explica Rafael.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL

O caruru, que é ofertado durante todo o mês de setembro e se repete todos os anos, <a href="https://aratuon.com.br/cultura/2024-09-19/caruru-de-sao-cosme-e-damiao-se-torna-patrimonio-imaterial-da-bahia/" target="_blank" rel="noopener">agora é patrimônio imaterial da Bahia</a>. O título do prato, feito com quiabo, camarão seco e muito azeite de dendê, foi aprovado por unanimidade pelo pleno do Conselho Estadual de Cultura (CEC). O registro será publicado no Diário Oficial da Bahia nesta sexta-feira (27 de setembro), dia da celebração.

Para o professor de História da Arte e artes plásticas, Engelis de Oliveira, a festividade une elementos de devoção aos santos gêmeos, com práticas culinárias e rituais que homenageiam orixás, tornando o prato uma verdadeira celebração da diversidade religiosa do país. "Dentro dessa síntese, essa simbiose entre as religiões, tanto europeias quanto africanas, a gente tem essa dimensão sincrética, que foi introduzida na nossa cultura de maneira muito orgânica", explica Engelis.

Ele também afirma que comer o caruru no dia de São Cosme e Damião, que para alguns é dia 26 e para outros 27 de setembro, é um ato não necessariamente religioso, mas cultural.

CARURU EM SALVADOR E REGIÃO METROPOLITANA (RMS)

Para uma tradição se manter viva, é necessário mantê-la ativa. Algumas figuras, como a família de Cira do Acarajé, que pratica a festividade há 85 anos, distribuem todos os anos o prato religioso. Confira alguns locais que irão oferecer caruru em Salvador:

01. Barraca do Chapéu de Couro
Data e Horário: Sexta-feira (27/9) - 12h
Local: Mercado das Sete Portas - Praça 1º de Maio, Box 82, Barbalho, Salvador.

02. Terreiro Ilê Axé Omim Odô
Data e Horário: 12/10 - 17h
Local: Rua Alto do Caji, 5, Quilombo Quingoma de Fora, Lauro de Freitas

03. Terreiro Onzo Kawungemy
Data e Horário: Sexta-feira (27/9)- 17h
Local: Estrada da Liberdade, 554, Liberdade, Salvador

04. Galo de Diumbanda
Data e Horário: Sexta-feira (27/9)- 18h
Local: Comunidade Pela Porco, Sete Portas

05. Clube dos Oficiais da Polícia Militar e Bombeiros
Data e Horário: Sexta-feira (27/9) - 18h30
Local: Av. Dendezeiros, S/N, Bonfim.

LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/cultura/2024-09-27/caruru-de-sao-cosme-e-sao-damiao-e-oficializado-como-patrimonio-cultural-da-bahia/" target="_blank" rel="noopener">Caruru de São Cosme e São Damião é oficializado como Patrimônio Cultural da Bahia</a>

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O último domingo do mês de janeiro é marcado por celebrações voltadas para São Lázaro, protetor dos enfermos, desamparados e dos animeis, e para a tradicional festa de Omulu, o orixá da doença e da cura nas religiões de matriz africana. Para celebrar as duas entidades, uma de igreja católica e outra do Candomblé, as festas são marcadas pela lavagens da escadaria da igreja de São Lázaro, no Engenho Velho da Federação, com velas e banho de pipoca.

Os devotos de São Lázaro prestam suas homenagens através de missas no Santuário de São Lázaro e São Roque, no bairro da Federação. A programação tem início com uma alvorada, logo nas primeiras horas da manhã, seguida de missas e celebrações eucarísticas ao longo do dia. Dessa forma, o santo fecha as Festas Populares do mês de janeiro, que incluíram as festas de Bom Jesus dos Navegantes (1/1), Iansã ou Santa Bárbara e Senhor do Bonfim (11/1).

HISTÓRIA

[caption id="attachment_288300" align="alignnone" width="740"]<img class="wp-image-288300 size-full" src="https://aratuon.com.br/wp-content/uploads/2024/01/sao-lazaro.jpg" alt="" width="740" height="470" /> Reprodução / Arquidiocese Salvador[/caption]

São diversas histórias que existem em relação ao São Lázaro, um dos discípulo de Jesus. Muitos dizem que o discípulo foi ressuscitado por Jesus após a sua morte, sendo considerado um dos seus principais milagres. Outra versão, criada durante a Idade Média e que é celebrada no último domingo do mês, conta que Lázaro, conhecido como padroeiro dos pobres e leprosos, era um homem considerado pobre e miserável em parábolas da bíblia na história "O Rico ou o Lázaro". De acordo com o Evangelho de São Lucas, capítulo 16, versículos do 19 ao 31:
<blockquote>"Havia um homem rico, que se vestia com roupas finas e elegantes e dava festas esplêndidas todos os dias. Um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, ficava sentado no chão junto à porta do rico. Queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico, mas, em vez disso, os cães vinham lamber suas feridas. Quando o pobre morreu, os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico e foi enterrado. Na região dos mortos, no meio dos tormentos, o rico levantou os olhos e viu de longe Abraão, com Lázaro ao seu lado. Então gritou: ‘Pai Abraão, tem compaixão de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque sofro muito nestas chamas’. Mas Abraão respondeu: ‘Filho, lembra-te de que durante a vida recebeste teus bens e Lázaro, por sua vez, seus males. Agora, porém, ele encontra aqui consolo e tu és atormentado. Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, não poderia passar daqui para junto de vós, e nem os daí poderiam atravessar até nós’. O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda então Lázaro à casa de meu pai, porque eu tenho cinco irmãos. Que ele os avise, para que não venham também eles para este lugar de tormento’. Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas! Que os escutem!’ O rico insistiu: ‘Não, Pai Abraão. Mas se alguém dentre os mortos for até eles, certamente vão se converter’. Abraão, porém, lhe disse: ‘Se não escutam a Moisés, nem aos Profetas, mesmo se alguém ressuscitar nos mortos, não acreditarão’".</blockquote>
LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/cultura/2024-01-04/festas-populares-de-salvador-confira-calendario-de-festas-para-o-mes-de-janeiro/">Festas Populares de Salvador: confira calendário de festas para o mês de janeiro</a>

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Luiz Caldas vai comemorar seu aniversário e receber grandes amigos da música na Concha Acústica do Teatro Castro Alves nesta sexta-feira (19/1). O show repete a tradição do artista de receber parabéns em cima do palco e fazer o que mais gosta no dia em que completa mais um ano de vida: cantar.
O público presenciará grandes encontros musicais. Entre os convidados ilustres, destacam-se nomes como Baby do Brasil, Carlinhos Brown, Jau e Márcia Freire.
No repertório, não irão faltar clássicos que se eternizaram na voz de Luiz Caldas, que completa 61 anos, 54 deles dedicados à sua paixão pela música. "Haja amor", "Fricote", "O que que essa nega quer", "Tieta" e "Ajayô" estão garantidas no show.
Também em janeiro, Luiz comemora o lançamento do 143º álbum do seu projeto de discos mensais, que ele realiza desde 2013. Todos estão disponíveis gratuitamente no seu portal <a href="https://www.luizcaldas.com.br/">www.luizcaldas.com.br</a> e nas principais plataformas de streaming.
SERVIÇO:
Luiz Caldas &amp; Convidados
Onde: Concha Acústica do TCA
Quando: 19 de janeiro de 2024 (sexta-feira), às 19h
Quanto: 1º Lote – R$ 130,00 (inteira) e R$ 65,00 (meia) | <a href="https://bileto.sympla.com.br/event/89916/d/232405/s/1579200">Vendas no Sympla e Bilheteria do TCA </a>Classificação indicativa: 14 anos
LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/mundo/2024-01-17/itamaraty-confirma-que-brasileiro-foi-ferido-durante-atentado-em-israel-uma-pessoa-morreu/">Itamaraty confirma que brasileiro foi ferido durante atentado em Israel; uma pessoa morreu</a>

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A ministra da Cultura, Margareth Menezes, marcou presença na Cidade Baixa, em Salvador, para as festividades ao Senhor do Bonfim, realizadas nesta quinta-feira (11/1). Em entrevista à TV Aratu, a cantora aproveitou para enaltecer esse momento marcante da cultura baiana.

"É a manifestação mais pura do povo baiano. Acho que esse ano tem até mais gente, cada ano tem mais gente", contou. A ministra lembrou, ainda, que a festa da lavagem das escadarias da Igreja do Bonfim é considerada Patrimônio Cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Brasil (Iphan).

Os festejos reúnem uma multidão de pessoas que saem da Igreja da Conceição da Praia, em direção à Colina Sagrada, algo que, segundo a ministra, "[a presença do povo] é a afirmação desse poder, dessa procissão de fé, que é a Lavagem do Senhor do Bonfim".

LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/politica/2024-01-11/em-festa-do-bonfim-pedro-tourinho-promete-revitalizar-carnaval-do-centro-historico/" target="_blank" rel="noopener">Na festa do Bonfim, Pedro Tourinho promete revitalizar Carnaval do Centro Histórico</a>

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O Dia de Reis, celebrado neste sábado (6/1), marca uma tradição centenária na cultura popular brasileira, que é a passagem das folias pelas ruas, reunindo grupos de cantadores e instrumentistas que entoam versos em homenagem aos três reis magos: Baltazar, Belchior e Gaspar. Em diversas cidades do país, eles passam de casa em casa vestindo fardas e máscaras e performando danças e cantorias com múltiplos instrumentos de corda, sanfonas e percussão. Alguns grupos contam com personagens – reis, palhaços e bastiões – que chegam a visitar as casas de devotos.

Belchior, Gaspar e Baltazar, convertidos em santos pela Igreja Católica, teriam saído do Oriente se guiando por uma estrela e levavam três presentes: ouro, incenso e mirra, simbolizando realeza, imortalidade e espiritualidade. Para os devotos, a data da chegada dos reis magos ao destino é quando se encerram os festejos natalinos, que começam quatro domingos antes do 25 de dezembro, dia atribuído ao nascimento de Jesus Cristo.

Dessa forma, o dia 6 de janeiro marca o momento em que esses três reis magos foram visitar o recém-nascido Jesus Cristo, em Belém, cidade milenar localizada atualmente na Palestina. Neste dia, também são desarmados os presépios, as árvores e os demais enfeites natalinos.

De origem portuguesa, a Folia de Reis ou Reisado foi trazida para o Brasil durante o período colonial, se manifestando a partir de diversos títulos: Terno de Reis, Tiração de Reis, Rancho de Reis, Guerreiros e Reisado. Elas consistem na presença de cantadores, tocadores de instrumento, que saem pelas ruas, de casa em casa, cantando louvores a um santo de devoção e recolhendo donativos para ofertar aos mais necessitados ou cumprindo promessas que as pessoas fazem aos seus santos.

Atualmente a tradição continua presente em diversos estados do país, especialmente nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, a exemplo do Espírito Santo, de Minas Gerais, São Paulo, do Rio de Janeiro, de Alagoas, da Bahia, do Ceará, Maranhão, da Paraíba, de Pernambuco, do Piauí e de Goiás.

Em Minas Gerais, onde a tradição é bastante presente, o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) já cadastrou mais 1,6 mil grupos em cerca de 400 municípios de todas as regiões, consideradas, desde 2017, patrimônio cultural de natureza imaterial. Além dos Reis Magos, são cultuados o Divino Espírito Santo, São Sebastião, São Benedito e Nossa Senhora da Conceição, em períodos que não são necessariamente o de Natal.

Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), existem três pedidos de reconhecimento abertos no Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI): Reisados de Pernambuco; Folias de Reis Fluminenses; e Folias de Reis do Estado de São Paulo.

Em Pernambuco, o mapeamento realizado pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) abrangeu os municípios do Recife, de Garanhuns, povoado de Maniçoba (Capoeiras), Paranatama, Águas Belas, Arcoverde, Sertânia, Pedra, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista, Lagoa Grande e Tacaratu, contemplando o agreste pernambucano e a região metropolitana do Recife.

No Rio de Janeiro, o Iphan, em parceria com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), identificou Folias de Reis nos municípios de Angra dos Reis, Cabo Frio, Cassimiro de Abreu, Duas Barras, Itaboraí, Mangaratiba, Paraty, Petrópolis, Quatis, Quissamã, Rio Claro, Rio de Janeiro, Santa Maria Madalena e São Pedro da Aldeia.

Pesquisa
Para atualizar as informações sobre as Folias de Reis, o instituto abriu, em novembro do ano passado, abriu um edital para selecionar organizações para realizar pesquisa e documentação que vão subsidiar o processo de registro dos Reisados e das Folias de Reis.

O Centro de Estudos da Cultura Popular, organização selecionada, deverá promover pesquisa de campo e estudos transdisciplinares sobre os Reisados e a Folia de Reis, reunindo profissionais de diversas áreas do conhecimento, como antropologia, etnomusicologia, história, geografia e artes.

A pesquisa deverá ter a participação das comunidades detentoras das manifestações. Além disso, a organização vai sistematizar e consolidar informações sobre referências bibliográficas, instituições, acervos públicos e particulares.

De acordo com o Iphan, o trabalho deverá trazer uma proposta de reconhecimento dessas manifestações como um único bem cultural ou se seria o caso de indicar o reconhecimento dois bens culturais: um que abarque os Reisados e suas variações no Nordeste e outro que englobe as Folias de Reis de outras localidades, a serem definidas a partir do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

A pesquisa também deverá apresentar produção de material escrito, audiovisual, mapa de base cartográfica com coordenadas georreferenciadas (localizando as comunidades detentoras dos Reisados e das Folias de Reis e os principais locais identificados como lugares de referência para essa manifestação cultural), além de fazer um levantamento histórico sobre transformações e descontinuidades pelos quais esse bem cultural passou, especialmente sobre últimas décadas.

“Com essa pesquisa, que está no horizonte próximo, será possível obter levantamentos quantitativos e qualitativos dos grupos atuantes e suas diversidades atuais e históricas”, informou o Iphan.

*Agência Brasil*

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A festa de Bom Jesus dos Navegantes em Salvador é uma tradição católica realizada há 273 anos por devotos que aproveitam a virada de ano para agradecer pelo ano que passou e pedir bênção para as novas oportunidades que virão. Mas, afinal, que celebração é essa? Por que a festa é comemorada no dia 1° de janeiro? De que forma começou essa tradição? O Aratu On Explica tudo sobre uma das maiores celebrações católicas de Salvador.

https://www.youtube.com/watch?v=5fBWn_hYzPE

Realizada no dia 1° de janeiro, a festa de Bom Jesus dos Navegantes começou no dia 27 de dezembro. A história em Salvador iniciou em 31 de dezembro de 1750 pelos capitãs das embarcações que agradeciam pelo ano que passou e, no dia 1º do ano seguinte, pediam graças e bênçãos a Bom Jesus dos Navegantes. Até meados do século XIX, as procissões eram realizadas com a galeota que pertencia ao Capitão Antônio Cavalcanti Pompeu de Albuquerque.

CELEBRAÇÕES

Neste ano, a festa terá como tema "Bom Jesus dos Navegantes e Nossa Senhora da Boa Viagem: família, oração e missão" e os devotos do Senhor Bom Jesus dos Navegantes e de Nossa Senhora da Boa Viagem se prepararam para as homenagens que são realizadas entre o final de um ano e o início do outro.

[caption id="attachment_279196" align="alignnone" width="740"]<img class="wp-image-279196 size-full" src="https://aratuon.com.br/wp-content/uploads/2023/12/jesus-dos-nabvegantes.jpg" alt="" width="740" height="470" /> Reprodução / Fábio Marconi[/caption]

As celebrações começaram no dia 27 de dezembro de 2023 com missas realizadas pelos paroquianos. No último dia do ano (31/12), a Galeota que conduziu a imagem do Senhor Bom Jesus dos Navegantes foi levada, em procissão marítima, até a Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição da Praia, no bairro Comércio, em Salvador.

Nesta segunda-feira (1/1), o Cardeal Dom Sergio da Rocha presidirá a Santa Missa às 8h, na Basílica Santuário Nossa Senhora da Conceição da Praia. Por volta das 10h, terá início a procissão terrestre, saindo da Basílica e seguindo até o píer da Capitania dos Portos, local onde se dará o novo embarque da imagem do Senhor Bom Jesus na Galeota.

Os festejos só serão encerrados no dia 7 de janeiro, quando os devotos se encontrarão na Matriz da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, às 15h30, para a recitação do Terço, que será seguida de Santa Missa, às 16h. Por volta das 17h30 haverá mais uma procissão terrestre.

*Publicidade*

LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/politica/2023-12-27/lula-assina-decreto-que-reajusta-salario-minimo-para-r-1-412-aumento-e-de-r-92/">Lula assina decreto que reajusta salário mínimo para R$ 1.412; aumento é de R$ 92</a>

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