A comunidade e moradores do Condom&iacute;nio Busca Vida (CBV) tem um motivo nobre para se mobilizar neste per&iacute;odo do ano: A temporada de reprodu&ccedil;&atilde;o das tartarugas marinhas segue intensamente e os nascimentos de filhotes j&aacute; est&atilde;o acontecendo naturalmente na praia de Busca Vida, localizada em Cama&ccedil;ari, no litoral norte baiano.&nbsp;

A praia de Busca Vida &eacute; uma das preferidas pelas tartarugas marinhas no momento da desova, que se intensifica no decorrer do Ver&atilde;o. Essa escolha se d&aacute; pelo fato de a &aacute;rea ser bastante tranquila, silenciosa e escura &agrave; noite, quando os filhotes seguem em dire&ccedil;&atilde;o ao mar.&nbsp;

E para superar as amea&ccedil;as que rondam a exist&ecirc;ncia dessa esp&eacute;cie e proteger esses animais t&atilde;o importantes para a nossa biodiversidade, moradores do local querem conscientizar os usu&aacute;rios das praias atrav&eacute;s de campanhas educativas e de conscientiza&ccedil;&atilde;o, em parceria com a Funda&ccedil;&atilde;o Projeto Tamar.

&quot;Por esta raz&atilde;o, os humanos devem adotar uma s&eacute;rie de cuidados, visando a prote&ccedil;&atilde;o desses animais, sobretudo durante a alta esta&ccedil;&atilde;o, quando a ida &agrave;s praias se torna mais frequente&quot;, explica Marcelo Dourado, s&iacute;ndico administrador do CBV.

J&aacute; a bi&oacute;loga Nathalia Berchieri, do Projeto Tamar, informa que n&atilde;o h&aacute; como prever o momento exato da caminhada dos filhotes, pois depender&aacute; dos nascimentos e principalmente se haver&aacute; filhotes retidos dentro do ninho, j&aacute; que o esperado &eacute; que a maioria deles saia sozinha. &quot;Como acordado nos anos anteriores e j&aacute; vem ocorrendo h&aacute; algumas semanas, nossa equipe informa a administra&ccedil;&atilde;o do condom&iacute;nio pela manh&atilde; para realizar a atividade de soltura no final do dia, seguindo os protocolos de conserva&ccedil;&atilde;o&quot;, explica.

A Comiss&atilde;o de Meio Ambiente do CBV tamb&eacute;m incentiva alguns h&aacute;bitos simples e pr&aacute;ticos para proteger as tartarugas, como manter a &aacute;rea escura &agrave; noite ou com luzes fracas, sem fogueiras ou realiza&ccedil;&atilde;o de luaus, pois a luminosidade desorienta as tartarugas; recolher objetos e n&atilde;o deixar cadeiras, sombreiros e outros equipamentos fixos na areia, a fim de n&atilde;o criar obst&aacute;culos para os animais; passear de coleira com os pets e n&atilde;o usar ve&iacute;culos na praia.&nbsp;

A equipe de ambientalistas do CBV tamb&eacute;m orienta a evitar o uso de rastelo para a limpeza da praia, pois o equipamento pode apagar os rastros que ajudam os pesquisadores a localizar e monitorar os ninhos e os filhotes e tamb&eacute;m a n&atilde;o remover as estacas identificadas pelo Tamar, pois esta retirada compromete as informa&ccedil;&otilde;es biol&oacute;gicas que v&atilde;o sendo catalogadas ao longo dos anos.&nbsp;

Al&eacute;m dessas recomenda&ccedil;&otilde;es, Marcelo Dourado alerta para a import&acirc;ncia das legisla&ccedil;&otilde;es ambientais de prote&ccedil;&atilde;o aos ninhos e filhotes, como a Lei 9605/1998, que orienta a n&atilde;o manusear ovos, f&ecirc;meas ou filhotes; a Portaria 11/1995 do IBAMA e a Lei Estadual 7034/1997, que trata da foto polui&ccedil;&atilde;o e n&atilde;o permitem a instala&ccedil;&atilde;o de luzes a 50 metros da mar&eacute; alta; a Portaria 10/1995 e a Lei Municipal 431/1995, que pro&iacute;be o tr&acirc;nsito de ve&iacute;culos na areia; e a Lei Municipal 429/1999, que regula o acesso de animais de estima&ccedil;&atilde;o na &aacute;rea.

As tartarugas marinhas já integravam a lista de espécies ameaças de extinção, nos anos 70, sobretudo pelas atividades de pesca, matança das fêmeas e coleta de ovos nas praias. Mas, foi observando mais atentamente a vida marinha no litoral brasileiro, naquele período, que o oceanógrafo Guy Marcovaldi e um grupo de aproximadamente 15 estudantes do curso de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) se espantaram com o que viram: pescadores que acompanhavam a desova de tartarugas marinhas matando 11 delas de uma só vez. 
O oceanógrafo e os estudantes perceberam, ali, a necessidade urgente de proteção daquele ecossistema. Então, após expedições e pesquisas, em 1980, surgiu o Projeto Tamar, cujo nome é uma abreviação de tartaruga marinha. Essa junção das palavras também era utilizada nas pequenas placas de metal utilizadas na identificação dos animais.
Para Guy Marcovaldai, "a virada de chave" do Projeto Tamar ocorreu quando a organização passou a oferecer empregos aos pescadores que viviam da morte e consumo das tartarugas marinhas. "Era preciso se juntar a eles", relatou o oceanógrafo e fundador do projeto ao Aratu On. Desde então, são 40 anos atuando na recuperação das tartarugas por meio de ações de pesquisa, conservação e inclusão.
Ao longo desse tempo, o Tamar conquistou reconhecimento internacionalmente como uma das mais bem-sucedidas experiências de conservação marinha e se tornou modelo para programas do Brasil e de outros países, principalmente pela inclusão das comunidades nas iniciativas. Por conta desse trabalho, no último dia 30, a iniciativa foi homenageada com o troféu "O Bem Transforma", da TV Aratu, na categoria "Meio Ambiente e Natureza". A gestora do Centro de Visitantes do Tamar, Tatiana Araújo, representou a organização.
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<h5 style="text-align: justify;">Tatiana Araújo recebeu o troféu 'O Bem Transforma' das mãos do superintendente da TV Aratu, João Gomes | Foto: Luiz Fernandes/TV Aratu</h5>
PROTETORES AMBIENTAIS

Para o fundador do projeto, houve uma evolução considerável no campo da proteção ambiental no Brasil desde a década de 1980, quando o Tamar foi fundado. "Antigamente o perfil [do protetor ambiental] era de aventureiro passando por muita dificuldade, e, hoje em dia, alcançamos um nível onde as pessoas conseguiram se conscientizar e abraçar o projeto, dando continuidade com os cuidados dos animais", disse o oceanógrafo.
Segundo Marcovaldai, ainda há muitos locais no Brasil precisando da atuação de profissionais em prol da conservação ambiental. "Então, se alguém sentir o mesmo desejo dos jovens da década de 70, pode ir sem medo que tem algum lugar esperando para ser explorado", convocou o fundador do Projeto Tamar, que também se tornou um importante centro para formação de jovens protetores ambientais.
É o caso da estudante de Biologia da Universidade Católica do Salvador (UCSAL) Pâmela Santos, que estagiou no Projeto Tamar. "Foi um sonho realizado ver de perto as tartarugas filhotes, acompanhar a desova entender como funciona todas as etapas e a importância desse processo", conta Pâmela. Para ela, a experiência trouxe "riqueza" à formação dela como bióloga.

No Tamar, ela era responsável por cuidar dos ovos de tartaruga, identificar e marcar os ninhos e contar o número de ovos. "Aprendi a trabalhar com amor todos os dias e que sempre podemos aprender mais e mais", afirmou Pâmela.

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<h5>Pâmela Santos estagiou no Projeto Tamar e conta como foi a realização de um sonho/ Foto: Lucas Wendell</h5>
Esta reportagem é a sétima de uma série do Aratu On sobre os 15 vencedores do prêmio “O Bem Transforma”, homenagem da TV Aratu para pessoas e instituições que contribuem para a construção de uma Bahia melhor. A cerimônia de entrega dos prêmios foi realizada no dia 30 de outubro. 
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Duas tartarugas marinhas foram encontradas mortas ap&oacute;s terem encalhado em praias de&nbsp;Salvador, nesse fim de semana, conforme mostram v&iacute;deos feitos por moradores. Os registros foram feitos nas praias de Piat&atilde; e Ilha de Mar&eacute;.&nbsp;

Para entender como esses animais acabam nessa situa&ccedil;&atilde;o, e o que fazer quando encontr&aacute;-los, o Aratu On conversou com a bi&oacute;loga e pesquisadora do Projeto Tamar,&nbsp;Nathalia Berchieri. Segundo ela, &quot;os encalhes acontecem quase todo dia na nossa costa e mais ainda&nbsp;nesta &eacute;poca do ano&quot;.

&quot;O mar est&aacute; mais revolto no inverno, o que exige um maior esfor&ccedil;o dos animais&quot;, salientou a bi&oacute;loga, explicando que as&nbsp;ondas &quot;vencem&quot; os animais j&aacute; mais fragilizados. Assim, a&nbsp;costa se torna o &quot;&uacute;nico destino poss&iacute;vel&quot;.&nbsp;

Sobre as tartarugas encontradas em Piat&atilde; e Ilha de Mar&eacute;, Nathalia cita alguns fatores podem ter ocasionado as mortes. &quot;A maior parte das tartarugas que encalham no nosso litoral est&aacute; ligada &agrave;&nbsp;intera&ccedil;&atilde;o acidental com a pesca, ou a ingest&atilde;o de algum res&iacute;duo pl&aacute;stico&quot;, apontou. Vale ressaltar que&nbsp;as tartarugas s&atilde;o seres de respira&ccedil;&atilde;o pulmonar, ou seja, acabam mortas por asfixia.&nbsp;

Caso o cidad&atilde;o encontre um desses animais encalhados, deve entrar em contato com as entidades e/ou &oacute;rg&atilde;os respons&aacute;veis. Para Salvador e Litoral Norte da Bahia, h&aacute; o Projeto tamar -&nbsp;(71) 3676-1045. Nas demais regi&otilde;es, o Instituto do Meio Ambiente e Recursos H&iacute;dricos (INEMA) &eacute; o canal respons&aacute;vel para mais informa&ccedil;&otilde;es, pelo n&uacute;mero&nbsp; 0800 071 1400. 
 
VEJA V&Iacute;DEO:&nbsp;

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Tartarugas encalhadas em Salvador: bi&oacute;loga explica como agir nessas situa&ccedil;&otilde;es; veja v&iacute;deos 
 
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&mdash; Aratu On (@aratuonline) <a href="https://twitter.com/aratuonline/status/1544043271147634690?ref_src=twsrc%5Etfw">July 4, 2022</a></blockquote>
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Tem interesse em animais marinhos? Ent&atilde;o, se liga nessa: o Museu do Mar Aleixo Belov vai apresentar a exposi&ccedil;&atilde;o tempor&aacute;ria da Funda&ccedil;&atilde;o Projeto Tamar, que vai at&eacute; o dia 18 de julho, em Salvador.

A mostra faz parte das atividades infantis da programa&ccedil;&atilde;o de f&eacute;rias do museu e traz fotos e textos, instalados em estruturas de pain&eacute;is solares reaproveitadas, que trazem informa&ccedil;&otilde;es sobre as tartarugas marinhas, a hist&oacute;ria do Tamar e suas principais a&ccedil;&otilde;es para recupera&ccedil;&atilde;o dessas esp&eacute;cies ao longo de seus mais de 40 anos de atua&ccedil;&atilde;o.

LEIA MAIS:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/noticia/coronavirus/vacinacao-contra-gripe-sera-aberta-ao-publico-geral-nesta-segunda-feira-em-salvador" target="_blank">Vacina&ccedil;&atilde;o contra gripe ser&aacute; aberta ao p&uacute;blico geral nesta segunda-feira em Salvador</a>

O p&uacute;blico poder&aacute; conferir tamb&eacute;m a r&eacute;plica de uma tartaruga-oliva, em tamanho real, feita em fibra de vidro. Essa esp&eacute;cie &eacute; normalmente encontrada entre os oceanos Pac&iacute;fico e &Iacute;ndico e &eacute; uma das que t&ecirc;m menor dimens&atilde;o, e ganhou esse nome por causa da cor de azeitona.

SERVI&Ccedil;O:

Exposi&ccedil;&atilde;o tempor&aacute;ria da Funda&ccedil;&atilde;o Projeto Tamar no Museu do Mar 
Onde: Museu do Mar Aleixo Belov - Largo de Santo Ant&ocirc;nio Al&eacute;m do Carmo, 2 
Quando: At&eacute; o dia 18 de julho 
Quanto: Ingressos para entrar no museu v&atilde;o de R$ 10 (meia) a R$ 20 (inteira) | Vendas no site <a href="https://museumaraleixobelov.byinti.com/#/event/MtFzWeVwoezm3UFz32_4" target="_blank">www.museumaraleixobelov.byinti.com</a> 
Classifica&ccedil;&atilde;o: Livre

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