Um vazamento de óleo atingiu um manguezal, no último sábado (24/6), em Madre de Deus, Região Metropolitana de Salvador. De acordo com pescadores e marisqueiras, do local, o produto vazou do atracadouro da Transpetro, empresa que transporta e armazena petróleo.

A situação pode acarretar prejuízos à organização da Festa de são Pedro, padroeiro dos pescadores, que acontece na quinta-feira (29/6). A empresa informou que iniciou o trabalho de contenção para solucionar o dano. Apesar de a prefeitura informar que o material não alcançou as praias, moradores encontraram peixes e outros animais marinhos mortos.

https://www.youtube.com/watch?v=zqPnb9m-S8w

&nbsp;

LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/politica/2023-06-27/tse-retoma-julgamento-que-pode-levar-a-inelegibilidade-de-bolsonaro/">TSE retoma julgamento que pode levar à inelegibilidade de Bolsonaro</a>

Acompanhe nossas transmissões ao vivo no <a href="https://aratuon.com.br/aovivo/aratuon" target="_blank" rel="noopener">www.aratuon.com.br/aovivo</a>. Siga a gente no <a href="https://instagram.com/aratuonline" target="_blank" rel="noopener nofollow">Insta</a>, <a href="https://www.facebook.com/aratuon/" target="_blank" rel="noopener nofollow">Facebook</a> e <a href="https://twitter.com/aratuonline?ref_src=twsrc%5Egoogle%7Ctwcamp%5Eserp%7Ctwgr%5Eauthor" target="_blank" rel="noopener nofollow">Twitter</a>. Quer mandar uma denúncia ou sugestão de pauta, mande WhatsApp para <a href="tel:(71) 99940 - 7440">(71) 99940 – 7440</a>. Nos insira nos seus grupos!

A Prefeitura de Salvador <a href="https://aratuon.com.br/linha-de-frente/noticia/politica/mp-ba-recomenda-suspensao-imediata-de-leilao-de-area-contigua-de-manguezal-no-bairro-de-jaguaribe-entenda" target="_blank">n&atilde;o atendeu a recomenda&ccedil;&atilde;o feita pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico da Bahia (MP-BA)</a> e tentou realizar, nesta quinta-feira (27/1), o leil&atilde;o de uma &aacute;rea cont&iacute;gua ao manguezal do Rio Passa Vaca, em Jaguaribe. Contudo, conforme apurou o Aratu On, ningu&eacute;m apareceu para arrematar a localidade.

A venda do local foi alvo de protestos da sociedade civil, entidades de prote&ccedil;&atilde;o ao meio ambiente, pesquisadores e da vereadora Maria Marighella (PT), presidente da Frente Parlamentar Mista Ambientalista da C&acirc;mara Municipal.

<a href="https://aratuon.com.br/linha-de-frente/noticia/cidade/leilao-de-manguezal-promovido-pela-prefeitura-de-salvador-escancara-problema-antigo-cidade-pode-ficar-mais-quente-e-ter-colapso" target="_blank">Especialistas consultadas pela reportagem alertaram para os problemas ambientais que uma eventual supress&atilde;o vegetal da &aacute;rea traria para a cidade</a>. Al&eacute;m do preju&iacute;zo &ldquo;simb&oacute;lico&rdquo;, o desmatamento poderia favorecer a cria&ccedil;&atilde;o de mais uma ilha de calor no munic&iacute;pio &ndash; o fen&ocirc;meno, como o nome sugere, cria locais mais quentes da cidade, em raz&atilde;o da falta de cobertura vegetal -.

O local, que &eacute; o &uacute;ltimo manguezal da cidade, &eacute; uma das poucas &aacute;reas remanescentes de mata atl&acirc;ntica no munic&iacute;pio. De acordo com dados apresentados em 2019 pelo Atlas da Mata Atl&acirc;ntica, iniciativa da Funda&ccedil;&atilde;o SOS Mata Atl&acirc;ntica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Salvador ocupa a antepen&uacute;ltima coloca&ccedil;&atilde;o em cobertura de mata atl&acirc;ntica entre as 16 capitais que ainda t&ecirc;m o bioma &ndash; s&oacute; supera Belo Horizonte e Curitiba.

Com 3.429,76 hectares de remanescentes da vegeta&ccedil;&atilde;o, apenas 4,95% do territ&oacute;rio da cidade ainda preserva este tipo de floresta &ndash; duas delas na regi&atilde;o do Passa Vaca: Vale Encantado e Parque de Pitua&ccedil;u -.

Para a professora do mestrado de Ecologia Aplicada em Gest&atilde;o Ambiental da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Margareth Maia, h&aacute; indicativos de que a cidade pode enfrentar um colapso nos pr&oacute;ximos anos.

&ldquo;Tem um aplicativo da Nasa que aponta que, daqui a 30 anos, v&aacute;rias &aacute;reas de Salvador estar&atilde;o cobertas por &aacute;gua em fun&ccedil;&atilde;o do aumento do n&iacute;vel do mar. Salvador teria que estar se planejando. Recife fez isso h&aacute; muitos anos e elaborou um plano efetivo de como se adaptar a esse novo quadro&rdquo;, alerta.

Uma disserta&ccedil;&atilde;o de mestrado tamb&eacute;m da UFBA&nbsp;aponta que a diferen&ccedil;a de temperatura em Salvador, motivada pela falta de cobertura vegetal, chega a ser de at&eacute; 10&deg;C no mesmo dia e hor&aacute;rio.&nbsp;

O Aratu On procurou a Secretaria da Fazenda (Sefaz), que, at&eacute; a publica&ccedil;&atilde;o desta mat&eacute;ria, n&atilde;o se posicionou sobre o tema.&nbsp;

&nbsp;

Na noite desta quarta-feira (26/1), o&nbsp;Minist&eacute;rio P&uacute;blico estadual (MP-BA) encaminhou &agrave; Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz) uma recomenda&ccedil;&atilde;o de&nbsp;suspens&atilde;o imediata do leil&atilde;o de uma &aacute;rea cont&iacute;gua de um manguezal do Rio Passa Vaca, no bairro de Jaguaribe, marcado para esta quinta-feira (27).

A venda -&nbsp;pelo valor de R$ 1,8 milh&atilde;o - foi alvo de protestos da vereadora Maria Marighella (PT), presidente da Frente Parlamentar Mista Ambientalista da C&acirc;mara, e corroborada por especialistas, que alertam para os riscos de uma eventual destrui&ccedil;&atilde;o da &aacute;rea, que &eacute; o &uacute;ltimo mangue ainda preservado na capital.

Para a recomenda&ccedil;&atilde;o, o&nbsp;MP fez algumas considera&ccedil;&otilde;es, citando&nbsp;que a &aacute;rea a ser leiloada &eacute; de prote&ccedil;&atilde;o ambiental, o que impossibilitar&aacute; os compradores de construir no local. Pontuou, ainda, que&nbsp;as &aacute;reas dos terrenos participam diretamente de fun&ccedil;&otilde;es&nbsp;ecol&oacute;gicas, &quot;com destaque para infiltra&ccedil;&atilde;o da &aacute;gua, reten&ccedil;&atilde;o do&nbsp;transporte de part&iacute;culas, estabilidade geol&oacute;gica dos terrenos e prote&ccedil;&atilde;o ao manguezal&quot;. Assim, &quot;a&nbsp;retirada da vegeta&ccedil;&atilde;o adjacente, ou altera&ccedil;&atilde;o da composi&ccedil;&atilde;o pedol&oacute;gica das &aacute;reas pode&nbsp;interferir significativamente no transporte de sedimentos, na din&acirc;mica do leito do rio&nbsp;Passa-Vaca e no funcionamento dos demais ecossistemas associados, incluindo os demais&nbsp;remanescentes de Mata Atl&acirc;ntica presentes e a din&acirc;mica costeira&quot;.

O&nbsp;Aratu On apurou que&nbsp;houve uma reuni&atilde;o, mais cedo nesta quarta-feira,&nbsp;entre membros da sociedade civil e do Minist&eacute;rio P&uacute;blico para discutir a quest&atilde;o. Como ainda n&atilde;o havia um entendimento de eventuais a&ccedil;&otilde;es contra a desafeta&ccedil;&atilde;o, a venda da &aacute;rea tinha sido&nbsp;mantida.

LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/linha-de-frente/noticia/cidade/leilao-de-manguezal-promovido-pela-prefeitura-de-salvador-escancara-problema-antigo-cidade-pode-ficar-mais-quente-e-ter-colapso" target="_blank">Leil&atilde;o de &aacute;rea cont&iacute;gua a manguezal promovido pela Prefeitura de Salvador escancara problema antigo: cidade pode ficar mais quente e ter &quot;colapso&quot;</a>

<a href="https://www.aratuon.com.br/categorias/coronavirus/" target="_blank">Acompanhe todas as not&iacute;cias sobre o novo coronav&iacute;rus</a>.

&zwnj;Acompanhe nossas transmiss&otilde;es ao vivo e conte&uacute;dos exclusivos no&nbsp;<a href="http://www.aratuon.com.br/aovivo" target="_blank">www.aratuon.com.br/aovivo</a>. Nos mande uma mensagem pelo WhatsApp: (71) 99986-0003.

O leil&atilde;o de 22 &aacute;reas p&uacute;blicas em Salvador, autorizado&nbsp;pela Prefeitura, segue causando discuss&otilde;es na cidade. E, nesta quinta-feira (27/1), est&aacute; marcado para acontecer o mais pol&ecirc;mico de todos: o de uma &aacute;rea cont&iacute;gua de um manguezal do Rio Passa Vaca, no bairro de Jaguaribe,&nbsp;pelo valor de R$ 1,8 milh&atilde;o. <a href="https://aratuon.com.br/linha-de-frente/noticia/cidade/vereadora-critica-leilao-de-areas-publicas-em-salvador-manguezal-e-incluido-em-lista" target="_blank">A venda foi alvo de protestos da vereadora Maria Marighella (PT), presidente da Frente Parlamentar Mista Ambientalista da C&acirc;mara</a>, e corroborada por especialistas, que alertam para os riscos de uma eventual destrui&ccedil;&atilde;o da &aacute;rea, que &eacute; o &uacute;ltimo mangue ainda preservado na capital.

Para tratar sobre o tema, o Aratu On apurou que, nesta quarta-feira (25/1), houve uma reuni&atilde;o entre membros da sociedade civil e do Minist&eacute;rio P&uacute;blico&nbsp;da Bahia (MP-BA) para discutir a quest&atilde;o. N&atilde;o houve, ainda, um entendimento de eventuais a&ccedil;&otilde;es contra a desafeta&ccedil;&atilde;o. Portanto, a venda da &aacute;rea segue mantida.

A bi&oacute;loga Tatiana Bichara, mestre em Ecologia e Biomonitoramento pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), explica que h&aacute; diverg&ecirc;ncias se o local &eacute; um mangue ou uma restinga, mas indica que, caso o eventual comprador da &aacute;rea n&atilde;o respeite a prote&ccedil;&atilde;o ambiental da localidade, esta regi&atilde;o da cidade pode ter preju&iacute;zos.

&ldquo;&Eacute; uma &aacute;rea muito estrat&eacute;gica. Isso &eacute; para a cidade inteira, porque esse manguezal &eacute; importante para a cidade pela quest&atilde;o da ciclagem dos nutrientes, pela fixa&ccedil;&atilde;o do carbono. J&aacute; tem sido comprovado como o clima de Salvador est&aacute; totalmente alterado. Isso j&aacute; &eacute; reflexo das mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas que s&atilde;o consequentes de diversos fatores, dentre eles a diminui&ccedil;&atilde;o da cobertura ambiental da cidade&rdquo;, analisou, em entrevista ao Aratu On.

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/90067/mg/IMG_4596.jpg" style="width: 600px; height: 400px;" />

Passa Vaca tem o &uacute;ltimo manguezal de Salvador | Foto: Amanda Tropicana

Uma vez que ainda n&atilde;o tem comprador, n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel dizer qual ser&aacute; o futuro da &aacute;rea, mas, de acordo com a professora do mestrado de Ecologia Aplicada em Gest&atilde;o Ambiental da UFBA, Margareth Maia, uma eventual supress&atilde;o da mata nativa na regi&atilde;o pode acarretar no aumento da temperatura e da sensa&ccedil;&atilde;o t&eacute;rmica, o que, al&eacute;m de prejudicar animais que vivem no mangue, pode afetar&nbsp;moradores de&nbsp;bairros&nbsp;como Piat&atilde;, Patamares e Jaguaribe.

&ldquo;Um efeito direto da perda de vegeta&ccedil;&atilde;o, seja de manguezal ou &aacute;rvores nas ruas, &eacute; um fen&ocirc;meno conhecido como ilhas de calor. S&atilde;o &aacute;reas nos centros urbanos que v&atilde;o ficando cada vez mais quentes&rdquo;, explica.

&ldquo;Enquanto bairros como Patamares, Pitua&ccedil;u e Jaguaribe, que s&atilde;o locais no entorno das &aacute;reas que restaram e onde est&atilde;o o Vale Encantado, os habitantes que est&atilde;o no ver&atilde;o, no mesmo dia e hor&aacute;rio, sentindo sensa&ccedil;&atilde;o t&eacute;rmica de 30&deg;C, nesses bairros que n&atilde;o possuem cobertura vegetal, v&atilde;o ter a sensa&ccedil;&atilde;o t&eacute;rmica de 40&deg;C. Isso &eacute; muito s&eacute;rio. De cara, a gente muda o microclima dos bairros e da cidade. E, a longo prazo, al&eacute;m das ilhas de calor, h&aacute; o aumento de alagamentos na cidade, porque h&aacute; a perda de infiltra&ccedil;&atilde;o para a &aacute;gua da chuva. N&atilde;o h&aacute; para onde elas escoarem&rdquo;, analisa, citando um dos principais problemas estruturais enfrentados por Salvador: os alagamentos em per&iacute;odos chuvosos.

A opini&atilde;o &eacute; corroborada por Tatiana Bichara, que tamb&eacute;m fala sobre a valoriza&ccedil;&atilde;o da regi&atilde;o. &ldquo;As pessoas n&atilde;o querem morar em lugar que n&atilde;o possui&nbsp;&aacute;reas verdes. Isso traz bem estar clim&aacute;tico, psicol&oacute;gico, qualidade de vida e do ar. Essa ideia de uma cidade resiliente na pr&aacute;tica n&atilde;o acontece porque as obras desenvolvidas n&atilde;o levam em considera&ccedil;&atilde;o a implanta&ccedil;&atilde;o de uma infraestrutura verde. Estamos andando na contram&atilde;o de metr&oacute;poles e de qualquer lugar desenvolvido neste sentido&rdquo;, opinou.

Segundo a disserta&ccedil;&atilde;o &ldquo;Cobertura vegetal e a temperatura de superf&iacute;cie no meio intraurbano: um estudo em Salvador&rdquo;, da pesquisadora Rossana Alc&acirc;ntara Santos, tamb&eacute;m da UFBA, publicada em 2018, 103 dos 161 bairros da cidade n&atilde;o atingiram o par&acirc;metro m&iacute;nimo do &iacute;ndice de cobertura vegetal (PCV).&nbsp;

&ldquo;Consequentemente, constata-se que a vegeta&ccedil;&atilde;o intraurbana (PCV) se encontra desigualmente distribu&iacute;da entre os 163 bairros (incluindo ois institucionais) na Cidade de Salvador, resultante de um processo de urbaniza&ccedil;&atilde;o intenso e carente de uma pol&iacute;tica p&uacute;blica capaz de promover a adequa&ccedil;&atilde;o do crescimento da Cidade &agrave;s exig&ecirc;ncias da preserva&ccedil;&atilde;o de seu patrim&ocirc;nio ambiental e da promo&ccedil;&atilde;o da qualidade de vida urbana&rdquo;, constata a pesquisadora.&nbsp;

Diante deste contexto, ela valida as teorias de Tatiana e Margareth: a diferen&ccedil;a de temperatura em Salvador, motivadas pela falta de cobertura vegetal, chegam a ser de at&eacute; 10&deg;C no mesmo dia e hor&aacute;rio &ndash; locais com cobertura prec&aacute;ria de vegeta&ccedil;&atilde;o apresentaram, em 2016, durante os estudos, temperaturas que variaram entre 29&deg;C e 39&deg;C.

&ldquo;Decorrente desse processo, na escala micro clim&aacute;tica do munic&iacute;pio, verifica-se a forma&ccedil;&atilde;o de Ilhas de Calor (IC) em pontos espec&iacute;ficos espalhados na malha urbana&rdquo; explica a autora. &ldquo;Baseados em coleta de dados de campo na malha urbana, foi sinalizado que a presen&ccedil;a da cobertura vegetal favorece na atenua&ccedil;&atilde;o da temperatura do ar&rdquo;, emenda, citando estudos anteriores que embasam a tese.

LANTERNINHA NA PRESERVA&Ccedil;&Atilde;O AMBIENTAL

No ano passado, o prefeito Bruno Reis (DEM) foi &agrave; COP26, realizada em Glasgow, na Esc&oacute;cia, e admitiu que as altera&ccedil;&otilde;es clim&aacute;ticas preocupam Salvador, e apresentou uma s&eacute;rie de a&ccedil;&otilde;es e promessas para contribuir com a revers&atilde;o do quadro no planeta. Contudo, os dados mostram que a capital &eacute; uma das &uacute;ltimas no quesito preserva&ccedil;&atilde;o da vegeta&ccedil;&atilde;o nativa.

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/90067/mg/Prefeito_Bruno_Reis_COP26_Divulgacao.jpg" style="width: 600px; height: 500px;" />

Bruno Reis na COP26 | Foto: Divulga&ccedil;&atilde;o

De acordo com dados apresentados em 2019 pelo Atlas da Mata Atl&acirc;ntica, iniciativa da Funda&ccedil;&atilde;o SOS Mata Atl&acirc;ntica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Salvador ocupa a antepen&uacute;ltima coloca&ccedil;&atilde;o em cobertura de mata atl&acirc;ntica entre as 16 capitais que ainda t&ecirc;m o bioma &ndash; s&oacute; supera&nbsp;Belo Horizonte e Curitiba.

Com 3.429,76 hectares de remanescentes da vegeta&ccedil;&atilde;o, apenas 4,95% do territ&oacute;rio da cidade ainda preserva este tipo de floresta &ndash; duas delas na regi&atilde;o do Passa Vaca: Vale Encantado e Parque de Pitua&ccedil;u.

<a href="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/90067/mg/cobertura_mataatlantica_salvador1.png" target="_blank"><img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/90067/mg/cobertura_mataatlantica_salvador.png" style="width: 600px; height: 348px;" /></a>

Salvador tem um dos piores &iacute;ndices de conserva&ccedil;&atilde;o da mata atl&acirc;ntica do pa&iacute;s

Para Margareth Maia, h&aacute; indicativos de que a cidade pode enfrentar um colapso nos pr&oacute;ximos anos. &ldquo;Tem um aplicativo da Nasa que aponta que, daqui a 30 anos, v&aacute;rias &aacute;reas de Salvador estar&atilde;o cobertas por &aacute;gua em fun&ccedil;&atilde;o do aumento do n&iacute;vel do mar. Salvador teria que estar se planejando. Recife fez isso h&aacute; muitos anos e elaborou um plano efetivo de como se adaptar a esse novo quadro&rdquo;, alerta.

O aplicativo em quest&atilde;o est&aacute; contido em um&nbsp;endere&ccedil;o eletr&ocirc;nico da Nasa, a Administra&ccedil;&atilde;o Nacional da Aeron&aacute;utica e Espa&ccedil;o dos Estados Unidos, que &eacute; baseado em dados apresentados no sexto relat&oacute;rio de avalia&ccedil;&atilde;o do Painel Intergovernamental sobre Mudan&ccedil;as Clim&aacute;ticas, divulgado no ano passado.&nbsp;

O relat&oacute;rio aponta que, em oito anos, o n&iacute;vel do mar deve aumentar 10 cm na costa brasileira &ndash; incluindo Salvador. <a href="https://sealevel.nasa.gov/ipcc-ar6-sea-level-projection-tool?psmsl_id=578" target="_blank">A mudan&ccedil;a &eacute; prevista nos sete cen&aacute;rios delineados pela Nasa, inclusive no mais radical.</a>

No ano passado, a capital baiana foi tratada num estudo como uma das cidades no planeta que seriam mais afetadas com o aumento da temperatura m&eacute;dia mundial. A simula&ccedil;&atilde;o feita pelo Climate Central (CC), uma organiza&ccedil;&atilde;o sem fins lucrativos sediada nos Estados Unidos, em parceria com a Universidade Princeton, tamb&eacute;m nos EUA, e o Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto do Clima, na Alemanha, a<a href="https://aratuon.com.br/variedades/noticia/geral/confira-o-que-pode-acontecer-em-salvador-com-um-simples-aumento-de-ate-3c-na-temperatura-global" target="_blank">pontou que a regi&atilde;o da Cidade Baixa ficar&aacute; completamente debaixo d&rsquo;&aacute;gua.</a>

Para Tatiana Bichara, a cidade carece de mais planejamento. &ldquo;Salvador &eacute; uma pen&iacute;nsula. Com essas mudan&ccedil;as, a pr&oacute;pria quest&atilde;o das mar&eacute;s, dessa din&acirc;mica costeira e marinha &eacute; crucial para a manuten&ccedil;&atilde;o da cidade. Para isso ser assegurado e estabilizado, a infraestrutura verde e vegeta&ccedil;&atilde;o s&atilde;o aspectos que seguram a hist&oacute;ria. N&atilde;o &eacute; asfalto que segura. Muito pelo contr&aacute;rio. Asfalto impermeabiliza e dificulta. E a vegeta&ccedil;&atilde;o que faz com que a &aacute;gua penetre no subsolo e desague num lugar adequado&rdquo;, analisa.

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/90067/mg/salvador_inundada.png" style="width: 600px; height: 447px;" />

Cidade Baixa pode ser inundada se a&ccedil;&otilde;es n&atilde;o forem tomadas&nbsp;

E OS PLANOS DA CIDADE?

De acordo com Margareth Maia, uma a&ccedil;&atilde;o que pode mitigar os preju&iacute;zos da a&ccedil;&atilde;o humana na cidade seria o Plano Municipal da Mata Atl&acirc;ntica. O texto, que deveria ser enviado &agrave; C&acirc;mara de Vereadores, foi confeccionado por t&eacute;cnicos do munic&iacute;pio e da sociedade civil. No entanto, segundo ela, press&otilde;es do setor imobili&aacute;rio fazem com que o projeto esteja &ldquo;engavetado&rdquo;.&nbsp;

&ldquo;O plano ficou interessante, com alguns pequenos problemas, mas nada muito grave. O plano apontava muito claramente a necessidade de Salvador investir no fortalecimento de medidas mais protetivas do que resta da mata atl&acirc;ntica. E esse plano, por estar razoavelmente bom, foi engavetado. Ele nem chegou a ser apresentado ao Conselho Municipal do Meio Ambiente por press&otilde;es do setor imobili&aacute;rio&rdquo;, criticou.

&ldquo;Para a gente, claramente &eacute; o setor imobili&aacute;rio que manda na pol&iacute;tica ambiental de Salvador. Poucas capitais no Brasil conseguiram ter o que Salvador tem, gra&ccedil;as ao MP-BA, que &eacute; o mapeamento de todos os remanescentes de mata atl&acirc;ntica. Foi um passo fundamental para concluir o plano&rdquo;, acrescentou.

&ldquo;Salvador precisa assumir que &eacute; uma cidade extremamente vulner&aacute;vel. Inclusive, o painel brasileiro da mudan&ccedil;a do clima considera Salvador uma das cidades mais vulner&aacute;veis as mudan&ccedil;as clim&aacute;ticas. E estamos na contram&atilde;o. Isso tem um efeito cascata&rdquo;, concluiu.

Na vis&atilde;o de Tatiana Bichara, &eacute; preciso haver conscientiza&ccedil;&atilde;o a fim de evitar um colapso clim&aacute;tico no espa&ccedil;o urbano de Salvador. &ldquo;Essa vis&atilde;o limitada de urbaniza&ccedil;&atilde;o desenfreada &eacute; de curto prazo, porque, at&eacute; para empreendedores, isso n&atilde;o &eacute; vantajoso, porque a qualidade de vida da cidade est&aacute; decaindo muito. N&atilde;o &agrave; toa&nbsp;Alphaville&nbsp;e Greenvile s&atilde;o valorizadas, porque tem vegeta&ccedil;&atilde;o ao redor. A verticaliza&ccedil;&atilde;o e a divis&atilde;o dos terrenos &eacute; uma vis&atilde;o de contram&atilde;o porque interfere na circula&ccedil;&atilde;o do ar, do vento. Olha como a cidade est&aacute; quente e com um clima descontrolado. Isso tudo pela aus&ecirc;ncia de vegeta&ccedil;&atilde;o&rdquo;, encerrou.

Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inova&ccedil;&atilde;o e Resili&ecirc;ncia (Secis) afirmou que, por conta de incompatibilidade na agenda, a secret&aacute;ria Edna Ferreira n&atilde;o poderia atender &agrave; reportagem para repercutir sobre o assunto.&nbsp;

TRAMITA&Ccedil;&Atilde;O POL&Ecirc;MICA

Enquanto as especialistas fazem pondera&ccedil;&otilde;es a respeito do que consideram ter &ldquo;impacto simb&oacute;lico&rdquo; no leil&atilde;o da regi&atilde;o do manguezal, a situa&ccedil;&atilde;o foi objeto de pol&ecirc;micas desde o in&iacute;cio da tramita&ccedil;&atilde;o na C&acirc;mara Municipal.

O chamado &ldquo;PL das Desafeta&ccedil;&otilde;es&rdquo; foi alvo de debates na Casa e foi aprovado com voto contr&aacute;rio da oposi&ccedil;&atilde;o. O grupo argumentou, &agrave; &eacute;poca, que houve pouca discuss&atilde;o do tema com a sociedade civil, e contestou a aprova&ccedil;&atilde;o da mat&eacute;ria porque 18 dos 22 terrenos leiloados t&ecirc;m &ldquo;fun&ccedil;&otilde;es fundamentais para a cidade&rdquo;.

Na &uacute;ltima ter&ccedil;a-feira, o Di&aacute;rio Oficial do Munic&iacute;pio publicou a suspens&atilde;o do leil&atilde;o de outra &aacute;rea de mata verde em Itapu&atilde;, que tamb&eacute;m &eacute; objeto de contesta&ccedil;&atilde;o por ambientalistas e pela vereadora Marighella.&nbsp;

A gest&atilde;o ambiental feita por Bruno Reis e o seu antecessor, ACM Neto (DEM), v&ecirc;m sendo questionadas por entidades ambientais. Para este ano, inclusive, o segmento &eacute; o &uacute;nico que tem menos investimentos no or&ccedil;amento municipal. Para 2022, ser&atilde;o disponibilizados R$ 28, 9 milh&otilde;es, enquanto, em 2021, foram disponibilizados R$ 36, 6 milh&otilde;es. Todos os outros setores tem previs&atilde;o de incremento financeiro.

No ano passado, as discuss&otilde;es a respeito de mudan&ccedil;as em dispositivos de prote&ccedil;&atilde;o ambiental ganharam destaque no notici&aacute;rio da C&acirc;mara Municipal. Um dos textos contestados&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/linha-de-frente/noticia/politica/votacao-que-durou-cinco-segundos-sobre-areas-de-protecao-ambiental-em-salvador-e-alvo-de-mais-de-50-entidades-que-vao-ao-mp" target="_blank">foi aprovado em apenas cinco segundos pelos vereadores</a>, o que foi criticado&nbsp;por Marighella e por Laina Cris&oacute;stomo (PSOL), da bancada de oposi&ccedil;&atilde;o, que argumentaram nem ter sido consultadas. A mat&eacute;ria culminou com a san&ccedil;&atilde;o da lei que proporciona altera&ccedil;&otilde;es em poligonais e em &aacute;reas de prote&ccedil;&atilde;o ambiental na cidade, e foi alvo de 50 entidades de prote&ccedil;&atilde;o ambiental, <a href="https://aratuon.com.br/linha-de-frente/noticia/politica/votacao-que-durou-cinco-segundos-sobre-areas-de-protecao-ambiental-em-salvador-e-alvo-de-mais-de-50-entidades-que-vao-ao-mp" target="_blank">que recorreram ao Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Estado da Bahia (MP-BA) para apurar a tramita&ccedil;&atilde;o do projeto. &nbsp;</a>

No dia 15 de dezembro, a promotora Hort&ecirc;nsia Pinho requereu uma A&ccedil;&atilde;o Direta de Inconstitucionalidade da lei, por entender que o processo de tramita&ccedil;&atilde;o foi equivocado e sem transpar&ecirc;ncia.&nbsp;

Outra lei pol&ecirc;mica &eacute; a do Plano Integrado de Concess&otilde;es e Parcerias do Salvador (Pics). Embora o pr&oacute;prio nome sugira que o texto verse sobre a rela&ccedil;&atilde;o entre munic&iacute;pio e iniciativa privada, um jabuti inclu&iacute;do no projeto&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/linha-de-frente/noticia/politica/bruno-reis-sanciona-pics-lei-retira-protecao-ambiental-de-area-na-orlando-gomes-e-pode-privatizar-areas-no-centro-historico" target="_blank">possibilitou a retirada da prote&ccedil;&atilde;o ambiental de uma &aacute;rea na Avenida Orlando Gomes</a>.

<a href="https://www.aratuon.com.br/categorias/coronavirus/" target="_blank">Acompanhe todas as not&iacute;cias sobre o novo coronav&iacute;rus</a>.

&zwnj;Acompanhe nossas transmiss&otilde;es ao vivo e conte&uacute;dos exclusivos no&nbsp;<a href="http://www.aratuon.com.br/aovivo" target="_blank">www.aratuon.com.br/aovivo</a>. Nos mande uma mensagem pelo WhatsApp: (71) 99986-0003.

Presidente da Frente Parlamentar Mista Ambientalista da C&acirc;mara de Salvador, a vereadora Maria Marighella (PT) atacou os leil&otilde;es de &aacute;reas p&uacute;blicas previstos para acontecer a partir desta segunda-feira (24/1), e promovidos pela Prefeitura da capital.

Os leil&otilde;es s&atilde;o poss&iacute;veis ap&oacute;s san&ccedil;&atilde;o, no ano passado, do chamado &quot;PL das Desafeta&ccedil;&otilde;es&quot;, aprovado pela base do prefeito Bruno Reis (DEM) e votada de maneira contr&aacute;ria pela oposi&ccedil;&atilde;o no Legislativo soteropolitano. O texto permite a venda de 22 &aacute;reas p&uacute;blicas (10 destinadas a escolas, sete &aacute;reas verdes e uma de lazer), sem as devidas escutas, transpar&ecirc;ncia e justificativas e &agrave; revelia da posi&ccedil;&atilde;o do Minist&eacute;rio P&uacute;blico (MP), aponta o grupo oposicionista.

&quot;Os leil&otilde;es est&atilde;o anunciados em um lament&aacute;vel site oficial, onde a Prefeitura tem agido como imobili&aacute;ria, tratando a nossa cidade como mercadoria, vendendo nossos terrenos a grandes especuladores. S&atilde;o bens valiosos da popula&ccedil;&atilde;o de Salvador, terrenos que poderiam continuar sendo do povo, para &aacute;reas escolares, &aacute;reas verdes, de lazer. Junto a diversos agentes da sociedade civil, estamos mobilizadas pela suspens&atilde;o imediata de todos os leil&otilde;es de terrenos p&uacute;blicos em Salvador&rdquo;, disse Marighella.

&ldquo;Somos contr&aacute;rias a este projeto que insiste em dilapidar o patrim&ocirc;nio de nossa cidade em prol da especula&ccedil;&atilde;o imobili&aacute;ria e do enriquecimento dos poucos que sempre exerceram o poder econ&ocirc;mico sobre o interesse p&uacute;blico em nossa cidade. Salvador de p&eacute;, leil&atilde;o no ch&atilde;o!&quot;, defendeu a vereadora.

&Agrave; &eacute;poca, o MP-BA recomendou que Bruno Reis n&atilde;o sancionasse o projeto &ndash; o que n&atilde;o foi atendido. O parquet apontou necessidade de estudos t&eacute;cnicos, georreferenciamento das poligonais, discuss&atilde;o com a popula&ccedil;&atilde;o, identifica&ccedil;&atilde;o das potencialidades de uso das &aacute;reas, an&aacute;lise de possibilidades e alternativas e ajuste &agrave; legisla&ccedil;&atilde;o urban&iacute;stica e ambiental

Atualmente, nove destas &aacute;reas est&atilde;o com editais abertos para leil&atilde;o, inclu&iacute;das &aacute;reas verdes com ecossistema de manguezal, como o terreno localizado na Rua Oswaldo Hugo Sacramento em Jaguaribe.

<a href="https://www.aratuon.com.br/noticias/coronavirus" target="_blank">Acompanhe todas as not&iacute;cias sobre o novo coronav&iacute;rus</a>.

&zwnj;Acompanhe nossas transmiss&otilde;es ao vivo e conte&uacute;dos exclusivos no&nbsp;<a href="https://www.aratuon.com.br/aovivo" target="_blank">www.aratuon.com.br/aovivo</a>. Nos mande uma mensagem pelo WhatsApp: (71) 99986-0003.

Tudo sobre: manguezal

Vazamento de óleo prejudica manguezal em Madre de Deus

Prefeitura de Salvador não atende recomendação do MP, faz leilão para área contígua a manguezal, mas certame não tem interessados

MP-BA recomenda suspensão imediata de leilão de área contígua de manguezal no bairro de Jaguaribe; entenda

Leilão de área contígua a manguezal promovido pela Prefeitura de Salvador escancara problema antigo: cidade pode ficar mais quente e ter "colapso"

Vereadora critica leilão de áreas públicas em Salvador; manguezal é incluído em lista