Foi enterrado nesta segunda-feira (27/11) o corpo do artista plástico Jayme Fygura, que morreu aos 64 anos. Por trás das máscaras e armaduras, existia um artista cujas obras foram pouco conhecidas em vida, assim como seu rosto que se mantinha escondido do grande público.
Amigos e familares se reuniram no Centro Histórico de Salvador para dar adeus ao artista plástico baiano. Sobre o seu caixão, estava um dos capacetes utilizados por Jayme, um dos elementos principais de sua arte. Ícone performático, Fygura morreu na tarde do último domingo (26/11) vítima de um infarto.
"Um homem incrível, profissionalmente e como pai. Hoje, eu e meu irmão estamos aqui graças a ele, que foi um cara presente mesmo na nossa vida", lamenta Diógenes Almeida, um dos filhos de Jayme Fygura.
O rosto de Jayme Fygura poucos conheciam, mas a sua performance nas ruas do Centro Histórico de Salvador chamava a atenção de todos através da sua arte. Nos últimos quatro meses, Jayme trabalhava no Atelier do amigo Leonel Matos para dar conta de uma encomenda de 50 quadros a uma galeria de artes com sede em São Paulo e Nova Iorque.
"É uma perda muito grande, porque é um artista eclético, universal! É um artista ímpar, mas com a singularidade e uma transmissão do trabalho que ultrapassa as barreiras", afirma Leonel
Em 1992, Jayme passou a usar sua indumentária: uma escultura de metal que cobria o seu corpo. Apesar de ser conhecido como Andarilho de Salvador, o artista gostava mesmo era de produzir longe das ruas, em seu atelier localizado no bairro do Carmo.
Nascido em Cruz das Almas, Jaime veio para a capital baiana aos 5 anos e desde sua infância criava brinquedos com latas e madeira.
"É um momento com certeza de tristeza, mas em que nós reafirmamos aqui para a família dele que a obra dele e todo o seu legado o eterniza enquanto uma produção cultural e um personagem que marca uma era para a cultura baiana", afirmou o secretário de cultura Bruno Monteiro.
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Um dos personagens mais emblemáticos das ruas de Salvador, o artista plástico Jaime Andrade Almeida, o <a href="https://aratuon.com.br/cultura/2017-05-03/por-tras-da-mascara-ha-10-anos-nos-perguntamos-quem-e-jayme-figura/">Jayme Fygura</a>, faleceu neste domingo (26/11), deixando um legado artístico e simbólico na arte e na história da cidade. Conhecido por todos que frequentam o centro da cidade, Fygura provocava admiração e surpresa por sempre andar com máscaras e “armaduras” criadas com pedaços de metal e pano.

“Ele faleceu hoje às 13h. Nos últimos dias estava comigo na Saúde, onde estávamos trabalhando juntos para uma exposição que seria pro ano que vem, em São Paulo. Tava tudo bem, ele voltou para casa mas parece que passou mal”, afirma o artista plástico e parceiro de longa data, Leonel Mattos. Segundo o amigo, Fygura foi levado a uma UPA e retornou a casa, mas voltou a passar mal e hoje a tarde, não resistiu.

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“Jayme não era uma figura popular, era um ícone. Ele fazia uma performance 24h por dia. Quando nos conhecemos, em 1990, ele me encontrou e me mostrou as artes dele. Mas sua grande obra era este personagem que ele criou, fruto da timidez de mostrar o seu rosto”, lembra Mattos, que ainda em choque fala na permanência do legado da arte de seu grande amigo.

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“Precisamos imortalizar sua arte, sua história. Jayme é um artista importante que vivia sua arte e faz parte da nossa cidade”.

Ainda não foi divulgada a causa oficial de sua morte. A data do velório e sepultamento de Fygura também não foi informada pela sua famíla.

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