Analice de Jesus dos Santos e o marido dela, Jacson Santos Pereira, v&atilde;o a j&uacute;ri popular, segundo decis&atilde;o publicada no Portal do Tribunal de Justi&ccedil;a da Bahia. O casal &eacute; <a href="https://aratuon.com.br/noticia/geral/a-historia-das-irmas-de-salvador-estupradas-e-obrigadas-a-fazer-pornografia-com-os-pais-casal-esta-foragido" target="_blank">acusado de estuprar e filmar os abusos sexuais cometidos contra as pr&oacute;prias filhas no bairro do Lobato, Sub&uacute;rbio Ferrovi&aacute;rio de Salvador</a>.

A situa&ccedil;&atilde;o foi denunciada h&aacute; pouco mais de um ano, por reportagem do Aratu On.&nbsp;Na &uacute;ltima quinta-feira (25/11), exatamente um ano depois da pris&atilde;o, a Justi&ccedil;a confirmou a data do julgamento e manteve a pris&atilde;o preventiva de Jacson. A esposa dele est&aacute; em pris&atilde;o domiciliar por conta de uma gesta&ccedil;&atilde;o recente e essa situa&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m foi mantida. O j&uacute;ri popular acontecer&aacute; no dia 4 de abril de 2022, &agrave;s 8h, em local ainda n&atilde;o informado. &nbsp;

Na justificativa para manter os dois presos, o Tribunal de Justi&ccedil;a da Bahia confirmou todos os fatos narrados pelas v&iacute;timas - Carol*,&nbsp;e a meia-irm&atilde;, Amanda* - &agrave; reportagem. Antes de serem localizados, <a href="https://aratuon.com.br/noticia/geral/casal-que-abusava-sexualmente-das-filhas-e-filmava-crimes-e-preso-na-bahia-caso-foi-denunciado-pelo-aratu-on" target="_blank">ambos estavam escondidos no munic&iacute;pio de Itaberaba, a 264 km de Salvador</a>. Eles foram reconhecidos ap&oacute;s a mat&eacute;ria&nbsp;ser exibida pelo Grupo Aratu.&nbsp;

&quot;A conduta praticada pelos denunciados se encaixa em uma cadeia de acontecimentos subsequentes que se iniciou com os atos libidinosos, praticados em face da menor enquanto esta possuia oito anos, vez que era for&ccedil;ada a fazer sexo oral com o seu padrasto - o denunciado Jacson; se desenvolveu com o in&iacute;cio da pr&aacute;tica de conjun&ccedil;&atilde;o carnal quando esta tinha 13 anos, bem como, quando a v&iacute;tima, sua genitora e a filha do primeiro acusado satisfaziam a lasc&iacute;via deste, ao se beijarem mutuamente [...]&quot;, relata um trecho.&nbsp;

&quot;Por fim, permaneceu e se exauriu quando da pr&aacute;tica de sexo vaginal quando a v&iacute;tima contava com 15 anos, configurando a pr&aacute;tica do crime previsto no art. 215 do CP e aborto provocado pelos denunciados&quot;, complementa.&nbsp;

CASO

Os crimes aconteciam na casa onde a fam&iacute;lia morava, no bairro do Lobato. Amanda*, que hoje tem 17 anos, voltou a viver com a m&atilde;e h&aacute; cerca de dois anos, mas n&atilde;o conseguia denunciar os abusos cometido pelo pr&oacute;prio pai. &quot;Eu tenho um namorado e n&atilde;o conseguia ter rela&ccedil;&otilde;es com ele, porque eu me sentia estranha. Ele perguntava e eu tinha medo de contar. Um dia, eu falei. Ele me prometeu que n&atilde;o iria contar pra ningu&eacute;m, mas quando soube do ocorrido, me incentivou a contar pra minha m&atilde;e e procurar a pol&iacute;cia&quot;, relatou a filha de Jacson Santos Pereira.

A m&atilde;e dela, Girlene da Anuncia&ccedil;&atilde;o de Jesus, foi quem denunciou &agrave; pol&iacute;cia e contou ao pai de Carol* o que acontecia. A meio-irm&atilde; n&atilde;o sabia, mas a mais nova continuava sendo abusada pelo padrasto e pela m&atilde;e, tendo sofrido um aborto no come&ccedil;o de 2019.&nbsp;

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Ao tomar conhecimento do crime, o gari Alessandro Pereira Santos trouxe a filha para morar com ele. &quot;Eu perdi o ch&atilde;o [quando recebeu a not&iacute;cia], sendo sincero. Voc&ecirc; criar filho para marginal fazer o que bem quiser e achar que vai ficar por isso mesmo, n&atilde;o vai ficar. A m&atilde;e dela fez isso e n&atilde;o vai ficar assim&quot;, desabafou o pai.

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As meninas contam, em detalhes, como tudo aconteceu. &quot;Na primeira vez, ele disse que iria me ensinar como fazia e mandou a minha irm&atilde; mais nova fazer sexo oral nele. Depois, disse que era minha vez, mas eu n&atilde;o entendi&quot;, lembrou Amanda. &nbsp;

O acusado lhe dava presentes, como celulares caros, e ela n&atilde;o entendia o que acontecia. &quot;Eu sentia amor de pai por ele. Hoje em dia, isso d&oacute;i demais em mim e me arrependo de ter desobedecido minha m&atilde;e, porque eu sentia muito amor por meu pai. Depois que perdi a virgindade com ele [Jacson], foi &agrave; minha casa, disse que eu tinha me &lsquo;perdido&rsquo; com um menino, s&oacute; que era mentira. Minha m&atilde;e disse que n&atilde;o tinha visto nenhum namorado meu. Eu me sentia triste demais. Quase entro em depress&atilde;o&quot;, contou.

Apenas quando fez 15 anos teve coragem de voltar para a casa da m&atilde;e, apesar das amea&ccedil;as que sofria. Ela conta que sua m&atilde;e adotiva, Analice, dizia que coisas ruins aconteceriam com Jackson caso ela contasse para algu&eacute;m, o que fez com que ela tentasse apagar as mem&oacute;rias e evitar o assunto.

Carol, inclusive, j&aacute; havia tentando suic&iacute;dio. O pai biol&oacute;gico dela, Alessandro, conta que ficou assustado e perguntou v&aacute;rias vezes a filha o que a levara a tomar veneno, mas ela desconversava e dizia sentir ci&uacute;mes dele, por ter outro filho. &quot;Me relacionei com minha m&atilde;e, minha irm&atilde; e com Jacson ao mesmo tempo. Todo mundo junto&quot;, lembrou ela, na oportunidade.&nbsp;

Foi Carol, tamb&eacute;m, que engravidou do padrasto. &quot;&Eacute; estranho. Eu vinha enjoando, enjoando e minha m&atilde;e comprou um teste. Me levou para fazer um ultrassom e o beb&ecirc; tinha dois meses. Ele comprou uma &#39;garrafada&#39; e n&atilde;o resolveu. Depois de uma semana, ele comprou rem&eacute;dios para aborto. Colocou seis em mim. Depois, o feto desceu j&aacute; grande&quot;, contou.

* Carol e Amanda s&atilde;o nomes fict&iacute;cios para n&atilde;o expor as v&iacute;timas; 
* Todas as pessoas que aparecem na reportagem autorizaram a utiliza&ccedil;&atilde;o de suas imagens.

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