Metade dos 20 candidatos que mais receberam recursos do fundo eleitoral n&atilde;o conseguiu uma cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Estes pol&iacute;ticos arrecadaram quase R$ 10,6 milh&otilde;es em dinheiro p&uacute;blico. &Eacute; o que identificou levantamento do Aratu On realizado a partir de dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Destes, dois estiveram no top 3 de candidatos com mais recursos recepcionados: Iaraci Dias (Rede), a segunda na lista, que recebeu apenas 1.926 votos, mas obteve R$ 1.270.629 de verba do fundo, e a terceira, Mirela Mac&ecirc;do (Uni&atilde;o), que, mesmo com o mesmo valor recebido por Iaraci, &eacute; apenas a quarta suplente de deputado estadual.

K&aacute;tia Bacelar foi a candidata do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, que mais obteve recursos oriundos do fund&atilde;o: R$ 1.10.681. Apesar disto, n&atilde;o ficou entre os quatro deputados do partido que conseguiu se eleger.

O ex-deputado estadual Luciano Ribeiro (Uni&atilde;o) n&atilde;o logrou &ecirc;xito na tentativa de retornar &agrave; AL-BA. Com R$ 1.098.764, ele ficou como primeiro suplente do partido, tendo recebido 63.640 votos.

Tamb&eacute;m ficou como primeira suplente a deputada estadual Jusmari Oliveira (PSD), que fracassou na tentativa de reelei&ccedil;&atilde;o. Ela obteve R$ 1,05 milh&atilde;o de verba oriunda do fundo eleitoral.

O caso de Cardos&atilde;o do Pov&atilde;o (Pros) &eacute; o que mais chama aten&ccedil;&atilde;o. O partido ao&nbsp;qual ele &eacute; filiado sequer conseguiu atingir o quociente m&iacute;nimo para ocupar uma cadeira no Legislativo estadual. Com R$ 1 milh&atilde;o de recursos p&uacute;blicos disponibilizados, ele teve apenas 1.351 e nem foi o candidato mais votado da sua legenda &ndash; perdeu para Marislande Dias, que obteve 1.687 votos.&nbsp;

No Solidariedade, o postulante que mais recebeu dinheiro do fund&atilde;o foi Adriano Meirelles. Ele, no entanto, ficou longe de ser eleito: &eacute; o sexto suplente da sigla, que elegeu Luciano Ara&uacute;jo e Pancadinha.

Apesar de ter eleito seis deputados, o PP destinou a maior fatia do fundo eleitoral a Danielle Andrade. Com R$ 950 mil &agrave; sua disposi&ccedil;&atilde;o, ela ficou distante de ser eleita: recebeu apenas 3.015 votos e &eacute; a 17&ordf; suplente da sigla.

Tamb&eacute;m do PP, Soraia Cabral teve &agrave; sua disposi&ccedil;&atilde;o R$ 920 mil. No entanto, diferente de Danielle, ela &eacute; a primeira suplente do partido.

Um dos principais cotados para ser vice de ACM Neto (Uni&atilde;o) durante a pr&eacute;-campanha, Edylene Ferreira foi a principal beneficiada pelo Republicanos. A sigla, que elegeu Samuel Jr., Jurailton Santos e Jos&eacute; de Arimateia, forneceu R$ 900 mil para a campanha da vereadora de Serrinha, que &eacute; a segunda suplente da sigla.&nbsp;

CONFIRA A LISTA DOS 20 QUE MAIS RECEBERAM RECURSOS DO FUNDO ELEITORAL:

&nbsp; &nbsp; 1. Katia Oliveira (Uni&atilde;o Brasil): R$ 1.645.629 (eleita) 
&nbsp; &nbsp; 2. Iaraci Dias (Rede): R$ 1.270.629 (n&atilde;o eleita) 
&nbsp; &nbsp; 3. Mirela Macedo (Uni&atilde;o Brasil): R$ 1.270.629 (n&atilde;o eleita) 
&nbsp; &nbsp; 4. Angelo Coronel Filho (PSD): R$ 1,25 milh&atilde;o (eleito) 
&nbsp; &nbsp; 5. Luciano Sim&otilde;es (Uni&atilde;o Brasil): R$ 1.231.764 (eleito) 
&nbsp; &nbsp; 6. Ol&iacute;via Santana (PCdoB): R$ 1.219.474 (eleita) 
&nbsp; &nbsp; 7. Alan Sanches (Uni&atilde;o Brasil): R$ 1.161.764 (eleito) 
&nbsp; &nbsp; 8. K&aacute;tia Bacelar (PL): R$ 1.106.818 (n&atilde;o eleita) 
&nbsp; &nbsp; 9. Luciano Ribeiro (Uni&atilde;o): R$ 1.098.764 (n&atilde;o eleito) 
&nbsp; &nbsp; 10. Sandro R&eacute;gis (Uni&atilde;o Brasil): R$ 1.091.764 (eleito) 
&nbsp; &nbsp; 11. Jusmari Oliveira (PSD): R$ 1,05 milh&atilde;o (n&atilde;o eleita) 
&nbsp; &nbsp; 12. Adriano Meirelles (SD): R$ 1 milh&atilde;o (n&atilde;o eleito) 
&nbsp; &nbsp; 13. Cardos&atilde;o do Pov&atilde;o (Pros): R$ 1 milh&atilde;o (n&atilde;o eleito) 
&nbsp; &nbsp; 14. Marcinho Oliveira (Uni&atilde;o): R$ 986.764 (eleito) 
&nbsp; &nbsp; 15. Danielle Andrade (PP): R$ 950 mil (n&atilde;o eleita) 
&nbsp; &nbsp; 16. Soraia Cabral (PP): R$ 920 mil (n&atilde;o eleita) 
&nbsp; &nbsp; 17. Edylene Ferreira (Republicanos) (n&atilde;o eleita) 
&nbsp; &nbsp; 18. Luciano Ara&uacute;jo (SD): R$ 898 mil (eleito) 
&nbsp; &nbsp; 19. Z&oacute; (PCdoB): R$ 885.934 (eleito) 
&nbsp; &nbsp; 20. Bob&ocirc; (PCdoB): R$ 836.296 (eleito)

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A ministra e vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, deu o prazo de 10 dias para que o Congresso Nacional preste informa&ccedil;&otilde;es sobre a aprova&ccedil;&atilde;o do fundo avaliado em R$ 5,7 bilh&otilde;es que vai financiar as elei&ccedil;&otilde;es de 2022. A quantia foi validada na esteira da aprova&ccedil;&atilde;o da Lei de Diretrizes Or&ccedil;ament&aacute;rias.

&quot;Considerada a natureza da controv&eacute;rsia, em que se contende a respeito da corre&ccedil;&atilde;o do procedimento legislativo de vota&ccedil;&atilde;o aplicado &agrave; esp&eacute;cie, determino a notifica&ccedil;&atilde;o das autoridades impetradas para que prestem informa&ccedil;&otilde;es, no prazo de dez dias, como provid&ecirc;ncia pr&eacute;via ao exame do pedido de liminar&quot;, escreveu a presidente em exerc&iacute;cio.

Rosa tamb&eacute;m notificou o Governo Federal para ingressar como parte no processo. Embora a aprova&ccedil;&atilde;o tenha contado com votos da maior parte da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, ele tem dito que ir&aacute; vetar o aumento no Fund&atilde;o.

&quot;Deixar claro uma coisa. Vai ser vetado o excesso do que a lei garante. A lei [...] quase R$ 4 bilh&otilde;es o fundo, o extra de R$ 2 bilh&otilde;es vai ser vetado. Se eu vetar o que est&aacute; na lei, eu estou incurso em crime de responsabilidade. Espero n&atilde;o apanhar do pessoal a&iacute; como sempre&quot;, disse Bolsonaro, em conversa com apoiadores em frente ao pal&aacute;cio do Planalto nesta segunda-feira (26/7).

O valor do Fund&atilde;o passou de R$ 1,8 bilh&atilde;o em 2017 para R$ 5,7 bilh&otilde;es agora. A a&ccedil;&atilde;o &eacute; assinada pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e pelos deputados Adriana Ventura (Novo-SP), Daniel Coelho (Cidadania-PE), Felipe Rigoni (PSB-ES), Tabata Amaral (Sem partido-SP), Tiago Mitraud (Novo-MG) e Vin&iacute;cius Poit (Novo-SP).

Segundo eles, o massivo reajuste no fundo foi inserido na vota&ccedil;&atilde;o em desacordo com a lei, pois n&atilde;o atendeu &quot;a um prazo razo&aacute;vel de delibera&ccedil;&atilde;o quanto a uma mudan&ccedil;a t&atilde;o impactante&quot;. Al&eacute;m disso, alegam que &quot;as minorias parlamentares n&atilde;o foram ouvidas&quot;.

Sete parlamentares entraram com uma a&ccedil;&atilde;o no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar proibir o aumento no fundo eleitoral, chamado de &quot;fund&atilde;o&quot;, de 2022. A solicita&ccedil;&atilde;o foi feita neste s&aacute;bado (17/7).&nbsp;

O mandado de seguran&ccedil;a &eacute; assinado pelos deputados federais Adriana Ventura (Novo-SP), Daniel Coelho (Cidadania-PE), Felipe Rigoni (PSB-ES), Tabata Amaral (PDT-SP, foto acima), Tiago Mitraud (Novo-MG) e Vinicius Poit (Novo-SP), al&eacute;m do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Segundo informa&ccedil;&otilde;es do UOL, o objetivo da a&ccedil;&atilde;o &eacute; anular as vota&ccedil;&otilde;es ocorridas nesta &uacute;ltima sexta (16), no &acirc;mbito da Lei de Diretrizes Or&ccedil;ament&aacute;rias, que autorizou o aumento.&nbsp;

Segundo os parlamentares, a forma com que o reajuste no fundo eleitoral foi inserido na vota&ccedil;&atilde;o n&atilde;o seguiu o que determina a lei. &quot;Ora, como 594 pessoas [513 deputados e 81 senadores] conseguem analisar, discutir e votar, em um &uacute;nico dia, 2.663 emendas parlamentares?! &Eacute; simplesmente imposs&iacute;vel. &Eacute; uma fic&ccedil;&atilde;o para fingir que se fez cumprir a Constitui&ccedil;&atilde;o. (...) Como haveria uma delibera&ccedil;&atilde;o sobre um aumento de bilh&otilde;es de reais no or&ccedil;amento voltado para o fundo eleitoral entre tantas pessoas em apenas um dia?&quot;, questionam.

Al&eacute;m disso, a a&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m cita uma m&aacute; aloca&ccedil;&atilde;o de recursos p&uacute;blicos, no momento que o pa&iacute;s atravessa uma pandemia. &quot;Triplicar o valor do fundo eleitoral enquanto mais de 500 mil cidad&atilde;os brasileiros morreram pelo coronav&iacute;rus, al&eacute;m de inconstitucional, &eacute; imoral e cruel&quot;, justificam. O fundo eleitoral passou de R$ 1,7 bilh&otilde;es (2018) para R$ 5,7 bilh&otilde;es (2022).

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