Uma simples ida ao sal&atilde;o pode terminar em um consult&oacute;rio m&eacute;dico. A informa&ccedil;&atilde;o &eacute; da m&eacute;dica nefrologista baiana, Manuela Lordelo, que faz um alerta para o uso excessivo de produtos qu&iacute;micos <a href="https://aratuon.com.br/saude/quando-fazer-um-transplante-capilar-especialista-fala-sobre-procedimento" target="_blank" rel="noopener">capilares</a>, como alisantes, relaxantes e tintas. &ldquo;O consumo exagerado desses itens pode prejudicar a sa&uacute;de dos rins, uma vez que, na maioria deles, existem subst&acirc;ncias potencialmente t&oacute;xicas, como formalde&iacute;do (formol), am&ocirc;nia, parabenos, resorcinol e derivados de chumbo&rdquo;, detalha.
Segundo a m&eacute;dica, o contato prolongado e repetido com essas subst&acirc;ncias pode provocar sobrecarga renal e, em casos mais graves, contribuir para o desenvolvimento de doen&ccedil;a renal cr&ocirc;nica (DRC), especialmente em pessoas com hist&oacute;rico familiar de<a href="https://aratuon.com.br/saude/retransplante-de-rim-de-faustao-por-que-procedimento-e-necessario" target="_blank" rel="noopener"> problema nos rins</a>; com doen&ccedil;as pr&eacute;-existentes, como hipertens&atilde;o e diabetes; pessoas que fazem alisamentos ou colora&ccedil;&otilde;es com frequ&ecirc;ncia (mais de seis vezes ao ano), al&eacute;m dos profissionais da beleza que est&atilde;o em contato di&aacute;rio com esses produtos, inalando e manuseando.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/6c386520-258b-45a4-ad6f-2f4dc5deca84.jpg?width=710&amp;height=473" alt="Qu&iacute;mica Capilar Freepik">
"O couro cabeludo &eacute; altamente vascularizado. Muitas dessas subst&acirc;ncias qu&iacute;micas s&atilde;o absorvidas pela pele e entram na corrente sangu&iacute;nea. O rim, como &oacute;rg&atilde;o filtrador, acaba sendo um dos mais impactados", explica a nefrologista Manuela Lordelo.
A especialista conta que, quem j&aacute; tem predisposi&ccedil;&atilde;o ou <a href="https://aratuon.com.br/saude/pacientes-renais-sao-beneficiados-com-ampliacao-da-capacidade-de-hemodialise-do-hospital-ana-nery" target="_blank" rel="noopener">doen&ccedil;as que afetam os rins</a> deve redobrar a aten&ccedil;&atilde;o. Isso porque a sobrecarga renal costuma ser silenciosa, sendo percebida somente quando a fun&ccedil;&atilde;o j&aacute; est&aacute; comprometida.
<h2>Excesso de qu&iacute;mica capilar e a sa&uacute;de dos rins</h2>
Dentre as recomenda&ccedil;&otilde;es da m&eacute;dica e da Sociedade Brasileira de Nefrologia, destacam-se evitar o uso frequente de alisantes e colora&ccedil;&otilde;es qu&iacute;micas; dar prefer&ecirc;ncia a produtos com certifica&ccedil;&atilde;o da Anvisa e f&oacute;rmulas mais naturais, sendo muito importante ler cada r&oacute;tulo; usar luvas e m&aacute;scaras em procedimentos capilares, principalmente profissionais da beleza; fazer exames de fun&ccedil;&atilde;o renal regularmente, principalmente se houver uso frequente dessas subst&acirc;ncias e buscar orienta&ccedil;&atilde;o m&eacute;dica em caso de sintomas como incha&ccedil;o, urina escura, fadiga ou altera&ccedil;&otilde;es na press&atilde;o arterial.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/aa2822c7-b11e-4283-8bd4-f8bb05fc6047.jpg?width=600&amp;height=420" alt="Anvisa Marcelo Camargo Agencia Brasil">

Saber diferenciar quais subst&acirc;ncias qu&iacute;micas fazem mal para o ser humano e quais s&atilde;o ben&eacute;ficas &eacute; um dos primeiros passos para uma vida longe de contamina&ccedil;&otilde;es. A qu&iacute;mica est&aacute; presente no dia a dia das pessoas mais do que se sup&otilde;e e ela pode ser uma aliada importante no cotidiano. Na &aacute;gua, nos produtos de beleza e higiene, alimenta&ccedil;&atilde;o, em tudo isso tem qu&iacute;mica e conhecer a composi&ccedil;&atilde;o &eacute; necess&aacute;rio para n&atilde;o ser enganado nem pagar mais caro pela falta de conhecimento.&nbsp;

Por exemplo, h&aacute; quem pague at&eacute; 15 vezes mais pelo famoso sal rosa do Himalaia, um produto que possui um marketing forte sobre um benef&iacute;cio que n&atilde;o foi comprovado cientificamente. Trazendo outro exemplo das prateleiras dos supermercados, est&aacute; cada vez mais f&aacute;cil levar para casa, por engano, composto l&aacute;cteo no lugar de leite em p&oacute;. Sem saber, os consumidores adquirem um produto de qualidade inferior, pagando o mesmo pre&ccedil;o do produto de melhor qualidade ou at&eacute; mais caro.

Por isso, saber um pouco de qu&iacute;mica &eacute; importante para fazer escolhas conscientes e saber quais produtos comprar, e essa &eacute; a resposta que a professora e doutora em Qu&iacute;mica Dr&ordf;. Maria Santiago d&aacute; aos seus alunos quando perguntam &ldquo;para qu&ecirc; estudar qu&iacute;mica?&rdquo;. &nbsp;A professora foi uma das convidadas do podcast semanal da Sala dos Professores, transmitido na &uacute;ltima segunda-feira (20), para falar sobre o as fake news envolvendo a qu&iacute;mica.

Em seu ponto de vista, a professora defende que &eacute; preciso desconstruir a ideia de que se algo tem qu&iacute;mica faz mal, e construir o pensamento questionador sobre quais subst&acirc;ncias qu&iacute;micas est&atilde;o presentes no produto. A professora listou alguns exemplos de fake news envolvendo a qu&iacute;mica no cotidiano. Confira!

Sal rosa do Himalaia

Famoso por sua cor rosada e por supostamente ter mais benef&iacute;cios do que o sal comum, cientificamente n&atilde;o h&aacute; provas de que esse sal, de fato, seja melhor para a sa&uacute;de. Segundo a revista americana Time n&atilde;o existem evid&ecirc;ncias cient&iacute;ficas dos reais benef&iacute;cios desse sal.&nbsp;

A professora Maria Santiago explica que o sal rosa do Himalaia tem os mesmos benef&iacute;cios do sal branco. &ldquo;Ele s&oacute; n&atilde;o &eacute; t&atilde;o processado, o que o deixa com a cor rosa, enquanto o sal comum passa por um processo de refina&ccedil;&atilde;o e fica com a cor branca. Mas &eacute; importante saber que os dois tipos de sal s&atilde;o iguais quimicamente falando&rdquo;, justifica. Ainda segundo a professora de qu&iacute;mica, os fornecedores cobram muito mais caro do que o sal comum por uma caracter&iacute;stica que supostamente esse sal tem.&nbsp;

&ldquo;A linguagem cient&iacute;fica &eacute; deturpada para que com o marketing voc&ecirc; consiga agregar valor e vender mais caro. No final das contas a pessoa consome o mesmo produto, com o mesmo teor de s&oacute;dio, s&oacute; que paga mais caro pelo sal rosa do Himalaia por causa de um marketing equivocado&rdquo;, frisa a doutora.

Leite em p&oacute; x Composto l&aacute;cteo&nbsp;

&ldquo;Trocar gato por lebre&rdquo;, essa express&atilde;o representa bem o que acontece quando o consumidor compra composto l&aacute;cteo achando que &eacute; leite em p&oacute;. As embalagem dos dois produtos s&atilde;o similares e, se n&atilde;o prestar aten&ccedil;&atilde;o, a confus&atilde;o &eacute; garantida.

Conforme explica a professora Maria Santiago, o composto l&aacute;cteo &eacute; uma mistura de leite com outra subst&acirc;ncia, tendo em sua composi&ccedil;&atilde;o uma porcentagem de soro de leite. &ldquo;Quando voc&ecirc; compra leite em p&oacute;, a&iacute; tem-se o leite, mas o composto l&aacute;cteo &eacute; feito em sua maior parte de soro de leite. O composto n&atilde;o faz mal &agrave; sa&uacute;de, mas as pessoas precisam saber que est&atilde;o pagando por um produto de qualidade inferior, que n&atilde;o &eacute; feito totalmente de leite&rdquo;.

Na opini&atilde;o da professora, essa informa&ccedil;&atilde;o tem que ficar vis&iacute;vel nas embalagens, pois as pessoas t&ecirc;m que saber o que est&atilde;o consumindo. Ela mesma j&aacute; se confundiu e levou o composto achando que era leite em p&oacute;, j&aacute; que estavam na mesma prateleira e com embalagens parecidas. Quando reclamou com o supermercado, exigindo mais aten&ccedil;&atilde;o para o assunto, ouviu que n&atilde;o seria poss&iacute;vel fazer o alerta uma vez que as pessoas n&atilde;o comprariam o composto l&aacute;cteo. &ldquo;No final das contas a ind&uacute;stria quer lucrar oferecendo um produto com qualidade inferior&rdquo;, pontua a especialista em qu&iacute;mica.

Alisantes de cabelo

&ldquo;Qualquer subst&acirc;ncia que a gente p&otilde;e no cabelo tem qu&iacute;mica, seja para hidratar, condicionar ou fechar cut&iacute;cula&rdquo;, afirma a doutora em qu&iacute;mica Maria Santiago. Segundo a especialista, quando a pessoa diz que o produto &eacute; natural, sem qu&iacute;mica, est&aacute; cometendo um equ&iacute;voco cient&iacute;fico grave.&nbsp;

Conforme explica a doutora, &ldquo;qualquer subst&acirc;ncia que voc&ecirc; usar no cabelo, que vai mudar a textura, tem qu&iacute;mica.&rdquo; Mas n&atilde;o precisa parar de cuidar dos fios. &ldquo;Normalmente estamos acostumados a aprender que tudo o que tem qu&iacute;mica &eacute; ruim, faz mal &agrave; sa&uacute;de. Mas precisamos diferenciar as subst&acirc;ncias que fazem mal e as que s&atilde;o necess&aacute;rias. Ent&atilde;o quando for fazer um alisamento no cabelo &eacute; bom questionar qual &eacute; a subst&acirc;ncia presente no produto e saber se &eacute; aprovado pela Ag&ecirc;ncia Nacional de Vigil&acirc;ncia Sanit&aacute;ria (Anvisa)&rdquo;, destaca.

A doutora alerta, ainda, para o uso do formol, causador de rea&ccedil;&otilde;es perigosas para o cliente e, tamb&eacute;m, para cabeleireiro. &ldquo;O formol, de fato, destr&oacute;i o cabelo. Na primeira vez que voc&ecirc; usa os fios ficam brilhantes, mas com a continuidade do uso pode desencadear v&aacute;rios tipos de rea&ccedil;&atilde;o como queimaduras e queda de cabelo. &Eacute; perigoso e tem v&aacute;rios malef&iacute;cios&rdquo;, diz.

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