A parcela de fam&iacute;lias com d&iacute;vidas, em atraso ou n&atilde;o, no pa&iacute;s atingiu 77,5% em mar&ccedil;o deste ano. Os n&uacute;meros s&atilde;o da Confedera&ccedil;&atilde;o Nacional do Com&eacute;rcio de Bens, Servi&ccedil;os e Turismo (CNC). Essa &eacute; a maior propor&ccedil;&atilde;o de endividados desde o in&iacute;cio da Pesquisa de Endividamento e Inadimpl&ecirc;ncia do Consumidor (Peic), em 2010. Em fevereiro, o percentual era de 76,6%. J&aacute; em mar&ccedil;o do ano passado, a taxa era de 67,3%, de acordo com a Peic.

O percentual de inadimplentes, ou seja, fam&iacute;lias com contas ou d&iacute;vidas em atraso, chegou a 27,8%, o segundo maior percentual da pesquisa, ficando abaixo apenas daquele registrado no primeiro m&ecirc;s da Peic, em janeiro de 2010 (29,1%). Em fevereiro, taxa ficou em 27% e em mar&ccedil;o de 2021, 24,4%.

J&aacute; as fam&iacute;lias que n&atilde;o ter&atilde;o condi&ccedil;&atilde;o de pagar suas d&iacute;vidas e contas em atraso somam 10,8%, acima dos percentuais de fevereiro deste ano e de mar&ccedil;o do ano passado (ambos 10,5%).

O cart&atilde;o de cr&eacute;dito responde por 87% dos motivos de endividamento no pa&iacute;s, seguido pelos carn&ecirc;s (18,7%), financiamento de carro (11,2%), cr&eacute;dito pessoal (9,4%) e financiamento de casa (8,6%).

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A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) finalizou, com o apoio&nbsp;do&nbsp;Programa das Na&ccedil;&otilde;es Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),&nbsp; o estudo que aborda a situa&ccedil;&atilde;o e os efeitos negativos do superendividamento no Brasil nos &uacute;ltimos anos. Os resultados s&atilde;o alarmantes.&nbsp;

De acordo com os dados, cerca de 69,7% das fam&iacute;lias brasileiras est&atilde;o endividadas e 43,2% dos consumidores declararam que n&atilde;o conseguir&atilde;o pagar as d&iacute;vidas em atraso.&nbsp;

O trabalho sugere ainda a atua&ccedil;&atilde;o urgente e efetiva do poder p&uacute;blico, na tentativa de realocar esses consumidores no mercado de consumo como forma de mitigar os efeitos do superendividamento, os quais ultrapassam a dimens&atilde;o econ&ocirc;mica e afetam diversos outros aspectos do desenvolvimento humano.

RECOMENDA&Ccedil;&Otilde;ES

Como conclus&atilde;o do estudo, foram apresentadas doze recomenda&ccedil;&otilde;es. Entre elas, a regulamenta&ccedil;&atilde;o e aprimoramento de um programa de educa&ccedil;&atilde;o financeira em &acirc;mbito nacional, com projetos voltados aos jovens no ambiente escolar, &agrave; popula&ccedil;&atilde;o em geral e a grupos vulner&aacute;veis; a defini&ccedil;&atilde;o de sistema para inicia&ccedil;&atilde;o e centraliza&ccedil;&atilde;o de acesso &agrave; via administrativa do processo de repactua&ccedil;&atilde;o de d&iacute;vidas; e a ado&ccedil;&atilde;o de ferramentas que proporcionem par&acirc;metros unificados para aux&iacute;lio na caracteriza&ccedil;&atilde;o do m&iacute;nimo existencial.

Os resultados desse trabalho tamb&eacute;m foram apresentados em um workshop aberto ao p&uacute;blico, onde profissionais da &aacute;rea debateram as informa&ccedil;&otilde;es e propostas de aperfei&ccedil;oamento sobre o tema, a fim de gerar subs&iacute;dios para o fortalecimento de pol&iacute;ticas afetas ao consumidor.

Na oportunidade, o representante residente adjunto do PNUD, Carlos Arboleda, destacou a import&acirc;ncia do debate para reflex&atilde;o das causas do superendividamento da popula&ccedil;&atilde;o brasileira e seu impacto no desenvolvimento do pa&iacute;s.

&ldquo;Pensar na realoca&ccedil;&atilde;o do cidad&atilde;o no mercado de consumo beneficia n&atilde;o somente o desenvolvimento do pa&iacute;s, mas tamb&eacute;m o desenvolvimento humano &ndash; em dimens&otilde;es que ultrapassam impactos econ&ocirc;micos&rdquo;, disse Arboleda.

<ul>
	<li>Para acessar o estudo completo,&nbsp;<a href="https://www.defesadoconsumidor.gov.br/portal/biblioteca/107-edital">clique aqui</a>.</li>
</ul>

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