No m&ecirc;s em que se celebra o Dia das Av&oacute;s, em 26 de julho, a data serve de lembrete para uma importante reflex&atilde;o: envelhecer pode ser sin&ocirc;nimo de plenitude &mdash; especialmente para as mulheres, que vivem mais e, cada vez mais, melhor. Se antes a figura da av&oacute; estava atrelada &agrave; cadeira de balan&ccedil;o, cabelo preso em coque e tardes silenciosas de croch&ecirc;, hoje ela pode muito bem estar cruzando a linha de chegada de uma corrida de rua, pegando pesado na academia, aprendendo um novo idioma, gerenciando um neg&oacute;cio online, vivendo novas experi&ecirc;ncias ou mesmo organizando sua pr&oacute;xima viagem ao exterior.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/04de40f3-2180-4eaf-b57c-26bb7639e022.jpg?width=1280&amp;height=852" alt="Novas Av&oacute;s Quebram Estere&oacute;tipos E Desafiam O Tempo Com Sa&uacute;de E Vitalidade">
Essa transforma&ccedil;&atilde;o tem ra&iacute;zes profundas, entre elas, a maior expectativa de vida da popula&ccedil;&atilde;o feminina e o acesso crescente &agrave; informa&ccedil;&atilde;o sobre sa&uacute;de e bem-estar. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE), as mulheres brasileiras vivem, em m&eacute;dia, sete anos a mais do que os homens, atingindo uma expectativa de vida de 80,5 anos. No entanto, viver mais n&atilde;o basta &mdash; &eacute; preciso viver com qualidade. A menopausa, por exemplo, ainda &eacute; um marco na vida de muitas mulheres e, embora natural, pode ser acompanhada de sintomas desafiadores. Mas, com suporte m&eacute;dico adequado, estilo de vida ativo e bons h&aacute;bitos, &eacute; poss&iacute;vel atravessar essa fase com autonomia e disposi&ccedil;&atilde;o.
"A menopausa n&atilde;o deve ser encarada como o fim de um ciclo produtivo ou de uma vida ativa. Pelo contr&aacute;rio, ela marca o in&iacute;cio de uma nova etapa que pode ser vivida com plenitude, sa&uacute;de e prop&oacute;sito, desde que a mulher receba orienta&ccedil;&atilde;o adequada e adote h&aacute;bitos saud&aacute;veis", afirma o ginecologista Dr. Jorge Valente, especialista em sa&uacute;de metab&oacute;lica e longevidade.
Entre as principais queixas desse per&iacute;odo est&atilde;o ondas de calor (os temidos "fogachos"), altera&ccedil;&otilde;es de humor, ganho de peso, ins&ocirc;nia e perda da libido. De acordo com a Federa&ccedil;&atilde;o Brasileira das Associa&ccedil;&otilde;es de Ginecologia e Obstetr&iacute;cia (Febrasgo), mais de 80% das mulheres na menopausa relatam sintomas que afetam diretamente sua qualidade de vida.
Mas esse n&atilde;o &eacute;, necessariamente, um destino inevit&aacute;vel. Segundo o m&eacute;dico, pr&aacute;ticas como atividade f&iacute;sica regular, alimenta&ccedil;&atilde;o balanceada, reposi&ccedil;&atilde;o hormonal quando indicada e manejo do estresse s&atilde;o pilares fundamentais para atravessar esse momento de forma saud&aacute;vel.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/865965ef-b85e-4f73-a211-d13107e1d92f.jpg?width=5334&amp;height=3556" alt="dia-dos-avos">
<h3>Uma nova av&oacute;: ativa, criativa e cheia de planos</h3>
Aos 64 anos, a artes&atilde; e empreendedora Rossela Oliveira &eacute; um exemplo vibrante dessa virada de chave. Ela vive o que chama de sua melhor fase &mdash; com corpo em movimento, mente em expans&atilde;o e metas para os pr&oacute;ximos 30 anos. &ldquo;Sempre acreditei que a longevidade com qualidade &eacute; constru&iacute;da no dia a dia. Cuido da minha sa&uacute;de com responsabilidade, com apoio m&eacute;dico e profissional, porque quero chegar bem aos 70, 80, 90&rdquo;, afirma.
Rossela come&ccedil;a as manh&atilde;s com atividade f&iacute;sica e leitura, e dedica parte do dia &agrave; sua loja de acess&oacute;rios femininos, onde, entre la&ccedil;os de fitas, pedrarias e apliques, expressa sua criatividade e amor pelo artesanato. No fim da tarde, estuda ingl&ecirc;s, marketing e ainda encontra tempo para tocar piano. Os fins de semana s&atilde;o ao ar livre, com pedaladas, contato com a natureza e a companhia da fam&iacute;lia.
&ldquo;Tenho tr&ecirc;s netos, com idades entre 7 e 15 anos, e adoro acompanh&aacute;-los em corridas de rua. Vivemos todos a rotina de forma ativa e saud&aacute;vel. Isso me motiva ainda mais a manter uma vida plena e sem limita&ccedil;&otilde;es&rdquo;, diz ela. A alimenta&ccedil;&atilde;o balanceada, o sono reparador e a aus&ecirc;ncia de doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas fazem parte do seu cotidiano. &ldquo;Me sinto feliz, disposta e em paz com meu corpo e minha mente. &Eacute; assim que quero seguir envelhecendo.&rdquo;
<h3>Longevidade &eacute; constru&ccedil;&atilde;o di&aacute;ria</h3>
Para o Dr. Jorge Valente, a hist&oacute;ria de Rossela reflete um movimento crescente entre mulheres maduras no Brasil. "H&aacute; um novo perfil feminino se consolidando. Mulheres que, ao entrarem na menopausa, n&atilde;o se sentem limitadas &mdash; elas buscam alternativas, se cuidam, continuam se reinventando e se reconhecendo potentes."
E isso &eacute; fundamental para que a longevidade venha acompanhada de autonomia. O Minist&eacute;rio da Sa&uacute;de refor&ccedil;a que o autocuidado e a preven&ccedil;&atilde;o s&atilde;o estrat&eacute;gias essenciais para um envelhecimento saud&aacute;vel, recomendando check-ups regulares, vacina&ccedil;&atilde;o em dia, pr&aacute;tica de exerc&iacute;cios e controle de doen&ccedil;as cr&ocirc;nicas como hipertens&atilde;o e diabetes.
Neste Dia das Av&oacute;s, mais do que flores ou homenagens nas redes sociais, o convite &eacute; para olhar com outros olhos para essa gera&ccedil;&atilde;o que ressignifica a maturidade. Mulheres que cuidam dos netos, sim &mdash; mas que tamb&eacute;m cuidam de si, fazem planos, dan&ccedil;am, criam, empreendem. E mostram que a velhice pode ser, acima de tudo, um tempo de pot&ecirc;ncia.

Neste s&aacute;bado, 26 de julho, &eacute; celebrado o Dia dos Av&oacute;s no Brasil, em homenagem a Santa Ana e S&atilde;o Joaquim, que, segundo a tradi&ccedil;&atilde;o da Igreja Cat&oacute;lica, seriam os pais de Maria e, portanto, av&oacute;s de Jesus Cristo.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/03593247-3333-44ea-81b1-bdc5d0baebdc.jpg?width=6000&amp;height=4000" alt="Dia dos av&oacute;s &eacute; comemorado neste s&aacute;bado. Foto: Freepik ">
Para comemorar a data, nada melhor do que enviar uma mensagem de carinho para essas figuras t&atilde;o importantes na vida familiar.
<a href="https://aratuon.com.br/entretenimento/concurso-elege-miss-e-mister-melhor-idade-no-dia-dos-avos-na-bahia">+ Concurso elege &lsquo;Miss e Mister Melhor Idade&rsquo; no Dia dos Av&oacute;s na Bahia</a>
Por isso, o Aratu On separou cinco mensagens especiais para enviar aos av&oacute;s pelo WhatsApp. Confira:
<h3>Mensagens para enviar no Dia dos Av&oacute;s</h3>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/451ed19b-1f8c-4fdf-bff6-0b224eb21815.jpg?width=5334&amp;height=3556" alt=" Foto: Freepik ">
<blockquote>
1. &ldquo;Feliz Dia dos Av&oacute;s! Voc&ecirc;s s&atilde;o o abra&ccedil;o que conforta, o conselho que guia e o amor que nunca falha. Obrigado(a) por tudo o que representam na minha vida!&rdquo;
2. &ldquo;Feliz Dia dos Av&oacute;s! V&oacute; e v&ocirc;, hoje &eacute; o dia de voc&ecirc;s, mas a verdade &eacute; que todos os dias eu penso no quanto sou aben&ccedil;oado(a) por t&ecirc;-los na minha vida. O amor de voc&ecirc;s me ensinou sobre cuidado, paci&ecirc;ncia, generosidade e for&ccedil;a. Aprendi, com voc&ecirc;s, que o tempo n&atilde;o tem pressa quando se trata de amar e que as mem&oacute;rias mais simples, como um caf&eacute; no fim da tarde ou uma conversa no sof&aacute;, s&atilde;o as que aquecem o cora&ccedil;&atilde;o para sempre. Obrigado(a) por tudo o que voc&ecirc;s s&atilde;o e por tudo o que me deram sem pedir nada em troca. Amo voc&ecirc;s com todo o meu cora&ccedil;&atilde;o.&rdquo;
3. &ldquo;Feliz Dia dos Av&oacute;s! Viver com voc&ecirc;s &eacute; ter a chance de ouvir o passado, entender o presente e sonhar com o futuro. &Eacute; aprender que a vida pode ser simples e, ainda assim, cheia de significados. O amor de voc&ecirc;s &eacute; feito de pequenos detalhes: da comida preferida que s&oacute; a v&oacute; sabe fazer, das hist&oacute;rias engra&ccedil;adas que o v&ocirc; conta, dos abra&ccedil;os que curam qualquer tristeza. Obrigado(a) por serem um pedacinho do c&eacute;u aqui na Terra. Amo voc&ecirc;s infinitamente.&rdquo;
4. &ldquo;V&oacute; e v&ocirc;, ter voc&ecirc;s &eacute; como ter ra&iacute;zes firmes e um amor que floresce todos os dias. Amo voc&ecirc;s com todo o meu cora&ccedil;&atilde;o.&rdquo;
5. &ldquo;O melhor presente que a vida me deu foi ter av&oacute;s como voc&ecirc;s. Com voc&ecirc;s, aprendi sobre generosidade, f&eacute; e sobre a beleza de envelhecer com dignidade e amor. N&atilde;o h&aacute; riqueza maior do que as lembran&ccedil;as que constru&iacute;mos juntos: dos anivers&aacute;rios em fam&iacute;lia, dos conselhos s&aacute;bios, das tardes que passavam devagar, cheias de afeto. Neste Dia dos Av&oacute;s, deixo registrado todo o amor e gratid&atilde;o que sinto por voc&ecirc;s. Que esse amor, que sempre me deram em dobro, volte multiplicado! Amo voc&ecirc;s eternamente.&rdquo;
</blockquote>
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Celebrado no Brasil em 26 de julho, o Dia dos Av&oacute;s &eacute; uma data dedicada a homenagear essas figuras t&atilde;o importantes na vida de muitas fam&iacute;lias.
Mais do que uma simples comemora&ccedil;&atilde;o, o dia tem origem religiosa e carrega um forte simbolismo relacionado &agrave; hist&oacute;ria crist&atilde; e &agrave; valoriza&ccedil;&atilde;o da experi&ecirc;ncia e afeto dos mais velhos.
<a href="https://aratuon.com.br/entretenimento/concurso-elege-miss-e-mister-melhor-idade-no-dia-dos-avos-na-bahia" target="_blank" rel="noopener">+ Concurso elege &lsquo;Miss e Mister Melhor Idade&rsquo; no Dia dos Av&oacute;s na Bahia</a>
<h3>Dia dos Av&oacute;s: a origem religiosa da data</h3>
A escolha do 26 de julho est&aacute; ligada &agrave; tradi&ccedil;&atilde;o cat&oacute;lica, que celebra nesta data o dia de Sant&rsquo;Ana e S&atilde;o Joaquim, pais de Maria e av&oacute;s de Jesus Cristo.
Embora n&atilde;o haja relatos detalhados sobre eles na B&iacute;blia, sua devo&ccedil;&atilde;o surgiu a partir de textos ap&oacute;crifos e foi consolidada na tradi&ccedil;&atilde;o da Igreja Cat&oacute;lica ao longo dos s&eacute;culos.
<a href="https://aratuon.com.br/politica/camara-pode-votar-projeto-que-aumenta-penas-para-abandono-de-idosos" target="_blank" rel="noopener">+ C&acirc;mara pode votar projeto que aumenta penas para abandono de idosos</a>
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/64928b75-8ab0-4ca0-9d81-f23c8bbf4822.jpg?width=700&amp;height=900" alt="Dia Dos Av&oacute;s. Foto: Feito por IA">
Sant&rsquo;Ana e S&atilde;o Joaquim s&atilde;o considerados padroeiros dos av&oacute;s, e sua comemora&ccedil;&atilde;o come&ccedil;ou a ganhar destaque especialmente a partir do s&eacute;culo XVI.
Em diversos pa&iacute;ses de tradi&ccedil;&atilde;o cat&oacute;lica, como Portugal e Espanha, a data j&aacute; era marcada por missas e homenagens, tradi&ccedil;&atilde;o que tamb&eacute;m se espalhou por pa&iacute;ses da Am&eacute;rica Latina, incluindo o Brasil
<h3>Dia dos Av&oacute;s: programa&ccedil;&atilde;o religiosa em Salvador</h3>
Na Arquidiocese de S&atilde;o Salvador da Bahia, duas par&oacute;quias t&ecirc;m a protetora de todos os av&oacute;s como padroeira e prepararam programa&ccedil;&otilde;es especiais. Uma delas &eacute; a Par&oacute;quia Sant&rsquo;Ana, no bairro do Rio Vermelho, cuja novena teve in&iacute;cio no &uacute;ltimo dia 17, e seguiu at&eacute; 25 de julho, sempre &agrave;s 19h. O tema deste ano &eacute; &ldquo;Esperando esperei no Senhor&rdquo;.
<a href="https://aratuon.com.br/cidade/papa-leao-xiv-nomeia-dois-novos-bispos-auxiliares-para-salvador" target="_blank" rel="noopener">+ Papa Le&atilde;o XIV nomeia dois novos bispos auxiliares para Salvador</a>
O ponto alto dos festejos acontece, neste s&aacute;bado (26), data da mem&oacute;ria lit&uacute;rgica de Sant&rsquo;Ana e S&atilde;o Joaquim, quando os fi&eacute;is participam de uma programa&ccedil;&atilde;o intensa: Missas &agrave;s 7h30 e &agrave;s 9h30, sendo esta seguida de Prociss&atilde;o Mar&iacute;tima (a depender das condi&ccedil;&otilde;es clim&aacute;ticas); e adora&ccedil;&atilde;o ao Sant&iacute;ssimo Sacramento, das 11h &agrave;s 17h.
<img src="https://adm.aratuon.com.br/assets/530232bb-2c9f-4958-b5ed-de970a6072e4.jpg?width=1023&amp;height=733" alt="Paroquia Santana, no Rio Vermelho, em Salvador. Foto: Reprodu&ccedil;&atilde;o | Wikipedia">
A Missa Solene que marcar&aacute; o encerramento dos festejos ser&aacute; presidida por Dom Emanuel d&rsquo;Able do Amaral, OSB, &agrave;s 18h.
J&aacute; a Par&oacute;quia Sant&iacute;ssimo Sacramento e Sant&rsquo;Ana, localizada no bairro Nazar&eacute;, em Salvador, realizou um tr&iacute;duo de 23 a 25 de julho, sempre com in&iacute;cio &agrave;s 19h. Antes, &agrave;s 18h, os fi&eacute;is participavam da adora&ccedil;&atilde;o ao Sant&iacute;ssimo Sacramento.
Como parte da programa&ccedil;&atilde;o, no dia 24 aconteceu a inaugura&ccedil;&atilde;o da Sala Santa Dulce dos Pobres, j&aacute; que foi nesta Igreja que a religiosa teve certeza da voca&ccedil;&atilde;o: a entrega da vida a Deus atrav&eacute;s do servi&ccedil;o aos mais pobres.
O espa&ccedil;o contou com um painel permanente em homenagem &agrave; <a href="https://aratuon.com.br/entretenimento/livro-que-reune-cartas-ineditas-de-santa-dulce-sera-lancado-em-salvador" target="_blank" rel="noopener">primeira santa brasileira desta &eacute;poca</a>, e temporariamente acolheu a imagem do Anjo Bom do Brasil, que ficou exposta para visita&ccedil;&atilde;o at&eacute; ontem (25).
Hoje (26), dia festivo, a programa&ccedil;&atilde;o inicia com a alvorada, &agrave;s 6h. Ser&atilde;o celebradas Missas &agrave;s 7h, &agrave;s 8h30, &agrave;s 10h, &agrave;s 12h e &agrave;s 15h. A Solene Celebra&ccedil;&atilde;o Eucar&iacute;stica acontecer&aacute; &agrave;s 18h, sob a presid&ecirc;ncia do bispo auxiliar da Arquidiocese de S&atilde;o Salvador da Bahia, Dom Marco Eug&ecirc;nio Galr&atilde;o.
LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/cidadania/mpba-realiza-mutirao-de-reconhecimento-de-paternidade-em-salvador" target="_blank" rel="noopener">MPBA realiza mutir&atilde;o de reconhecimento de paternidade em Salvador</a>

Hoje, 26 de julho, é Dia dos Avós. Ao longo dos anos, vem se modificando o perfil de quem tem netos e netas e a expectativa é de que as mudanças continuem acontecendo.
Uma tendência observada é que as pessoas estão se tornando avós mais velhas. Isso porque as mulheres estão escolhendo ser mães mais tarde. É o que aponta a pesquisadora do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Ana Carolina Bertho, com base em dados disponibilizados pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Além disso, segundo ela, está aumentando o número de mulheres sem filhos na população brasileira. O Brasil sai de um patamar de 6,12 filhos por mulher em 1950 para 1,61 filhos por mulher em 2024, segundo a ONU.
No futuro, com o aumento da expectativa de vida – em 1950, era de 46,8 anos, em 2022, chegou a 75,5 anos – a proporção de idosos que serão avós deverá ser reduzida.
"Teremos mais idosos, mas vai aumentar a proporção de idosos sem netos. Além disso, no passado, uma pessoa chegar aos 60 anos de idade já era considerado um velhinho, uma velhinha; hoje não, já que elas estão muito mais ativas", diz.
MERCADO DE TRABALHO
Segundo a pesquisadora, se for pensar nos anos 1950, a maior parte das mulheres estudava, casava e ficava em casa. Isso vem se modificando, com o aumento da participação do gênero no mercado do trabalho, o que trouxe uma outra mudança no perfil das avós.
"Essa figura da 'avó cuidadora' foi desaparecendo, porque a avó continua trabalhando. Muitas mulheres acima de 60 anos estão em plena atividade laboral", pontua.
Isso não é um problema em si, segundo ela, tanto para a qualidade de vida dos avós, quanto para a relação com os netos e será refletido mais no perfil das avós, do que dos avôs, que já vinham ocupando posições no mercado de trabalho no passado.
APOSENTADORIA
Com o aumento da idade mínima da aposentadoria, os avós estarão menos presentes e disponíveis, ainda que possam ter tempo de qualidade com seus netos, de acordo com a pesquisadora. O problema consiste nas situações em que o idoso passe a ser o único provedor da família.
"Em situações de crise econômica, em que a família fica desempregada, o idoso é o único com a renda garantida pela aposentadoria, e acaba ficando responsável pelas finanças da casa, o que comprometer a qualidade de vida dos idosos", ressalta.
TECNOLOGIA
Na visão de Nara Dutra, da Sociedade Brasileira Geriatria Gerontologia de SP, a pessoa que se torna avô ou avó vai desenvolver o seu papel a partir das relações que teve ao longo da vida, ou seja, de como criou seus filhos, como se preparou para o envelhecimento e para desempenhar outras funções sociais.
Ela enxerga a tecnologia pode facilitar a proximidade entre avós e netos, "ainda que em alguns casos afaste".
"A gente precisa valorizar o papel dessas pessoas que se dedicam aos cuidados dos seus netos. E esse papel no ambiente familiar é muito importante, acredito que ele vai ser cada vez mais valorizado ao longo do tempo", ressalta.
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Ap&oacute;s o marido morrer, Solange Alfano, de 74 anos, quase entrou em depress&atilde;o. Para evitar que a m&atilde;e se tornasse uma entre os 11 milh&otilde;es de brasileiros diagnosticados com a doen&ccedil;a, ela a incentivou a voltar a conviver com outras pessoas da idade dela e, o mais importante de tudo: movimentar o corpo.

&ldquo;A minha filha disse: &lsquo;N&atilde;o, minha m&atilde;e, a senhora vai fazer agora tudo o que a senhora gostava de fazer antes de conhecer o meu pai&rsquo;. Ela saiu por aqui tudo, procurando um lugar de dan&ccedil;a de sal&atilde;o. A&iacute;, foi que eu me empolguei e entrei na dan&ccedil;a de sal&atilde;o. Adoro dan&ccedil;ar, adoro!&rdquo;, conta ela.

Com o come&ccedil;o da pandemia de Covid-19, as aulas de dan&ccedil;a pararam e n&atilde;o voltaram - mas, depois de tomar a quatro doses da vacina, Solange continuou -. &Agrave;s sextas-feiras, ela frequenta serestas. &ldquo;Me distrai muito. E &eacute; uma coisa para o corpo, n&eacute;? Eu n&atilde;o fico totalmente parada, eu movimento o corpo&rdquo;.

Al&eacute;m de fazer amizades por meio da dan&ccedil;a, Solange conheceu um novo amor, com quem est&aacute; namorando h&aacute; quase oito anos. &ldquo;Estamos vivendo, nos distraindo&rdquo;. Casar novamente? Sem chances. Agora, a idosa, que mora sozinha, quer mais &eacute; aproveitar a vida. Ela, que j&aacute; est&aacute; aposentada h&aacute; 21 anos, tamb&eacute;m preferiu continuar no emprego na secretaria de uma escola. Para ela, que tamb&eacute;m costura, para a fam&iacute;lia e por encomenda, e cuida da casa sozinha, deixar de ser ativa n&atilde;o &eacute; uma op&ccedil;&atilde;o.

&ldquo;Desde 1989 que eu trabalho nessa escola, e estou at&eacute; hoje. Me aposentei, e continuo trabalhando l&aacute;. Eu tenho prazer em ir para a escola. O conv&iacute;vio com os colegas&hellip; voc&ecirc; j&aacute; pensou, voc&ecirc; sentada dentro de uma casa, olhando para quatro paredes sem fazer nada? &Eacute; terr&iacute;vel. Eu sou uma mulher que gosta de fazer muita coisa. Eu costuro, fa&ccedil;o bolo. Eu n&atilde;o gosto de ficar parada, n&atilde;o&rdquo;.

DEPRESS&Atilde;O

De acordo com a psic&oacute;loga Ana&iacute;de Magalh&atilde;es, &eacute; comum que as pessoas esperem que, com o avan&ccedil;ar da idade, os idosos parem a vida. Mas, como aponta a profissional, essa expectativa, al&eacute;m de irreal, n&atilde;o &eacute; saud&aacute;vel: &ldquo;Com uma alta idade, existe um desloque de papel social. O idoso, ele passa a parar de trabalhar, passa a mudar suas atividades e h&aacute;bitos. Por&eacute;m, &eacute; preciso ainda dar oportunidade para continuar, pois a vida deles n&atilde;o acaba com a idade&rdquo;.

Segundo a &uacute;ltima Pesquisa Nacional de Sa&uacute;de, realizada em 2019 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat&iacute;stica (IBGE), os idosos lideram o ranking das pessoas mais afetadas pela depress&atilde;o no Brasil. A faixa et&aacute;ria mais atingida &eacute; a de 60 a 64 anos: 13% dessa popula&ccedil;&atilde;o sofre com o transtorno, mais do que o dobro dos cidad&atilde;os em geral. De acordo com a Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial da Sa&uacute;de (OMS), 5,8% dos brasileiros t&ecirc;m a doen&ccedil;a.

Como explica a psic&oacute;loga, esse quadro cl&iacute;nico pode vir do fato de as pessoas come&ccedil;arem a se sentir&nbsp;incapazes &agrave; medida que v&atilde;o envelhecendo: incapazes de trabalhar, de amar, de se divertir e de aprender coisas novas. &ldquo;Os problemas mais comuns s&atilde;o os de depress&atilde;o e ansiedade. Esses quadros s&atilde;o motivados principalmente pelo sentimento de os idosos se sentirem incapazes. Por exemplo, por acharem que est&atilde;o esquecendo de tudo. De fato, o idoso tem um quadro de esquecimento mais comum, por&eacute;m nunca &eacute; &lsquo;de tudo&rsquo;&rdquo;.

A presen&ccedil;a constante da figura da morte na vida de quem est&aacute; cada vez mais velho tamb&eacute;m contribui para o crescimento dessa melancolia que, mais tarde, pode virar uma depress&atilde;o. N&atilde;o s&oacute; a morte de amigos e entes queridos, como foi o caso de Solange, mas a pr&oacute;pria morte tamb&eacute;m, que parece cada vez mais pr&oacute;xima.

&ldquo;Por conta da alta idade, uma s&eacute;rie de quest&otilde;es surgem. Medos e inseguran&ccedil;as s&atilde;o comuns. A perda de amigos, pela morte ou dist&acirc;ncia, tudo afeta. &lsquo;E agora? Para onde a minha vida vai?&rsquo;. E isso n&atilde;o vem s&oacute; com a idade, mas, principalmente, com a aposentadoria, para aqueles que conseguem deixar os trabalhos. Somada &agrave;s d&uacute;vidas citadas, uma outra surge: a d&uacute;vida da morte. &lsquo;Como construir uma vida agora?&rsquo;&rdquo;, explica Ana&iacute;de.

E, com o envelhecimento progressivo da popula&ccedil;&atilde;o, pensar em formas de evitar o nosso adoecimento mental se torna ainda mais urgente: de acordo com a OMS, at&eacute; 2050, a taxa de idosos no mundo vai saltar de 12% para 22%. Falando em n&uacute;meros absolutos, vamos passar de 900 milh&otilde;es para 2 bilh&otilde;es de pessoas da terceira idade em 28 anos.

E j&aacute; estamos come&ccedil;ando a ver uma mudan&ccedil;a na Bahia: segundo proje&ccedil;&otilde;es do IBGE, o estado tem expectativa m&eacute;dia de vida de 74,76 anos. Em 2050, deve chegar a 78,27. E, falando em velhinhos, a capital baiana guarda um dado curioso: segundo o &uacute;ltimo Censo, realizado em 2010, Salvador &eacute; a cidade que mais tem centen&aacute;rios no pa&iacute;s. Na &eacute;poca, eram 3.578 moradores com, no m&iacute;nimo, 100 anos de idade.

AUTONOMIA

Para abrigar tantas pessoas mais velhas, &eacute; importante que as cidades estejam preparadas estruturalmente para isso. Se a pessoa n&atilde;o conseguir sair de casa para realizar atividades simples, al&eacute;m da sa&uacute;de mental, a sa&uacute;de f&iacute;sica tamb&eacute;m come&ccedil;a a ser comprometida, como ressalta Ana&iacute;de.

&ldquo;O isolamento faz com que o idoso se afaste da sociedade e dos la&ccedil;os. O estado precisa imaginar e projetar a cidade para esse idoso. Ele precisa sair para um mercado, conseguir fazer isso sozinho se quiser. As cal&ccedil;adas quebradas, com buracos, isso mant&eacute;m os idosos dentro de casa e contribui para a inatividade&quot;.&nbsp;

A fisioterapeuta L&iacute;via Coelho, especialista em idosos com doen&ccedil;a de Alzheimer, explica que, diferentemente de como era em um passado recente, hoje, ela v&ecirc; muito mais idosos ativos. E essa mudan&ccedil;a, como aponta a profissional, est&aacute; diretamente ligada ao aumento da longevidade da popula&ccedil;&atilde;o.

&ldquo;N&oacute;s temos uma ideia de que o idoso n&atilde;o serve mais para nada, &eacute; in&uacute;til, o que n&atilde;o &eacute;. Tem muitos idosos, quando a gente fala em atividade f&iacute;sica, que s&atilde;o muito mais ativos do que os jovens. &Eacute; uma realidade, hoje, totalmente diferente. O idoso precisa se mexer. Ele precisa se tornar ativo&rdquo;.

Entre as atividades f&iacute;sicas mais procuradas por pessoas acima de 60 anos est&atilde;o nata&ccedil;&atilde;o, hidrogin&aacute;stica e pilates. Nesses momentos, al&eacute;m do corpo, a cabe&ccedil;a tamb&eacute;m se transforma: &ldquo;Ele est&aacute; socializando, conversando com outras pessoas com hist&oacute;rias parecidas, interagindo. E v&ecirc; que a vida continua&rdquo;.

Para a profissional de sa&uacute;de, a palavra chave para um envelhecimento saud&aacute;vel &eacute; autonomia. &ldquo;O idoso &eacute; capaz de colocar um cal&ccedil;ado, de levar uma comida &agrave; boca, &eacute; capaz de tomar um banho sozinho. J&aacute; ocorreu situa&ccedil;&otilde;es de atendimentos meus em que a pr&oacute;pria fam&iacute;lia vinha ajudar o idoso a se levantar, por exemplo. E a fisioterapia est&aacute; a&iacute; para direcionar a pessoa nesses movimentos, n&atilde;o deixar o idoso acamado&rdquo;.

FAM&Iacute;LIA

Para Solange, ter a fam&iacute;lia por perto &eacute; e sempre foi essencial para ela se sentir motivada e empolgada com a vida. Hoje (26/7), no Dia dos Av&oacute;s, ela conta como a proximidade com a neta, Maria Eduarda Alfano, de 21 anos, &eacute; um presente. &ldquo;Eu convivo com essa pequena aqui desde quando estava na barriga da m&atilde;e dela. At&eacute; hoje, n&atilde;o tem quem fa&ccedil;a separar. Aqui &eacute; a minha riqueza&rdquo;.

Na velhice, como aponta Ana&iacute;de Magalh&atilde;es, existe o risco de a fam&iacute;lia querer &ldquo;proteger demais&rdquo; os mais velhos e limitar as suas escolhas e desejos - um grande erro. &ldquo;A fam&iacute;lia precisa entender a diferen&ccedil;a entre proteger e tirar a autonomia daquele idoso. Em uma pessoa de maior idade, ainda existem desejos, vontades, sonhos&hellip;. ent&atilde;o, o que for poss&iacute;vel, precisa ainda ser feito e vivido por essa pessoa. A fam&iacute;lia e o Estado s&atilde;o membros fundamentais no processo de dar oportunidade para continuar essa vida&rdquo;.

<center>p style=&quot;text-align: justify;&quot;&gt;<img alt="Solange Alfano e a neta, Maria Eduarda Alfano" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/95928/mg/IMG_8239..jpg" style="width: 600px; height: 800px;" /></center>

E, na vida de Solange, o que n&atilde;o falta &eacute; incentivo. Como conta Maria Eduarda, a av&oacute;, que todo dia descobre como o mundo pode ser bonito, &eacute; uma &ldquo;caixinha de surpresas&rdquo;, um exemplo do que ela quer ser na velhice.

&ldquo;Minha av&oacute; &eacute; uma caixinha de surpresas, eu nunca sei qual vai ser o pr&oacute;ximo passo dela. Hoje em dia, eu vejo a trajet&oacute;ria dela de maneira muito bonita. Tenho muito orgulho de quem a minha av&oacute; se tornou e ainda se torna, porque, a cada dia, ela me traz uma novidade. Ela &eacute; tudo o que eu planejo ser. Ela &eacute; o sol da minha vida&rdquo;.

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