A variante de coronav&iacute;rus descoberta em Manaus, nomeada anteriormente de P1 e recentemente batizada pela Organiza&ccedil;&atilde;o Mundial de Sa&uacute;de (OMS) como &#39;gamma&#39;, pode puxar uma terceira onda da pandemia para a qual a maioria da popula&ccedil;&atilde;o estar&aacute; vulner&aacute;vel. A descoberta foi feita pela Funda&ccedil;&atilde;o Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta sexta-feira (4/6), que percebeu que quem j&aacute; teve a doen&ccedil;a ou apenas tomou uma dose da vacina n&atilde;o est&aacute; imune a esta forma do v&iacute;rus.

O novo estudo mostra que ela escapa dos anticorpos da infec&ccedil;&atilde;o natural pelo Sars-CoV-2, o que evidencia significativo potencial de reinfec&ccedil;&atilde;o. Ainda assim, a variante gamma &eacute; neutralizada pelas vacinas disponibilizadas no Brasil, se aplicadas corretamente em duas doses.

Segundo o jornal O Globo, os cientistas destacaram a urg&ecirc;ncia de aumentar o ritmo de vacina&ccedil;&atilde;o no Brasil e de manter cuidados de distanciamento social, uso de m&aacute;scara e higiene. Apenas 10,74% da popula&ccedil;&atilde;o recebeu duas doses e est&aacute; realmente imunizada contra esta variante, que &eacute; a que mais circula no pa&iacute;s.

Ainda de acordo com a Fiocruz, a segunda onda da pandemia foi puxada pela variante P2, agora chamada de zeta. Mas essa variante era destru&iacute;da pelos anticorpos gerados por infec&ccedil;&atilde;o anterior pelo Sars-CoV-2, o que n&atilde;o acontece com a gamma. &quot; Embora a gamma seja muito importante na segunda onda, se tivermos uma terceira onda ela ser&aacute; absoluta. Isso significa maior probabilidade de reinfec&ccedil;&otilde;es e de novos casos, pois ela &eacute; mais transmiss&iacute;vel, gera enorme carga viral. O predom&iacute;nio da gamma agora &eacute; uma diferen&ccedil;a muito importante&quot;, afirma o coordenador do estudo e pesquisador da Fiocruz Pernambuco, Roberto Lins, a O Globo.&nbsp;

Lins explica que as vacinas, por ora, continuam eficientes porque elas promovem uma rea&ccedil;&atilde;o de defesa mais homog&ecirc;nea e efetiva do que a natural. As defesas naturais dependem da carga viral recebida e de caracter&iacute;sticas individuais do sistema imunol&oacute;gico. &quot;H&aacute; combust&iacute;vel para o Brasil explodir numa terceira onda. S&oacute; teremos seguran&ccedil;a quando 75% da popula&ccedil;&atilde;o tiver recebido duas doses de vacina. Quem j&aacute; teve Covid-19 pode ter de novo, se n&atilde;o for vacinado. &nbsp;Essas variantes do v&iacute;rus, que surgem e se espalham justamente devido &agrave; alta circula&ccedil;&atilde;o, podem escapar da imunidade natural&quot;, salienta.

&quot;Se n&atilde;o reduzirmos a circula&ccedil;&atilde;o do coronav&iacute;rus, a gamma pode mudar tanto que teremos outra variante. N&atilde;o h&aacute; como saber quem &eacute; ou n&atilde;o suscet&iacute;vel. Precisamos proteger a todos&quot;, defendeu.

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Variante de Manaus escapa de anticorpos e tem potencial para causar reinfecção, descobre Fiocruz