O Secret&aacute;rio do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) da Bahia, Augusto Vasconcelos, disse, em coletiva de imprensa, que, ainda nesta ter&ccedil;a-feira (7), participar&aacute; de uma reuni&atilde;o com o c&ocirc;nsul da China para discutir den&uacute;ncias de <a href="https://aratuon.com.br/geral/forca-tarefa-resgata-trabalhadores-e-obras-da-byd-sao-interditadas-em-camacari" target="_blank">trabalho an&aacute;logo &agrave; escravid&atilde;o nas obras da f&aacute;brica da BYD em Cama&ccedil;ari</a>, na Regi&atilde;o Metropolitana de Salvador (RMS).

&quot;N&oacute;s enfrentamos e repudiamos quaisquer viola&ccedil;&otilde;es de direitos, estamos acompanhando isso no detalhe. Teremos, hoje ainda, uma reuni&atilde;o com o c&ocirc;nsul da China, que vem a Salvador para tratar conosco sobre esse assunto&quot;, apontou Vasconcelos.

Entre novembro e dezembro de 2024, o Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho (MPT) identificou graves irregularidades nas condi&ccedil;&otilde;es de trabalho no canteiro de obras da montadora BYD em Cama&ccedil;ari.

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/129573/mg/FOTO_NOTICIA_original1.jpg" style="width: 1024px; height: 640px;" />Os trabalhadores resgatados eram, em sua maioria, chineses contratados pela empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda. | Foto: MPT/Divulga&ccedil;&atilde;o

Na ocasi&atilde;o, uma for&ccedil;a-tarefa resgatou 163 trabalhadores, principalmente chineses, em situa&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga &agrave; escravid&atilde;o. Entre as irregularidades constatadas estavam alojamentos prec&aacute;rios, condi&ccedil;&otilde;es degradantes de trabalho e reten&ccedil;&atilde;o de documentos.

Segundo Augusto Vasconcelos, a Setre est&aacute; acompanhando o trabalho de fiscaliza&ccedil;&atilde;o do MPT, e a pasta ainda deve se reunir com as entidades fiscalizadoras, como o Minist&eacute;rio do Trabalho e Emprego (MTE), para discutir o assunto.

&quot;Nosso governador Jer&ocirc;nimo Rodrigues est&aacute; determinado a assegurar que a BYD signifique uma janela de oportunidades para gerar empregos, tanto na &aacute;rea automobil&iacute;stica, quanto em outros setores&quot;, finalizou.

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Secret&aacute;rio da Setre ter&aacute; uma reuni&atilde;o com c&ocirc;nsul da China sobre escravid&atilde;o em obras da BYD 
Saiba mais: <a href="https://t.co/44QUeBd4wC">https://t.co/44QUeBd4wC</a> <a href="https://t.co/PgfrI8UgBN">pic.twitter.com/PgfrI8UgBN</a>
&mdash; Aratu On (@aratuonline) <a href="https://twitter.com/aratuonline/status/1876646203531907254?ref_src=twsrc%5Etfw">January 7, 2025</a></blockquote>
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<h2 style="text-align: justify;">Trabalho an&aacute;logo &agrave; escravid&atilde;o</h2>

<a href="https://aratuon.com.br/geral/chineses-em-trabalho-escravo-na-byd-o-que-se-sabe-sobre-o-caso-ate-agora" target="_blank">Os trabalhadores resgatados eram, em sua maioria, chineses contratados pela empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda</a>., que prestava servi&ccedil;os para a BYD. Eles estavam distribu&iacute;dos em quatro alojamentos principais em Cama&ccedil;ari, com condi&ccedil;&otilde;es consideradas alarmantes.

Os alojamentos apresentavam diversas irregularidades, incluindo:

- Banheiros em condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias, sem separa&ccedil;&atilde;o por sexo e sem assentos sanit&aacute;rios adequados; 
- Falta de locais apropriados para lavar roupas, obrigando os trabalhadores a utilizarem os banheiros para essa finalidade; 
- Cozinhas inadequadas, sem arm&aacute;rios para armazenamento de alimentos e com materiais de constru&ccedil;&atilde;o pr&oacute;ximos &agrave; comida; 
- Refeit&oacute;rios insuficientes, o que levava os trabalhadores a comerem em suas camas.

<a href="https://aratuon.com.br/cidade/byd-rescinde-contrato-com-construtora-apos-resgate-de-trabalhadores-em-situacao-analoga-a-escravidao" target="_blank">Ap&oacute;s a den&uacute;ncia, no final de novembro, a BYD anunciou a rescis&atilde;o do contrato com a construtora terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda</a>. A empresa tamb&eacute;m afirmou que garantir&aacute; os direitos trabalhistas dos oper&aacute;rios e que os trabalhadores resgatados ser&atilde;o transferidos para alojamentos em melhores condi&ccedil;&otilde;es.

+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/geral/empresa-contesta-acusacoes-de-escravizados-chineses-em-fabrica-da-byd-na-bahia" target="_blank">Empresa contesta acusa&ccedil;&otilde;es de &#39;escravizados&#39; chineses em f&aacute;brica da BYD na Bahia</a>

Em nota, a montadora apontou que &ldquo;n&atilde;o tolera desrespeito &agrave; legisla&ccedil;&atilde;o brasileira e &agrave; dignidade humana&rdquo;, e afirmou que a empresa ir&aacute; colaborar com as autoridades para solucionar o caso.

Com informa&ccedil;&otilde;es de Jo&atilde;o Brand&atilde;o

O governo brasileiro decidiu suspender a emiss&atilde;o de vistos tempor&aacute;rios de trabalho para a <a href="https://aratuon.com.br/geral/empresa-contesta-acusacoes-de-escravizados-chineses-em-fabrica-da-byd-na-bahia" target="_blank">fabricante chinesa de ve&iacute;culos el&eacute;tricos e h&iacute;bridos BYD (Build Your Dreams). </a>A informa&ccedil;&atilde;o foi divulgada nesta sexta-feira (27) pelo Minist&eacute;rio das Rela&ccedil;&otilde;es Exteriores.

A decis&atilde;o ocorre poucos dias ap&oacute;s autoridades trabalhistas identificarem 163 trabalhadores chineses em condi&ccedil;&otilde;es &ldquo;an&aacute;logas &agrave; escravid&atilde;o&rdquo; em um canteiro de obras da f&aacute;brica da BYD em Cama&ccedil;ari, na Bahia. Os trabalhadores eram vinculados ao grupo Jinjiang, que negou qualquer irregularidade.

Segundo o Minist&eacute;rio das Rela&ccedil;&otilde;es Exteriores, esses trabalhadores chegaram ao Brasil com vistos tempor&aacute;rios do tipo 5, destinados a profissionais com forma&ccedil;&atilde;o e experi&ecirc;ncia espec&iacute;ficas para atuar em fun&ccedil;&otilde;es no pa&iacute;s.

Fiscais do Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho apontaram que os trabalhadores foram trazidos de forma irregular e seriam v&iacute;timas de tr&aacute;fico humano, o que motivou o pedido de suspens&atilde;o dos vistos.

De acordo com uma fonte ouvida pela Reuters, o Minist&eacute;rio da Justi&ccedil;a fez a solicita&ccedil;&atilde;o ao Itamaraty no dia 20 de dezembro, tr&ecirc;s dias antes da opera&ccedil;&atilde;o na f&aacute;brica ser divulgada. O pedido foi direcionado &agrave; embaixada brasileira em Pequim, respons&aacute;vel por processar as emiss&otilde;es.

Procurada, a BYD n&atilde;o se manifestou sobre o caso at&eacute; o momento.

+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/geral/chineses-em-trabalho-escravo-na-byd-o-que-se-sabe-sobre-o-caso-ate-agora" target="_blank">Chineses em trabalho escravo na BYD: o que se sabe sobre o caso at&eacute; agora</a>

<h2>O que aconteceu na f&aacute;brica da BYD em Cama&ccedil;ari?</h2>

Em novembro e dezembro de 2024, foram identificadas graves irregularidades nas condi&ccedil;&otilde;es de trabalho no canteiro de obras da montadora BYD em Cama&ccedil;ari, regi&atilde;o metropolitana de Salvador (RMS).&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/geral/forca-tarefa-resgata-trabalhadores-e-obras-da-byd-sao-interditadas-em-camacari" target="_blank">Uma for&ccedil;a-tarefa resgatou 163 trabalhadores, principalmente chineses, em situa&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga &agrave; escravid&atilde;o.</a>&nbsp;Entre as irregularidades constatadas estavam alojamentos prec&aacute;rios, condi&ccedil;&otilde;es degradantes de trabalho e reten&ccedil;&atilde;o de documentos.

&nbsp;

A&nbsp;Jinjiang Group, empresa chinesa contratada da fabricante de ve&iacute;culos el&eacute;tricos BYD, negou as acusa&ccedil;&otilde;es feitas por autoridades brasileiras de que seus funcion&aacute;rios estariam trabalhando em &quot;condi&ccedil;&otilde;es an&aacute;logas &agrave; escravid&atilde;o&quot;. Em nota publicada na rede social &#39;Weibo&#39;, da China, nesta quinta-feira (26), a&nbsp;empresa afirmou que as descri&ccedil;&otilde;es s&atilde;o &quot;inconsistentes com os fatos&quot; e apontou mal-entendidos na tradu&ccedil;&atilde;o das informa&ccedil;&otilde;es. &nbsp;

<a href="https://aratuon.com.br/geral/forca-tarefa-resgata-trabalhadores-e-obras-da-byd-sao-interditadas-em-camacari" target="_blank">Auditores fiscais do Minist&eacute;rio do Trabalho (MPT) identificaram 163 trabalhadores chineses em condi&ccedil;&otilde;es degradantes em um canteiro de obras de uma f&aacute;brica da BYD em Cama&ccedil;ari, na Bahia</a>. Em resposta, a <a href="https://aratuon.com.br/cidade/byd-rescinde-contrato-com-construtora-apos-resgate-de-trabalhadores-em-situacao-analoga-a-escravidao" target="_blank">BYD anunciou o rompimento do contrato</a> com a empresa respons&aacute;vel pelos trabalhadores e informou que est&aacute; colaborando com as autoridades. &nbsp;

&quot;Ser injustamente rotulado como &#39;escravizado&#39; fez com que nossos funcion&aacute;rios sentissem que sua dignidade foi insultada e seus direitos humanos violados, ferindo seriamente a dignidade do povo chin&ecirc;s. Assinamos uma carta conjunta para expressar nossos verdadeiros sentimentos&quot;, declarou o Jinjiang Group.

A declara&ccedil;&atilde;o foi amplamente divulgada ap&oacute;s ser repostada por Li Yunfei, gerente geral de marca e rela&ccedil;&otilde;es p&uacute;blicas da BYD, que acusou &quot;for&ccedil;as estrangeiras&quot; e parte da m&iacute;dia chinesa de tentarem &quot;difamar marcas chinesas, o pa&iacute;s e minar o relacionamento entre a China e o Brasil&quot;.

Segundo informa&ccedil;&otilde;es da Reuters (ag&ecirc;ncia internacional de not&iacute;cias), a BYD indicou a postagem de Li no Weibo como posicionamento oficial sobre o assunto. O Jinjiang, por sua vez, n&atilde;o respondeu diretamente &agrave;s perguntas da ag&ecirc;ncia.

<h2 style="text-align: justify;">Resposta da China e explica&ccedil;&otilde;es do Jinjiang Group&nbsp;&nbsp;</h2>

A porta-voz do Minist&eacute;rio das Rela&ccedil;&otilde;es Exteriores da China, Mao Ning, confirmou que a embaixada chinesa no Brasil est&aacute; em contato com autoridades brasileiras para esclarecer a situa&ccedil;&atilde;o. &nbsp;

O Jinjiang argumentou que as alega&ccedil;&otilde;es ocorreram devido a problemas de tradu&ccedil;&atilde;o e diferen&ccedil;as culturais. A empresa afirmou que as perguntas feitas pelos auditores brasileiros foram &quot;sugestivas&quot;. Al&eacute;m disso, publicou um v&iacute;deo em que trabalhadores chineses aparecem lendo uma carta assinada coletivamente, defendendo a empresa. &nbsp;

No v&iacute;deo, um dos trabalhadores afirmou: &quot;Estamos muito felizes por vir a Cama&ccedil;ari para trabalhar. Temos cumprido as leis e os regulamentos, trabalhando duro durante o per&iacute;odo, com a esperan&ccedil;a de que a constru&ccedil;&atilde;o do maior projeto de ve&iacute;culos de energia nova no Brasil possa ser conclu&iacute;da o mais r&aacute;pido poss&iacute;vel&quot;. &nbsp;

O Jinjiang tamb&eacute;m alegou que os passaportes de 107 trabalhadores foram entregues &agrave; empresa apenas para viabilizar a emiss&atilde;o de certificados de identidade tempor&aacute;rios no Brasil, enquanto os auditores interpretaram isso como reten&ccedil;&atilde;o indevida de documentos. &nbsp;

+&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/geral/chineses-em-trabalho-escravo-na-byd-o-que-se-sabe-sobre-o-caso-ate-agora" target="_blank">Chineses em trabalho escravo na BYD: o que se sabe sobre o caso at&eacute; agora</a>

<h2 style="text-align: justify;">O que aconteceu na f&aacute;brica da BYD em Cama&ccedil;ari?</h2>

Em novembro e dezembro de 2024, foram identificadas graves irregularidades nas condi&ccedil;&otilde;es de trabalho no canteiro de obras da montadora BYD em Cama&ccedil;ari, regi&atilde;o metropolitana de Salvador (RMS).&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/geral/forca-tarefa-resgata-trabalhadores-e-obras-da-byd-sao-interditadas-em-camacari" target="_blank">Uma for&ccedil;a-tarefa resgatou 163 trabalhadores, principalmente chineses, em situa&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga &agrave; escravid&atilde;o.</a>&nbsp;Entre as irregularidades constatadas estavam alojamentos prec&aacute;rios, condi&ccedil;&otilde;es degradantes de trabalho e reten&ccedil;&atilde;o de documentos.

<h2 style="text-align: justify;">Quem eram os trabalhadores resgatados?</h2>

Os trabalhadores resgatados eram, em sua maioria, chineses contratados pela empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., que prestava servi&ccedil;os para a BYD. Eles estavam distribu&iacute;dos em quatro alojamentos principais em Cama&ccedil;ari, com condi&ccedil;&otilde;es consideradas alarmantes.

<h2 style="text-align: justify;">Quais problemas foram encontrados nos alojamentos?</h2>

Os alojamentos apresentavam diversas irregularidades, incluindo: 
 
- Banheiros em condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias, sem separa&ccedil;&atilde;o por sexo e sem assentos sanit&aacute;rios adequados; 
 
- Falta de locais apropriados para lavar roupas, obrigando os trabalhadores a utilizarem os banheiros para essa finalidade; 
 
- Cozinhas inadequadas, sem arm&aacute;rios para armazenamento de alimentos e com materiais de constru&ccedil;&atilde;o pr&oacute;ximos &agrave; comida; 
 
- Refeit&oacute;rios insuficientes, o que levava os trabalhadores a comerem em suas camas.

<h2 style="text-align: justify;">Havia outras pr&aacute;ticas abusivas?</h2>

Sim. Segundo o Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho (MPT), al&eacute;m das condi&ccedil;&otilde;es degradantes, os trabalhadores sofriam com: 
 
- Reten&ccedil;&atilde;o de passaportes; 
 
- Pagamento parcial dos sal&aacute;rios (apenas 40% em moeda chinesa); 
 
- Cobran&ccedil;a de cau&ccedil;&atilde;o e &ocirc;nus excessivo para rescis&atilde;o contratual.

<h2 style="text-align: justify;">O que a BYD fez ap&oacute;s as den&uacute;ncias?</h2>

Nesta ter&ccedil;a-feira (24), a&nbsp;BYD anunciou a rescis&atilde;o do contrato com a construtora terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda.. A empresa tamb&eacute;m afirmou que garantir&aacute; os direitos trabalhistas dos oper&aacute;rios e que os trabalhadores resgatados ser&atilde;o transferidos para alojamentos em melhores condi&ccedil;&otilde;es.

<h2 style="text-align: justify;">Como as autoridades agiram?</h2>

A for&ccedil;a-tarefa, composta por &oacute;rg&atilde;os como o MPT, o Minist&eacute;rio do Trabalho e Emprego (MTE) e a Defensoria P&uacute;blica da Uni&atilde;o (DPU), realizou inspe&ccedil;&otilde;es desde novembro. Al&eacute;m do resgate dos trabalhadores, as &aacute;reas embargadas continuar&atilde;o interditadas at&eacute; a regulariza&ccedil;&atilde;o completa. Uma audi&ecirc;ncia virtual est&aacute; marcada para 26 de dezembro para discutir as medidas necess&aacute;rias.

<h2 style="text-align: justify;">O que diz a BYD sobre as acusa&ccedil;&otilde;es?</h2>

Em nota, a BYD reiterou que &ldquo;n&atilde;o tolera desrespeito &agrave; legisla&ccedil;&atilde;o brasileira e &agrave; dignidade humana&rdquo; e destacou seu compromisso em colaborar com as autoridades para solucionar o caso.

<h2 style="text-align: justify;">O que &eacute; esperado para os pr&oacute;ximos dias?</h2>

As inspe&ccedil;&otilde;es continuar&atilde;o, com an&aacute;lise de documentos e poss&iacute;veis novas visitas. A BYD e a Jinjiang dever&atilde;o apresentar solu&ccedil;&otilde;es para os problemas identificados na audi&ecirc;ncia marcada para quinta-feira (26).

<h2 style="text-align: justify;">Quais as consequ&ecirc;ncias legais para os envolvidos?</h2>

Os respons&aacute;veis pelas pr&aacute;ticas abusivas poder&atilde;o enfrentar penalidades, incluindo san&ccedil;&otilde;es trabalhistas e criminais.&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/geral/suspeitos-de-agredir-funcionarios-em-obras-da-byd-podem-ser-expulsos-do-brasil" target="_blank">Trabalhadores estrangeiros acusados de agredir funcion&aacute;rios tamb&eacute;m podem ser expulsos do Brasil</a>, dependendo das conclus&otilde;es das investiga&ccedil;&otilde;es. A afirma&ccedil;&atilde;o foi feita pelo vice-presidente s&ecirc;nior da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, durante coletiva de imprensa na pr&oacute;pria f&aacute;brica em Cama&ccedil;ari, no &uacute;ltimo dia 2 de dezembro.

<h2 style="text-align: justify;">Como denunciar trabalho escravo?</h2>

Den&uacute;ncias de&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/interior/cinco-pessoas-em-condicao-analoga-a-escravidao-sao-resgatadas-na-bahia">trabalho escravo</a>&nbsp;podem ser feitas de forma remota e sigilosa pelo&nbsp;<a href="http://ipe.sit.trabalho.gov.br/" target="_blank">Sistema Ip&ecirc;</a>,&nbsp;ou pelo&nbsp;<a href="http://peticionamento.prt1.mpt.mp.br/denuncia" target="_blank">Sistema de Coleta de Den&uacute;ncias do Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho (MPT)</a>.

Leia mais:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/geral/forca-tarefa-resgata-trabalhadores-e-obras-da-byd-sao-interditadas-em-camacari" target="_blank">For&ccedil;a-tarefa resgata trabalhadores e obras da BYD s&atilde;o interditadas em Cama&ccedil;ari</a>

&nbsp;

<h2 style="text-align: justify;">O que aconteceu na f&aacute;brica da BYD em Cama&ccedil;ari?</h2>

Em novembro e dezembro de 2024, foram identificadas graves irregularidades nas condi&ccedil;&otilde;es de trabalho no canteiro de obras da montadora BYD em Cama&ccedil;ari, regi&atilde;o metropolitana de Salvador (RMS). <a href="https://aratuon.com.br/geral/forca-tarefa-resgata-trabalhadores-e-obras-da-byd-sao-interditadas-em-camacari" target="_blank">Uma for&ccedil;a-tarefa resgatou 163 trabalhadores, principalmente chineses, em situa&ccedil;&atilde;o an&aacute;loga &agrave; escravid&atilde;o.</a> Entre as irregularidades constatadas estavam alojamentos prec&aacute;rios, condi&ccedil;&otilde;es degradantes de trabalho e reten&ccedil;&atilde;o de documentos.

<h2 style="text-align: justify;">Quem eram os trabalhadores resgatados?</h2>

Os trabalhadores resgatados eram, em sua maioria, chineses contratados pela empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., que prestava servi&ccedil;os para a BYD. Eles estavam distribu&iacute;dos em quatro alojamentos principais em Cama&ccedil;ari, com condi&ccedil;&otilde;es consideradas alarmantes.

<h2 style="text-align: justify;">Quais problemas foram encontrados nos alojamentos?</h2>

Os alojamentos apresentavam diversas irregularidades, incluindo: 
- Banheiros em condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias, sem separa&ccedil;&atilde;o por sexo e sem assentos sanit&aacute;rios adequados; 
- Falta de locais apropriados para lavar roupas, obrigando os trabalhadores a utilizarem os banheiros para essa finalidade; 
- Cozinhas inadequadas, sem arm&aacute;rios para armazenamento de alimentos e com materiais de constru&ccedil;&atilde;o pr&oacute;ximos &agrave; comida; 
- Refeit&oacute;rios insuficientes, o que levava os trabalhadores a comerem em suas camas.

<h2 style="text-align: justify;">Havia outras pr&aacute;ticas abusivas?</h2>

Sim. Segundo o Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho (MPT), al&eacute;m das condi&ccedil;&otilde;es degradantes, os trabalhadores sofriam com: 
- Reten&ccedil;&atilde;o de passaportes; 
- Pagamento parcial dos sal&aacute;rios (apenas 40% em moeda chinesa); 
- Cobran&ccedil;a de cau&ccedil;&atilde;o e &ocirc;nus excessivo para rescis&atilde;o contratual.

<h2 style="text-align: justify;">O que a BYD fez ap&oacute;s as den&uacute;ncias?</h2>

Nesta ter&ccedil;a-feira (24), a&nbsp;BYD anunciou a rescis&atilde;o do contrato com a construtora terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda.. A empresa tamb&eacute;m afirmou que garantir&aacute; os direitos trabalhistas dos oper&aacute;rios e que os trabalhadores resgatados ser&atilde;o transferidos para alojamentos em melhores condi&ccedil;&otilde;es.

<h2 style="text-align: justify;">Como as autoridades agiram?</h2>

A for&ccedil;a-tarefa, composta por &oacute;rg&atilde;os como o MPT, o Minist&eacute;rio do Trabalho e Emprego (MTE) e a Defensoria P&uacute;blica da Uni&atilde;o (DPU), realizou inspe&ccedil;&otilde;es desde novembro. Al&eacute;m do resgate dos trabalhadores, as &aacute;reas embargadas continuar&atilde;o interditadas at&eacute; a regulariza&ccedil;&atilde;o completa. Uma audi&ecirc;ncia virtual est&aacute; marcada para 26 de dezembro para discutir as medidas necess&aacute;rias.

<h2 style="text-align: justify;">O que diz a BYD sobre as acusa&ccedil;&otilde;es?</h2>

Em nota, a BYD reiterou que &ldquo;n&atilde;o tolera desrespeito &agrave; legisla&ccedil;&atilde;o brasileira e &agrave; dignidade humana&rdquo; e destacou seu compromisso em colaborar com as autoridades para solucionar o caso.

<h2 style="text-align: justify;">O que &eacute; esperado para os pr&oacute;ximos dias?</h2>

As inspe&ccedil;&otilde;es continuar&atilde;o, com an&aacute;lise de documentos e poss&iacute;veis novas visitas. A BYD e a Jinjiang dever&atilde;o apresentar solu&ccedil;&otilde;es para os problemas identificados na audi&ecirc;ncia marcada para quinta-feira (26).

<h2 style="text-align: justify;">Quais as consequ&ecirc;ncias legais para os envolvidos?</h2>

Os respons&aacute;veis pelas pr&aacute;ticas abusivas poder&atilde;o enfrentar penalidades, incluindo san&ccedil;&otilde;es trabalhistas e criminais. <a href="https://aratuon.com.br/geral/suspeitos-de-agredir-funcionarios-em-obras-da-byd-podem-ser-expulsos-do-brasil" target="_blank">Trabalhadores estrangeiros acusados de agredir funcion&aacute;rios tamb&eacute;m podem ser expulsos do Brasil</a>, dependendo das conclus&otilde;es das investiga&ccedil;&otilde;es. A afirma&ccedil;&atilde;o foi feita pelo vice-presidente s&ecirc;nior da BYD no Brasil, Alexandre Baldy, durante coletiva de imprensa na pr&oacute;pria f&aacute;brica em Cama&ccedil;ari, no &uacute;ltimo dia 2 de dezembro.

<h2 style="text-align: justify;">Como denunciar trabalho escravo?</h2>

Den&uacute;ncias de&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/interior/cinco-pessoas-em-condicao-analoga-a-escravidao-sao-resgatadas-na-bahia">trabalho escravo</a>&nbsp;podem ser feitas de forma remota e sigilosa pelo <a href="http://ipe.sit.trabalho.gov.br/" target="_blank">Sistema Ip&ecirc;</a>,&nbsp;ou pelo <a href="http://peticionamento.prt1.mpt.mp.br/denuncia" target="_blank">Sistema de Coleta de Den&uacute;ncias do Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho (MPT)</a>.

Leia mais:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/geral/forca-tarefa-resgata-trabalhadores-e-obras-da-byd-sao-interditadas-em-camacari" target="_blank">For&ccedil;a-tarefa resgata trabalhadores e obras da BYD s&atilde;o interditadas em Cama&ccedil;ari</a>

A BYD Auto do Brasil anunciou nesta ter&ccedil;a-feira (24) a rescis&atilde;o do contrato com a construtora terceirizada Jinjiang Construction Brazil&nbsp;Ltda., ap&oacute;s <a href="https://aratuon.com.br/geral/forca-tarefa-resgata-trabalhadores-e-obras-da-byd-sao-interditadas-em-camacari" target="_blank">163 oper&aacute;rios chineses serem resgatados por uma for&ccedil;a-tarefa</a>. Eles atuavam em <a href="https://aratuon.com.br/geral/mais-de-500-vitimas-de-trabalho-analogo-a-escravidao-foram-resgatadas-em-2023" target="_blank">condi&ccedil;&otilde;es an&aacute;logas &agrave; escravid&atilde;o</a> no canteiro de obras da montadora, localizada na cidade de Cama&ccedil;ari, na Regi&atilde;o Metropolitana de Salvador (RMS).&nbsp;

O resgate dos trabalhadores foi comunicado &agrave; empresa e ao Jinjiang Group durante coletiva &agrave; imprensa nesta segunda-feira (23).&nbsp;Segundo as autoridades presentes, parte destes trabalhadores resgatados permanece em um alojamento, enquanto outro grupo j&aacute; est&aacute; em um hotel, mas n&atilde;o poder&atilde;o retomar suas atividades e ter&atilde;o seus contratos de trabalho rescindidos.

<a href="https://aratuon.com.br/variedades/primeira-etapa-da-fabrica-da-byd-em-camacari-deve-ser-entregue-no-inicio-de-2025" target="_blank">+ Primeira etapa da f&aacute;brica da BYD em Cama&ccedil;ari deve ser entregue no in&iacute;cio de 2025</a>

Em nota enviada &agrave; imprensa nesta ter&ccedil;a, a BYD informou que recebeu uma notifica&ccedil;&atilde;o do Minist&eacute;rio do Trabalho e Emprego de que a construtora terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda. havia cometido graves irregularidades. A montadora enfatizou que &#39;n&atilde;o tolera desrespeito &agrave; lei brasileira e &agrave; dignidade humana&#39; e, por isso, decidiu rescindir imediatamente o contrato com a empreiteira para a realiza&ccedil;&atilde;o de parte da obra na f&aacute;brica de Cama&ccedil;ari e estuda outras medidas cab&iacute;veis.

&quot;A BYD Auto do Brasil refor&ccedil;a que os funcion&aacute;rios da terceirizada n&atilde;o ser&atilde;o prejudicados por essa decis&atilde;o, pois vai garantir que todos os seus direitos sejam assegurados&quot;, ressaltou no comunicado.&nbsp;

<a href="https://aratuon.com.br/geral/byd-3-bilhoes-5-mil-empregos" target="_blank">+&nbsp;BYD deve investir R$ 3 bilh&otilde;es na Bahia e gerar mais de 5 mil empregos</a>

A companhia determinou&nbsp;ainda que os 163 trabalhadores da construtora sejam transferidos para hot&eacute;is da regi&atilde;o.&nbsp;&ldquo;A BYD Auto do Brasil reitera seu compromisso com o cumprimento integral da legisla&ccedil;&atilde;o brasileira, em especial no que se refere &agrave; prote&ccedil;&atilde;o dos direitos dos trabalhadores. Por isso, est&aacute; colaborando com os &oacute;rg&atilde;os competentes desde o primeiro momento e decidiu romper o contrato com a construtora Jinjiang&rdquo;, destaca Alexandre Baldy, vice-presidente s&ecirc;nior da BYD Brasil.

<h2>Fiscaliza&ccedil;&otilde;es e resgates</h2>

O resgate dos trabalhadores da empresa terceirizada foi realizado pela&nbsp;for&ccedil;a-tarefa composta por representantes do Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho (MPT), Minist&eacute;rio do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria P&uacute;blica da Uni&atilde;o (DPU), Pol&iacute;cia Rodovi&aacute;ria Federal (PRF), Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) e Pol&iacute;cia Federal (PF).&nbsp;

Durante as fiscaliza&ccedil;&otilde;es, que come&ccedil;aram em meados de novembro e seguir&atilde;o nos pr&oacute;ximos dias, foram identificados 163 trabalhadores em condi&ccedil;&otilde;es an&aacute;logas &agrave; escravid&atilde;o na empresa terceirizada Jinjang, prestadora de servi&ccedil;os para a BYD. Esses trabalhadores estavam distribu&iacute;dos em quatro alojamentos principais em Cama&ccedil;ari. Um quinto alojamento, destinado a fun&ccedil;&otilde;es administrativas, tamb&eacute;m foi fiscalizado, mas n&atilde;o houve resgate de trabalhadores, apesar de algumas irregularidades terem sido identificadas.

As condi&ccedil;&otilde;es dos alojamentos foram consideradas &ldquo;alarmantes&rdquo; por membros da for&ccedil;a-tarefa. Todos os alojamentos compartilhavam problemas graves de infraestrutura e higiene. Os banheiros eram insuficientes, n&atilde;o separados por sexo, sem assentos sanit&aacute;rios adequados e em condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias de limpeza. A falta de um local apropriado para lavar roupas fazia com que os trabalhadores utilizassem os banheiros para essa finalidade.

Al&eacute;m disso, as &aacute;reas de alimenta&ccedil;&atilde;o foram encontradas tamb&eacute;m em situa&ccedil;&atilde;o prec&aacute;ria, com as cozinhas funcionando sem arm&aacute;rios adequados para armazenamento de alimento e materiais de constru&ccedil;&atilde;o civil encontrados pr&oacute;ximos a comida. Por falta de lugares no refeit&oacute;rio, parte dos trabalhadores comia nas camas e as panelas eram expostas &agrave; sujeira e falta de refrigera&ccedil;&atilde;o.

Segundo o MPT, al&eacute;m das condi&ccedil;&otilde;es degradantes, a situa&ccedil;&atilde;o caracteriza trabalho for&ccedil;ado, com diversos indicadores constatados durante as inspe&ccedil;&otilde;es: os trabalhadores eram obrigados a pagar cau&ccedil;&atilde;o, tinham 60% de seus sal&aacute;rios retidos (recebendo apenas 40% em moeda chinesa), enfrentavam &ocirc;nus excessivo para rescis&atilde;o contratual e tinham seus passaportes retidos pela empresa.

Den&uacute;ncias de&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/interior/cinco-pessoas-em-condicao-analoga-a-escravidao-sao-resgatadas-na-bahia">trabalho escravo</a>&nbsp;podem ser feitas de forma remota e sigilosa pelo Sistema Ip&ecirc;, acessando o site&nbsp;<a href="http://ipe.sit.trabalho.gov.br/">aqui</a>, ou pelo Sistema de Coleta de Den&uacute;ncias do Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho, dispon&iacute;vel&nbsp;<a href="https://peticionamento.prt1.mpt.mp.br/denuncia">aqui</a>.

LEIA MAIS:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/geral/forca-tarefa-resgata-trabalhadores-e-obras-da-byd-sao-interditadas-em-camacari" target="_blank">For&ccedil;a-tarefa resgata trabalhadores e obras da BYD s&atilde;o interditadas em Cama&ccedil;ari</a>

Uma for&ccedil;a-tarefa composta pelo Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho (MPT), Minist&eacute;rio do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria P&uacute;blica da Uni&atilde;o (DPU), Pol&iacute;cia Rodovi&aacute;ria Federal (PRF), Minist&eacute;rio P&uacute;blico Federal (MPF) e Pol&iacute;cia Federal (PF) resgatou cerca de 163 oper&aacute;rios que se encontravam em<a href="https://aratuon.com.br/geral/suspeitos-de-agredir-funcionarios-em-obras-da-byd-podem-ser-expulsos-do-brasil"> condi&ccedil;&otilde;es an&aacute;logas &agrave; escravid&atilde;o no canteiro de obras da montadora de autom&oacute;veis Build Your Dreams (BYD)</a>, localizada em Cama&ccedil;ari, na regi&atilde;o metropolitana de Salvador.

A informa&ccedil;&atilde;o foi comunicada &agrave; empresa e ao Jinjiang Group, <a href="https://aratuon.com.br/especiais/conexao-bahia-china-com-byd-e-ponte-estado-e-o-que-mais-recebe-investimentos-chineses-no-nordeste">uma das empreiteiras respons&aacute;veis pela obra</a>, em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (23). Segundo as autoridades presentes, parte destes trabalhadores resgatados permanece em um alojamento, enquanto outro grupo j&aacute; est&aacute; em um hotel, mas n&atilde;o poder&atilde;o retomar suas atividades e ter&atilde;o seus contratos de trabalho rescindidos.

Os alojamentos e as &aacute;reas embargadas continuar&atilde;o sem atividades at&eacute; que a regulariza&ccedil;&atilde;o completa seja realizada junto aos &oacute;rg&atilde;os envolvidos na for&ccedil;a-tarefa. Uma audi&ecirc;ncia virtual conjunta do MPT e do MTE est&aacute; agendada para o dia 26 &agrave; tarde, onde a BYD e a Jinjiang dever&atilde;o apresentar as medidas necess&aacute;rias para garantir condi&ccedil;&otilde;es m&iacute;nimas de alojamento e discutir a regulariza&ccedil;&atilde;o das irregularidades encontradas. As inspe&ccedil;&otilde;es continuar&atilde;o, com an&aacute;lise de documentos e possibilidade de novas visitas.

<h2>Entenda o caso</h2>

Durante as fiscaliza&ccedil;&otilde;es, que come&ccedil;aram em meados de novembro e seguir&atilde;o nos pr&oacute;ximos dias, foram identificados 163 trabalhadores em condi&ccedil;&otilde;es an&aacute;logas &agrave; escravid&atilde;o na empresa terceirizada Jinjang, prestadora de servi&ccedil;os para a BYD. Esses trabalhadores estavam distribu&iacute;dos em quatro alojamentos principais em Cama&ccedil;ari. Um quinto alojamento, destinado a fun&ccedil;&otilde;es administrativas, tamb&eacute;m foi fiscalizado, mas n&atilde;o houve resgate de trabalhadores, apesar de algumas irregularidades terem sido identificadas.

As condi&ccedil;&otilde;es dos alojamentos foram consideradas &ldquo;alarmantes&rdquo; por membros da for&ccedil;a-tarefa. Todos os alojamentos compartilhavam problemas graves de infraestrutura e higiene. Os banheiros eram insuficientes, n&atilde;o separados por sexo, sem assentos sanit&aacute;rios adequados e em condi&ccedil;&otilde;es prec&aacute;rias de limpeza. A falta de um local apropriado para lavar roupas fazia com que os trabalhadores utilizassem os banheiros para essa finalidade.

Al&eacute;m disso, as &aacute;reas de alimenta&ccedil;&atilde;o foram encontradas tamb&eacute;m em situa&ccedil;&atilde;o prec&aacute;ria, com as cozinhas funcionando sem arm&aacute;rios adequados para armazenamento de alimento e materiais de constru&ccedil;&atilde;o civil encontrados pr&oacute;ximos a comida. Por falta de lugares no refeit&oacute;rio, parte dos trabalhadores comia nas camas e as panelas eram expostas &agrave; sujeira e falta de refrigera&ccedil;&atilde;o.

Segundo o MPT, al&eacute;m das condi&ccedil;&otilde;es degradantes, a situa&ccedil;&atilde;o caracteriza trabalho for&ccedil;ado, com diversos indicadores constatados durante as inspe&ccedil;&otilde;es: os trabalhadores eram obrigados a pagar cau&ccedil;&atilde;o, tinham 60% de seus sal&aacute;rios retidos (recebendo apenas 40% em moeda chinesa), enfrentavam &ocirc;nus excessivo para rescis&atilde;o contratual e tinham seus passaportes retidos pela empresa.

Den&uacute;ncias de <a href="https://aratuon.com.br/interior/cinco-pessoas-em-condicao-analoga-a-escravidao-sao-resgatadas-na-bahia">trabalho escravo</a> podem ser feitas de forma remota e sigilosa pelo Sistema Ip&ecirc;, acessando o site <a href="http://ipe.sit.trabalho.gov.br">aqui</a>, ou pelo Sistema de Coleta de Den&uacute;ncias do Minist&eacute;rio P&uacute;blico do Trabalho, dispon&iacute;vel <a href="https://peticionamento.prt1.mpt.mp.br/denuncia">aqui</a>.

Com atraso em rela&ccedil;&atilde;o ao calend&aacute;rio inicial, a primeira etapa da f&aacute;brica da BYD, em Cama&ccedil;ari, deve ser entregue no in&iacute;cio de 2025 - anteriormente, a expectativa &eacute; que a inaugura&ccedil;&atilde;o acontecesse ainda no final de 2024. A planta &eacute; instalada onde, anteriormente, funcionava a Ford, cuja estrutura foi considerada ultrapassada pelos chineses.

A informa&ccedil;&atilde;o foi divulgada nesta segunda-feira (2) em visita t&eacute;cnica do governador Jer&ocirc;nimo Rodrigues (PT) &agrave;s obras da planta. Ele esteve acompanhado do ministro da Casa Civil, Rui Costa, da vice-presidente executiva global da montadora, Stella Li, al&eacute;m de deputados, secret&aacute;rios e do prefeito eleito de Cama&ccedil;ari, Luiz Caetano (PT).

No evento, a BYD anunciou projetos de coopera&ccedil;&atilde;o para capacita&ccedil;&atilde;o, na China, de t&eacute;cnicos e engenheiros brasileiros.

Jer&ocirc;nimo falou sobre assunto. Para ele, a prioridade &eacute; que a maioria das 10 mil vagas de emprego para 2025 sejam preenchidas por baianos.

&ldquo;&Eacute; preciso que a gente fa&ccedil;a esse esfor&ccedil;o: o governo federal, do estado, o munic&iacute;pio. Vamos trazer para perto o Senai-Cimatec, as faculdades, a Sertre&rdquo;, projetou.

O governador elencou a falta de capacita&ccedil;&atilde;o da m&atilde;o de obra no Brasil como um gargalo apresentado pelos chineses. Da&iacute; o projeto para capacita&ccedil;&atilde;o dos brasileiros, inclusive com cursos de forma&ccedil;&atilde;o em f&aacute;bricas e universidades chinesas.

Rui Costa, por sua vez, ressaltou projetos de interc&acirc;mbio com escolas de Cama&ccedil;ari, com o Senai-Cimatec e a Universidade Federal da Bahia para acelerar a capacita&ccedil;&atilde;o de profissionais.

Em paralelo, as obras seguem. A primeira etapa, prevista para ser entregue no in&iacute;cio do pr&oacute;ximo ano, antecede a segunda, cuja expectativa de inaugura&ccedil;&atilde;o &eacute; ainda em 2025. At&eacute; este ponto, ser&atilde;o montados apenas ve&iacute;culos de passeio.

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/128003/mg/WhatsApp Image 2024-12-02 at 14.07.26..jpg" style="width: 700px; height: 525px;" />Foto: Matheus Caldas

De acordo com Rui Costa, o planejamento &eacute; que, em 2026, haja o in&iacute;cio de outra etapa: a constru&ccedil;&atilde;o da unidade que montar&aacute; &ocirc;nibus el&eacute;tricos. A partir desta fase, a oferta de empregos saltaria de 10 mil para 20 mil.

Jer&ocirc;nimo anunciou, ainda, que estuda linhas de financiamento para que munic&iacute;pios substituam integralmente os ve&iacute;culos que utilizam combust&iacute;veis f&oacute;sseis por el&eacute;tricos.

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/128003/mg/WhatsApp Image 2024-12-02 at 13.17.22..jpg" style="width: 700px; height: 525px;" />Foto: Matheus Caldas

LEIA MAIS:&nbsp;<a href="https://aratuon.com.br/economia/a-petrobras-voltou-a-bahia-diz-gerente-geral-da-estatal-durante-evento-em-salvador">&rsquo;A Petrobras voltou &agrave; Bahia&rsquo;, diz gerente geral da estatal durante evento em Salvador</a>

A turma aumentou e agora são 22 profissionais "baianos" que embarcam nesta segunda-feira (26/8) para Shenzhen, na China. De lá, alguns seguem para outras cidades que possuem fábricas da BYD, a depender das atividades que cada um vai realizar posteriormente em Camaçari.
Serão de 30 a 60 dias de intercâmbio para os profissionais conhecerem o funcionamento da cadeia de produção de automóveis eletrificados da BYD, líder mundial em vendas. O grupo de 22 profissionais é formado por 19 baianos, um piauiense, um paulista e um mexicano. Todos foram contratados ao longo do ano para a unidade BYD Auto Camaçari, onde está sendo construída a maior fábrica da BYD fora da Ásia.
A equipe é formada por especialistas, engenheiros e líderes das áreas de qualidade, processos, planejamento, logística e armazenamento. Eles irão interagir com engenheiros e profissionais técnicos que cuidam dos projetos e da linha de produção, além de conhecer os processos e como os carros são produzidos na China.
“Muitos projetos já estão em desenvolvimento aqui em Camaçari, mas a parte prática é fundamental para fortalecer essa troca de conhecimento entre as equipes. Vamos construir aqui na Bahia o que há de mais moderno em tecnologia automotiva. Temos hoje colaboradores chineses aprendendo com a gente e agora chegou a vez dos brasileiros irem para China conhecer a fundo como os projetos nascem e são desenvolvidos por lá.” Afirma Alexandre Barbosa, diretor técnico da BYD Auto Camaçari.


[caption id="attachment_369380" align="aligncenter" width="539"]<img class="wp-image-369380 size-full" src="https://aratuon.com.br/wp-content/uploads/2024/08/fabrica-byd-bahia.jpg" alt="" width="539" height="300" /> Linha de produção da BYD na China[/caption]
Durante todo o processo de implantação da fábrica e ao longo do seu pleno funcionamento, outras turmas serão enviadas para o intercâmbio na China. O objetivo é estreitar ainda mais as relações entre os trabalhadores dos dois países, entender sobre a alta tecnologia envolvida na produção dos automóveis chineses eletrificados, mas também interagir sobre o jeito brasileiro de fazer carro.
Obras em ritmo acelerado
O complexo da BYD Auto Camaçari possui uma área total de quase 5 milhões de metros quadrados. Está em andamento a primeira fase das obras com a construção de quase 30 novas instalações entre galpões de produção, pista de testes e outras estruturas.
Já são quase 500 trabalhadores no complexo. O investimento previsto é de R$ 5,5 bilhões. A produção completa
dos carros na Bahia deve começar em 2025 e terá capacidade instalada de 150 mil veículos por ano na primeira fase de implantação, podendo chegar a 300 mil veículos numa segunda etapa.
Sobre a BYD
Líder na comercialização de veículos elétricos no Brasil e consolidada na fabricação de tecnologia de energia solar, a BYD vem expandindo sua atuação no país, desde sua chegada em 2013. Compromissada em cuidar do planeta e investir na transição energética sem emissão de poluentes, a empresa possui em solo nacional fábricas de montagem de chassis de ônibus 100% elétricos e de produção de módulos fotovoltaicos, ambas em Campinas.
Tem também no Polo Industrial de Manaus, uma unidade dedicada à produção de baterias de fosfato de ferro-lítio. Além disso, importa empilhadeiras, paleteiras, rebocadores e caminhões para o Brasil, todos 100% elétricos. Em novembro de 2021, começou a comercialização de automóveis de passeio no país e já conta com diversos modelos e uma rede consolidada de concessionárias em operação.
No ano passado deu início ao projeto para a construção do Complexo de Camaçari, na Bahia, onde vai instalar a primeira fábrica de carros fora da Ásia. A companhia ainda é responsável por um projeto de SkyRail (monotrilho) na cidade de São Paulo (Linha 17 – Ouro do metrô). Em março de 2024, lançou uma solução completa de carregadores que trarão ainda mais conveniência aos usuários de automóveis eletrificados.
Eleita pela revista americana Times como uma das 100 empresas mais influentes do mundo, a BYD integra o Pacto Global das Nações Unidas (ONU), uma iniciativa que fornece diretrizes para a promoção do crescimento sustentável e da cidadania, por meio de lideranças corporativas comprometidas e inovadoras.
LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/economia/2024-08-23/receita-abre-hoje-23-consulta-ao-4o-lote-de-restituicoes-do-imposto-de-renda/">Receita abre hoje (23) consulta ao 4º lote de restituições do Imposto de Renda</a>
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Um segurança da montadora chinesa BYD foi morto na madrugada deste domingo (11/8) após reagir a um assalto na portaria principal da fábrica, no Complexo de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS).

De acordo com informações da Polícia Civil, Ailton Moreira da Silva, de 58 anos, estava em uma moto, realizando rondas na região quando um casal o abordou. De repente, homens saíram de uma vegetação e efetuaram um disparo de arma de fogo. O segurança teve a arma e o colete balístico roubados.

Uma mulher, também funcionária de segurança da empresa, presenciou o ocorrido. Ela não foi atingida, mas teve que entregar a arma de fogo, o colete balístico e objetos pessoais.  O crime é investigado como latrocínio. O Departamento de Polícia Técnica foi acionado por meio das guias de perícia e de remoção.

LEIA MAIS: <a href="https://aratuon.com.br/geral/2024-08-11/incendio-destroi-moradias-de-comunidade-carente-no-nordeste-de-amaralina/">Incêndio destrói moradias de comunidade carente no Nordeste de Amaralina</a>

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*Reportagem realizada em parceria com as jornalistas Bruna Castelo Branco e Juana Castro

Mais de 16 mil quil&ocirc;metros separam a Bahia de Pequim, capital da China. O estado, terra-m&atilde;e do Brasil, e o pa&iacute;s asi&aacute;tico, t&ecirc;m, no entanto, estreitas rela&ccedil;&otilde;es h&aacute; quase 20 anos, o que pode, na vis&atilde;o de entes pol&iacute;ticos e representantes do governo baiano, trazer mudan&ccedil;as na mobilidade, gra&ccedil;as a investimentos chineses em infraestrutura. E os carros-chefes apontados por especialistas s&atilde;o, principalmente, a Ponte Salvador-Itaparica e a instala&ccedil;&atilde;o da f&aacute;brica da Build Your Dreams (BYD), em Cama&ccedil;ari, na Regi&atilde;o Metropolitana de Salvador.

Segundo levantamento publicado pelo Conselho Empresarial Brasil-China, entre 2007 e 2022 a Bahia foi a l&iacute;der do Nordeste e quinto estado brasileiro que mais recebeu investimento dos chineses. Com 5,6% dos aportes, ficou atr&aacute;s, apenas, de S&atilde;o Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goi&aacute;s.

Para o especialista em com&eacute;rcio internacional, log&iacute;stica e pol&iacute;ticas para o desenvolvimento, Henrique Oliveira, as rela&ccedil;&otilde;es constru&iacute;das pelos tr&ecirc;s governos petistas na Bahia contribu&iacute;ram para refor&ccedil;ar, no estado, os interesses que a China j&aacute; possui na Am&eacute;rica do Sul.

<blockquote>
&quot;Acredito, sim, que a Bahia seja um local estrat&eacute;gico. Se os principais objetos de investimento da China s&atilde;o eletricidade e petr&oacute;leo, faz todo o sentido estar em S&atilde;o Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Aqui, tamb&eacute;m tem uma produ&ccedil;&atilde;o agr&iacute;cola, de prote&iacute;na animal e vegetal, sobretudo no oeste do estado, com a soja, que &eacute; um dos principais produtos de exporta&ccedil;&atilde;o. E, tamb&eacute;m, tem escoamento, com os portos. Escoa o min&eacute;rio que vem de Minas e outros produtos. O Nordeste, especialmente a Bahia, ainda &eacute; um estado com um grande potencial de crescimento&quot;, explica.
</blockquote>

Na vis&atilde;o do pesquisador, graduado em Neg&oacute;cios Internacionais pela Unifacs e doutor em Ci&ecirc;ncias Sociais pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), a press&atilde;o sobre o governo Jer&ocirc;nimo (PT) pode fazer, inclusive, com que a Ponte Salvador-Itaparica seja edificada. &ldquo;Acredito que exista uma &acirc;nsia de fechar e concretizar os investimentos que foram constru&iacute;dos desde o governo Wagner&rdquo;, opina, em entrevista ao Aratu On.

[caption id=&quot;attachment_319547&quot; align=&quot;alignnone&quot; width=&quot;960&quot;]<a href="https://aratuon.com.br/wp-content/uploads/2024/04/ponte-salvador-itaparica.jpg"><img alt="" class="wp-image-319547 size-full" height="500" src="https://aratuon.com.br/wp-content/uploads/2024/04/ponte-salvador-itaparica.jpg" width="960" /></a> Projeto da ponte Salvador-Itaparica | Imagem: GOVBA/Divulga&ccedil;&atilde;o[/caption]

O Secret&aacute;rio de Desenvolvimento Econ&ocirc;mico da Bahia (SDE), Angelo Almeida, opina que a elei&ccedil;&atilde;o do presidente Lula (PT), foi fundamental para estreitar rela&ccedil;&otilde;es pol&iacute;ticas, que, na vis&atilde;o dele, tinham se tornado mais distantes durante a gest&atilde;o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). &ldquo;Jer&ocirc;nimo atuou olhando olho no olho dos chineses e contando com o aval do presidente Lula. Important&iacute;ssimo frisar isso: a volta do presidente Lula abriu novas janelas oportunidades&rdquo;, avalia.

Deputado estadual licenciado pelo PSB, Almeida, entretanto, n&atilde;o considera que perfis ideol&oacute;gicos mais orientados &agrave; esquerda tenham favorecido as rela&ccedil;&otilde;es institucionais, especialmente durante a pandemia. Ele atribui ao que classifica como &ldquo;habilidade&rdquo; do ex-governador Rui Costa (PT) em negociar, durante a crise sanit&aacute;ria, dadas &agrave;s &ldquo;hostilidades&rdquo;, descreve ele, da gest&atilde;o Bolsonaro.

&ldquo;Tivemos, atrav&eacute;s dele, a oportunidade de superar essas adversidades e, a&iacute;, abre-se um novo tempo com a retomada, a volta do presidente Lula e a chegada do governador Jer&ocirc;nimo&rdquo;, pondera.

Henrique Oliveira comenta ainda que, dentro da l&oacute;gica de investimentos da China no Brasil, a chegada da BYD representa um novo momento. Inicialmente, os projetos eram fincados, principalmente, em atua&ccedil;&otilde;es na produ&ccedil;&atilde;o de gr&atilde;os e na &aacute;rea extrativista, e n&atilde;o em tecnologia. &ldquo;&Eacute; outro padr&atilde;o de investimento chin&ecirc;s e foge &agrave; regra de investimentos em produtos prim&aacute;rios, em gr&atilde;os, e infraestrutura&rdquo;, analisa.

&ldquo;A ponte ainda &eacute; um investimento de infraestrutura. Eles n&atilde;o est&atilde;o preocupados com a conex&atilde;o com Itaparica, mas com a conex&atilde;o com o Oeste, porque vai ligar &agrave; BR-242. Itaparica &eacute; um detalhe que est&aacute; no meio do caminho. Ent&atilde;o, &eacute; um novo padr&atilde;o&rdquo;, acrescenta.

<h2 style="text-align: justify;">APORTES DA CHINA</h2>

Por mais que a ponte e a BYD pare&ccedil;am quase tang&iacute;veis, nenhum desses projetos est&aacute; em funcionamento. Os valores previstos, por&eacute;m, s&atilde;o bilion&aacute;rios.

Na ponte, o cons&oacute;rcio formado pelas estatais China Railway 20th Bureau Group Corporation (CRCC20) e China Communications ConstructionCompany (CCCC) aportar&aacute; cerca de 80% dos R$ 9,5 bilh&otilde;es previstos para a obra &ndash; o custo total estimado, inicialmente, era de R$ 7 bilh&otilde;es. A previs&atilde;o &eacute; de que a estrutura comece a funcionar em 2028.

J&aacute; a BYD, que funcionar&aacute; na antiga f&aacute;brica da Ford, em Cama&ccedil;ari, deve investir R$ 3 bilh&otilde;es para construir o parque industrial.

A pedra fundamental da f&aacute;brica da montadora foi lan&ccedil;ada em outubro de 2023. A expectativa &eacute; que a produ&ccedil;&atilde;o de ve&iacute;culos el&eacute;tricos tenha in&iacute;cio at&eacute; a metade de 2025, com capacidade estimada de 150 mil unidades por ano, na primeira fase de implanta&ccedil;&atilde;o. De acordo com o governo do estado, mais de cinco mil empregos diretos ser&atilde;o gerados pela BYD.

Tornar esses carros, el&eacute;tricos e h&iacute;bridos, acess&iacute;veis &agrave; popula&ccedil;&atilde;o, j&aacute; &eacute; outra hist&oacute;ria: o ve&iacute;culo mais barato da montadora deve custar cerca de R$ 115 mil. Em uma tentativa de mitigar essa quest&atilde;o, no dia 11 de julho, o governador Jer&ocirc;nimo anunciou que servidores p&uacute;blicos da Bahia interessados em adquirir carros da BYD ter&atilde;o condi&ccedil;&otilde;es especiais, com entrada a partir de 10% do valor do ve&iacute;culo e financiamento em at&eacute; 72 meses.

Na ocasi&atilde;o, o gestor disse que um dos objetivos era movimentar a economia e promover o investimento em autom&oacute;veis &quot;verdes&quot;: &quot;Essa parceria significa gera&ccedil;&atilde;o de mais emprego e renda para os baianos. Vamos aumentar a produ&ccedil;&atilde;o e, em paralelo, promover mais conforto para os servidores p&uacute;blicos e reduzir os danos ao meio ambiente, com a produ&ccedil;&atilde;o de ve&iacute;culos de energia limpa&quot;.

Com investimentos de cerca R$ 5,5 bilh&otilde;es, a BYD vai instalar tr&ecirc;s unidades no Complexo Industrial Automobil&iacute;stico de Cama&ccedil;ari, al&eacute;m de 16 concession&aacute;rias. Na primeira etapa, a f&aacute;brica ser&aacute; respons&aacute;vel por abastecer o mercado automotivo com tr&ecirc;s modelos, sendo eles o hatch Dolphin e o SUV Yuan Plus, al&eacute;m do h&iacute;brido Song Plus. A estimativa &eacute; de que a produ&ccedil;&atilde;o comece no final de 2024.

Para o resto da popula&ccedil;&atilde;o, fica a isen&ccedil;&atilde;o do IPVA para carros el&eacute;tricos que custam at&eacute; R$ 300 mil, medida anunciada em outubro de 2023.

<h2 style="text-align: justify;">POL&Ecirc;MICA</h2>

A ponte &eacute; um dos principais gargalos da gest&atilde;o do governador Jer&ocirc;nimo Rodrigues. Prometida desde a gest&atilde;o do ex-governador Jaques Wagner (2007-2015), a estrutura n&atilde;o tem, at&eacute; agora, nenhum pilar constru&iacute;do.

O contrato para constru&ccedil;&atilde;o do equipamento foi assinado em 2020, ainda durante o governo de Rui Costa (2016-2022), em uma Parceria P&uacute;blico Privada (PPP) com dura&ccedil;&atilde;o de 35 anos.

Na ocasi&atilde;o, a estimativa era que o projeto fosse conclu&iacute;do at&eacute; o final de 2025. A pandemia, contudo, atrasou o cronograma de obras. A infla&ccedil;&atilde;o nos pre&ccedil;os dos insumos e equipamentos para as obras causou d&uacute;vidas se o projeto ainda era vi&aacute;vel.

A situa&ccedil;&atilde;o passou a incomodar Jer&ocirc;nimo, que, sistematicamente, come&ccedil;ou a sugerir a poss&iacute;vel rescis&atilde;o do contrato, com objetivo de licitar novamente o projeto. &ldquo;Assim que tivermos as respostas, podemos definir o prazo. Se tiver algum empecilho que a gente perceba que vai demorar muito, podem ter certeza que tomarei a decis&atilde;o de distratar e fazer um novo processo de licita&ccedil;&atilde;o&rdquo;, sentenciou o governador, em agosto do ano passado.

&quot;Dentro dos prazos que eles acharam que podem fazer os estudos, apareceram algumas pend&ecirc;ncias. A pend&ecirc;ncia justamente de qualificar o custo da obra&rdquo;, acrescentou o petista.

[caption id=&quot;attachment_320277&quot; align=&quot;alignnone&quot; width=&quot;1024&quot;]<a href="https://aratuon.com.br/wp-content/uploads/2024/04/ponte.jpeg"><img alt="" class="wp-image-320277 size-large" height="550" src="https://aratuon.com.br/wp-content/uploads/2024/04/ponte-1024x550.jpeg" width="1024" /></a> Prometida desde a gest&atilde;o do ex-governador Jaques Wagner (2007-2015), a ponte Salvador-Itaparica n&atilde;o tem, at&eacute; ent&atilde;o, nenhum pilar constru&iacute;do. | Imagem: GOVBA/Divulga&ccedil;&atilde;o[/caption]

A possibilidade do distrato j&aacute; foi reiterada por ele, inclusive em 2024. Caso isto ocorra, a obra seguir&aacute; o mesmo caminho de outro projeto estrat&eacute;gico de mobilidade: o VLT. A rescis&atilde;o do contrato do modal sobre trilhos ocorreu, segundo o governo, como sa&iacute;da diante da urg&ecirc;ncia de solu&ccedil;&atilde;o para a continuidade da implanta&ccedil;&atilde;o do sistema de transporte. Tamb&eacute;m por conta da inviabilidade de reconhecer reequil&iacute;brio econ&ocirc;mico-financeiro, sem estudos complexos ou garantia de que o contrato manteria a sua capacidade de execu&ccedil;&atilde;o, ou seja, n&atilde;o foi comprovada a vantagem da proposta da empresa.

O antigo projeto do VLT do Sub&uacute;rbio, <a href="https://aratuon.com.br/politica/2024-06-14/jeronimo-assina-ordem-de-servico-para-novo-projeto-do-vlt/">relan&ccedil;ado este ano com tra&ccedil;ado diferente</a>, tinha como protagonista o cons&oacute;rcio Metrogeen Skyrail, ligado &agrave; BYD &ndash; portanto, seria outro projeto de mobilidade ligado aos chineses.

+ <a href="https://aratuon.com.br/cidade/2023-07-17/ponte-salvador-itaparica-contrato/">Com possibilidade de anula&ccedil;&atilde;o do contrato, Ponte Salvador-Itaparica j&aacute; custou mais de R$ 316 milh&otilde;es ao governo baiano</a>

<h2 style="text-align: justify;">CONTRAPONTOS</h2>

Para o coordenador do Observat&oacute;rio da Mobilidade Urbana de Salvador (ObMob), Daniel Carib&eacute;, a Ponte Salvador-Itaparica j&aacute; come&ccedil;a com um &ldquo;erro de concep&ccedil;&atilde;o&rdquo;, por se configurar como &ldquo;um projeto rodoviarista&rdquo;. Isso porque, enquanto se discute, no mundo, a transi&ccedil;&atilde;o energ&eacute;tica e os modais de transportes, a ponte vai na contram&atilde;o dessa mudan&ccedil;a de pensamento.

&ldquo;&Eacute; um retrocesso, pois incentiva transportes individuais e mais poluentes&rdquo;, inicia Carib&eacute;. &ldquo;Seria algo moderno nas d&eacute;cadas de 1970 e 1980, mas, hoje, a gente pensa em transportar pessoas e mercadorias por outros meios, mais sustent&aacute;veis e com menor impacto&rdquo;, completa.

Ele sinaliza, tamb&eacute;m, que os territ&oacute;rios de Salvador, Ilha de Itaparica, Baixo Sul e Rec&ocirc;ncavo Baiano - colocados como beneficiados no projeto da ponte, do ponto de vista do desenvolvimento econ&ocirc;mico - &ldquo;sofrer&atilde;o com impacto urban&iacute;stico pesado&rdquo;.

&ldquo;A Ilha, por exemplo, sofrer&aacute; com fluxo intenso de autom&oacute;veis e ve&iacute;culos de carga, fazendo com que seja necess&aacute;ria a duplica&ccedil;&atilde;o da via atual ou a cria&ccedil;&atilde;o de uma via expressa. Isso significa desapropria&ccedil;&otilde;es, degrada&ccedil;&atilde;o do entorno e mais polui&ccedil;&atilde;o, fora o aumento dos custos&rdquo;, pontua Daniel Carib&eacute;.

J&aacute; em Salvador, ainda de acordo com o coordenador do ObMob, &eacute; preciso estudar como a ponte afetar&aacute; a regi&atilde;o do Centro Antigo da capital baiana. &ldquo;A Feira de S&atilde;o Joaquim vai continuar existindo? O que implicaria n&atilde;o t&ecirc;-la mais? Ser&atilde;o constru&iacute;das al&ccedil;as e elevados na Cidade Baixa para receber o fluxo de autom&oacute;veis?&rdquo;, questiona, indicando que o ideal seria refazer os estudos de viabilidade da ponte.

Na verdade, para Carib&eacute;, seria melhor pensar em alternativas &agrave; ponte. A primeira op&ccedil;&atilde;o seria a moderniza&ccedil;&atilde;o do ferry-boat. &ldquo;H&aacute; op&ccedil;&otilde;es de embarca&ccedil;&otilde;es mais modernas, que fariam o trajeto em at&eacute; meia hora e com baixo custo or&ccedil;ament&aacute;rio (em compara&ccedil;&atilde;o &agrave; ponte), de at&eacute; R$ 3 bilh&otilde;es, no m&aacute;ximo&rdquo;, fala.

Outra alternativa, ainda conforme o pesquisador, seria criar o que est&atilde;o chamando de &ldquo;Envolvente do Rec&ocirc;ncavo&rdquo;, uma pista contornando a Ba&iacute;a de Todos-os-Santos, junto com uma ponte de 600 metros no Rio Paragua&ccedil;u. &ldquo;O investimento tamb&eacute;m seria muito menor e preservaria o potencial de navegabilidade da Ba&iacute;a, al&eacute;m do potencial de ampliar o Porto de Salvador&rdquo;, conclui.

<h2 style="text-align: justify;">PROJETO EM CAMA&Ccedil;ARI</h2>

A BYD fechou acordo com governo da Bahia, ap&oacute;s quase um ano de negocia&ccedil;&otilde;es entre os governos de Rui Costa (PT) e de Jer&ocirc;nimo. O atual governador oficializou a instala&ccedil;&atilde;o da f&aacute;brica da montadora em julho de 2023, em evento com pompa no Farol da Barra, com executivos da empresa.

O polo baiano da BYD focar&aacute; na fabrica&ccedil;&atilde;o de chassis de &ocirc;nibus, caminh&otilde;es el&eacute;tricos e carros de passeio el&eacute;tricos e h&iacute;brido.

Como garantia para alojamento da empresa na Bahia, o estado ofereceu garantias, como redu&ccedil;&atilde;o de 95% do valor do ICMS at&eacute; 2032 e a isen&ccedil;&atilde;o de IPVA de carros com valor de venda de at&eacute; R$ 300 mil. <a href="https://aratuon.com.br/economia/2023-04-14/byd-pode-construir-nova-fabrica-na-bahia-caso-nao-consiga-acordo-para-ocupar-complexo-da-ford/">A articula&ccedil;&atilde;o foi decisiva para o fim do impasse entre BYD, Ford e governo da Bahia.</a>

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