Um livro banhado de ancestralidade e pertencimento celebra a trajet&oacute;ria de Maria Felipa, uma das mulheres guerreiras que escreveram um cap&iacute;tulo importante na Hist&oacute;ria do Brasil. A trajet&oacute;ria da hero&iacute;na baiana Maria Felipa de Oliveira abriu portas para que a autora professora e escritora M&aacute;rcia Mendes em sua sexta obra liter&aacute;ria dedicada ao p&uacute;blico infanto-juvenil, criasse a protagonista do livro Maria Felipa: forca e poesia.

O novo livro tem lan&ccedil;amento marcado para o pr&oacute;ximo dia 16 de julho, na Livraria LDM, do Shopping Paseo. &ldquo;A literatura abre possibilidades de recriar mundos destru&iacute;dos, por isso deve tamb&eacute;m ser pensada para todas as inf&acirc;ncias. &ldquo;Quero reunir o povo que gosta de literatura para conhecer a narrativa, a poesia, a m&uacute;sica e um pouco do significado de Maria Felipa de Oliveira na Di&aacute;spora Africana&rdquo;, convida a autora.&nbsp;

Natural de Catu, M&aacute;rcia concluiu a Educa&ccedil;&atilde;o B&aacute;sica como professora do antigo magist&eacute;rio com total desconhecimento acerca do protagonismo da mulher negra nas lutas pela independ&ecirc;ncia do Brasil. No curso de Letras, come&ccedil;ou a estudar sobre a personagem feminina no romance de 30. &ldquo;Notei a falta de mulheres negras escrevendo. A&iacute; li &Uacute;rsula, da Maria Firmina dos Reis, Quarto de Despejo, da Carolina de Jesus, j&aacute; na Especializa&ccedil;&atilde;o em Estudos Lingu&iacute;sticos e Liter&aacute;rios da UFBA, segui procurando mulheres negras na literatura&rdquo;, conta.&nbsp;

Nos &uacute;ltimos 10 anos, M&aacute;rcia intensificou o mergulho em uma pesquisa pessoal voltada para mulheres negras apagadas na literatura brasileira e na hist&oacute;ria oficial. Em 2018, lan&ccedil;ou o livro Dandara, cad&ecirc; voc&ecirc;?, pela Editora Metanoia, cuja protagonista negra que quer saber o porqu&ecirc; do seu nome. Em 2019, foi aprovada na sele&ccedil;&atilde;o do Mestrado em Ensino pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) sem abandonar a literatura, ao contr&aacute;rio. &nbsp;Maria Felipa: for&ccedil;a e poesia foi gestado em dois lugares: na literatura e na hist&oacute;ria.

&ldquo;H&aacute;, na professora que eu sou, o compromisso pol&iacute;tico, cada vez maior, com uma educa&ccedil;&atilde;o antirracista, que pretende extrapolar o contexto escolar. A literatura &eacute; um dos caminhos para fomentar esse di&aacute;logo&rdquo;.&nbsp;

A autora se reconectou com a hist&oacute;ria da hero&iacute;na da Independ&ecirc;ncia da Bahia, estudou sua biografia, verdadeiro patrim&ocirc;nio imaterial do povo baiano, escrita pela professora Eny Kleyde Vasconcelos Farias, em 2010. &ldquo;Sou imensamente grata ao trabalho dessa professora e dos demais colaboradores.

Ap&oacute;s beber nessa fonte, coloquei o outro p&eacute; na literatura, espa&ccedil;o de liberdade, que n&atilde;o est&aacute; ausente da realidade, pelo contr&aacute;rio. Neste locus de cria&ccedil;&atilde;o inundado de poesia, de ancestralidade, pari a menina Maria Felipa, protagonista da narrativa. Ela emerge como descendente da Maria Felipa de Oliveira e, com as mem&oacute;rias da fam&iacute;lia, o canto e as narrativas das marisqueiras, o gosto pelas &aacute;guas que bailam no mar da Ilha de Itaparica, brinca para honrar &agrave;quela que hist&oacute;ria oficial escondeu, mas n&atilde;o apagou. Maria Felipa de Oliveira PRESENTE&rdquo;.&nbsp;

Com ilustra&ccedil;&otilde;es de Rafael Tadeu Souza Feitosa, Maria Felipa, For&ccedil;a e Poesia &eacute; uma obra que nasce com a proposta de manter vivo o di&aacute;logo sobre a cultura dos povos africanos para al&eacute;m das datas comemorativas. &ldquo;Possibilitar &agrave;s crian&ccedil;as o acesso a obras que abordem a hist&oacute;ria de vida de personagens negros &eacute; fundamental para a constru&ccedil;&atilde;o da identidade racial e desconstru&ccedil;&atilde;o de estere&oacute;tipos&rdquo;, enfatiza no pref&aacute;cio o professor Benedito Eug&ecirc;nio, da UESB. A escritora M&aacute;rcia Mendes defende que o trabalho com a Lei 10639/2003 deve fazer parte do ensino o ano inteiro em todos os componentes curriculares.

&ldquo;Na luta antirracista a linguagem liter&aacute;ria tem tamb&eacute;m um papel preponderante de ler e contar narrativas que contribuam para curar feridas porque, como sinaliza a professora Glenda Melo, a linguagem fere, mas tamb&eacute;m pode curar, a literatura abre possibilidades para recriar mundos destru&iacute;dos, por isso deve tamb&eacute;m ser pensada para todas as inf&acirc;ncias&rdquo;, sinaliza.

Um livro para chamar de Meu:

A sexta obra liter&aacute;ria da autora baiana chega ao mercado com o selo do projeto Um livro para chamar de Meu. &ldquo;Para cada livro comprado outro &eacute; doado para uma crian&ccedil;a que n&atilde;o tem acesso &agrave; leitura&rdquo;, explica a idealizadora da iniciativa que j&aacute; distribuiu gratuitamente centenas de exemplares novos, com cheirinho de novo. Desde 2017, quando contava hist&oacute;rias em uma escola onde trabalhava e viu o desejo de algumas crian&ccedil;as de levarem o livro para casa, a iniciativa nasceu. E vem crescendo aos pouquinhos com uma dose exagerada de afeto. A meta &eacute; encerrar o ano de 2022 com mil exemplares doados.&nbsp;

Outra novidade da obra &eacute; a intera&ccedil;&atilde;o com recursos tecnol&oacute;gicos. Atrav&eacute;s de um CRcode, os leitores mirins s&atilde;o convidados a mergulhar em conte&uacute;dos adicionais sobre a hero&iacute;na baiana. Dois anos de isolamento social por causa da Covid-19 abriram portas para que a escritora olhasse para as tecnologias digitais com outros olhos. Inspirada pelo projeto liter&aacute;rio do livro Themba, o menino rei, do escritor baiano Marcos Caj&eacute;, M&aacute;rcia concebeu Maria Felipa: For&ccedil;a e Poesia pensando em outras linguagens. &ldquo;Al&eacute;m da escrita e imagem, o livro tem elementos da linguagem musical, oral, com minha leitura da poesia que a menina Maria Felipa fez para honrar a ancestralidade e, mais, a linguagem informativa que traz mais curiosidades sobre a vida da Maria Felipa de Oliveira. Eu amei o resultado!&rdquo;, comemora Mendes.&nbsp;

Sobre a autora:

<img alt="" src="https://storage.googleapis.com/aratu-backend/fotos/aratu_noticias/95600/mg/marcia mendes.jpg" style="margin-left: 40px; margin-right: 40px; width: 450px; height: 555px;" />

M&aacute;rcia Mendes acolhe o MAR no nome e na alma. Natural de Catu, foi criada em S&atilde;o Sebasti&atilde;o do Pass&eacute;, em um ambiente de pouco acesso &agrave; leitura. Cresceu sem ter um livro em casa e agora coleciona livros infantis de sua autoria. A Gata que n&atilde;o era Xadrez, O Cravo Brigou com a Rosa s&atilde;o obras assinadas pela professora e escritora e lan&ccedil;adas pela Editora Inverso. J&aacute; os livros Dandara, cad&ecirc; voc&ecirc;?, Quem &eacute; Amora? e - agora - Maria Felipa, For&ccedil;a e Poesia foram publicados pela Editora Metanoia, com selo Crian&ccedil;as Diversas.&nbsp;

Servi&ccedil;o:

O qu&ecirc;? Lan&ccedil;amento Maria Felipa, For&ccedil;a e Poesia 
Quando? 16 de julho, &agrave;s16h30 
Onde? Livraria LDM (Shopping Paseo) 
Quem? Autora M&aacute;rcia Mendes, com ilustra&ccedil;&otilde;es de Rafael Tadeu Souza Feitosa 
Como? Cada exemplar comprado ser&aacute; revertido na doa&ccedil;&atilde;o de outro exemplar para uma crian&ccedil;a que n&atilde;o tem acesso a livros atrav&eacute;s do projeto &ldquo;Um livro para chamar de meu&rdquo; 
Quanto? R$ 40,00 
Como? Atrav&eacute;s do link https://mmhistorias.loja2.com.br/&nbsp;

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