Senha do sistema do Museu do Louvre era 'Louvre', revela auditoria

Relatórios apontam falhas graves de segurança ignoradas pelo museu Louvre anos antes do assalto de outubro

Por Rosana Bomfim.

Antes do roubo das joias da coroa em 19 de outubro, o sistema de vigilância do Museu do Louvre era protegido por uma senha surpreendentemente simples: “Louvre”. A informação consta em auditorias privadas que revelam negligência prolongada na segurança digital e física do museu mais famoso do mundo.

Museu Do Louvre| Foto: Divulgação

Os documentos, obtidos pelo grupo CheckNews e divulgados pelo jornal francês Libération, mostram que vulnerabilidades críticas vinham sendo relatadas há pelo menos uma década. Diversos softwares de segurança estavam sem atualização há anos oito deles diretamente ligados à vigilância e ao controle de acesso.

Um dos sistemas citados é o Sathi, desenvolvido pela Thales e adquirido em 2003 para supervisionar as câmeras internas. De acordo com relatórios técnicos, o programa deixou de receber suporte da empresa em 2019, mas continuava em operação em um servidor com Windows Server 2003, sistema descontinuado pela Microsoft desde 2015.

Museu Louvre. | Foto: Pexels Pixabay 2363

A Agência Nacional de Segurança dos Sistemas de Informação (ANSSI) também confirmou o uso de senhas frágeis, como “LOUVRE” e “THALES”, para acessar plataformas críticas de monitoramento.

Repercussão e medidas

Após a divulgação dos relatórios, a ministra da Cultura, Rachida Dati, reconheceu publicamente que “houve falhas de segurança” e prometeu a instalação de novos dispositivos anti-intrusão até o fim do ano.

Enquanto isso, a polícia francesa segue investigando o roubo das joias avaliadas em cerca de US$ 102 milhões. Quatro suspeitos já foram detidos, mas as peças ainda não foram recuperadas. Segundo a promotoria de Paris, o grupo teria agido de forma amadora, sem a sofisticação típica do crime organizado.

“Não se trata exatamente de delinquência cotidiana... mas é um tipo de delinquência que geralmente não associamos aos altos escalões do crime organizado”, afirmou a promotora de Paris, Laure Beccuau, à rádio Franceinfo.

As investigações indicam que os ladrões utilizaram um elevador de mudanças para alcançar o segundo andar do museu, quebraram vitrines e fugiram em scooters em menos de sete minutos. Durante a fuga, a coroa da Imperatriz Eugênia, uma das peças mais valiosas, chegou a cair no chão — indício de que a operação foi improvisada.

Outros casos que envolveram o museu Louvre 

O quadro da Monalisa, um dos mais icônicos do mundo da arte, sofreu um ataque de vandalismo no museu do Louvre, em Paris, em 2022. Segundo informações do jornal El País, uma pessoa teria jogado algo parecido com uma torta contra o quadro, que não foi danificado.

Em 2017, o Ministério do Interior da França anunciou há pouco que uma operação de segurança está ocorrendo em Paris, logo após os jornais locais noticiarem que um militar teria disparado contra um homem que tentou agredir com uma faca agentes de segurança e entrar com uma mala no Museu do Louvre.

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