Caso Fabiana Correia: ex-companheiro carbonizou corpo em hamburgueria
Fabiana Correia foi morta no mesmo dia em que desapareceu, em 11 de setembro, em Periperi, Salvador
A Polícia Civil concluiu as investigações sobre o desaparecimento e a morte de Fabiana Correia Cardoso, de 43 anos. Mais de três meses após o crime, a corporação confirmou que a vítima foi assassinada no mesmo dia em que desapareceu, em 11 de setembro, e teve o corpo carbonizado em um imóvel que funcionava como hamburgueria do ex-namorado.
Fabiana desapareceu no bairro de Periperi, em Salvador. Desde o início das apurações, o ex-companheiro da vítima, João Pedro, de 23 anos, foi apontado como principal suspeito. Ele confessou o crime em 22 de outubro, mais de um mês após o homicídio e o desaparecimento.

As investigações revelaram que João Pedro contou com a ajuda de um comparsa. Ambos só foram detidos após a confirmação de que um corpo carbonizado, que havia dado entrada no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML) em 16 de outubro, pertencia à Fabiana. O cadáver estava no instituto havia quase um mês quando foi identificado.
O segundo suspeito foi preso no dia 5 de novembro. As prisões temporárias foram convertidas em preventivas, por decisão judicial proferida em 18 de dezembro, e os investigados seguem à disposição da Justiça.
Último contato
O último contato com Fabiana ocorreu em 11 de setembro. O caso passou a ser investigado oficialmente no dia 15, quando familiares registraram um boletim de ocorrência comunicando o desaparecimento.
Conforme as investigações, Fabiana foi morta por volta das 18h do dia 11 de setembro, no interior de um mercadinho de sua propriedade, também localizado em Periperi. A vítima mantinha sociedade comercial com o ex-companheiro, vínculo que permaneceu mesmo após o fim do relacionamento amoroso.

O segundo investigado, primo do ex-namorado de Fabiana, passou a frequentar o estabelecimento e a prestar serviços no local semanas antes do crime. Após as prisões, os dois apresentaram versões conflitantes, atribuindo responsabilidades um ao outro, o que não se sustentou diante das provas técnicas reunidas.
De acordo com o delegado André Carneiro, responsável pela condução do inquérito, a cronologia dos fatos só pôde ser estabelecida por meio da análise integrada de depoimentos, diligências de campo e laudos periciais. “As versões apresentadas foram sendo desconstruídas à medida que as provas técnicas avançavam, permitindo a reconstrução precisa da dinâmica criminosa”, explicou.
Ocultação de cadáver
O elevado grau de carbonização dificultou a identificação do corpo de Fabiana. Antes mesmo da confirmação do cadáver, a perícia já havia comprovado a materialidade do crime ao identificar o perfil genético da vítima em duas facas, usadas na tentativa de desmembramento, além de vestígios de sangue feminino em um freezer, onde o corpo foi mantido após o homicídio.
Em depoimento, os investigados relataram que Fabiana foi derrubada no chão, esganada e, já semiconsciente, sofreu golpes no pescoço até a morte. O corpo foi armazenado em um freezer e, posteriormente, colocado em um tonel azul, onde houve tentativa de destruição com o uso de substâncias corrosivas e inflamáveis.
No dia 13 de setembro, o tonel foi transportado para um imóvel no bairro de Mussurunga, onde funcionava uma hamburgueria pertencente ao ex-companheiro da vítima. No local, os restos mortais foram queimados por várias horas. Os resíduos remanescentes foram descartados em um container público, no dia 14.
O delegado André Carneiro destacou que a ausência inicial do corpo não impediu a responsabilização penal. “Mesmo diante da tentativa deliberada de destruição de vestígios, o conjunto probatório reunido demonstra de forma inequívoca a ocorrência do homicídio e as ações posteriores voltadas à ocultação do cadáver”, concluiu.

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