Saúde mental: estresse pós-pandemia pode influenciar no surgimento de doenças autoimunes, alertam especialistas
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou 25%
O período de pandemia deixou sequelas para o grande público e não apenas ligado as doenças respiratórias. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou 25% nesse espaço. Além disso, um estudo realizado na Suécia, publicado no JAMA em 2018, sugeriu uma associação entre estresse e aumento do risco de desenvolvimento de doenças autoimunes. Isso corrobora a teoria de que estresse pode causar alterações no sistema imunológico.
Em outras palavras, além do efeito na saúde mental, a reação fisiológica ao estresse psicológico da pandemia pode contribuir para o desenvolvimento de diversas alterações no organismo, como problemas no sono, aumento do risco cardiovascular, provocar depressão e ansiedade, alterar o desempenho cognitivo e provocar diversos sintomas, como dores pelo corpo. “As doenças reumáticas autoimunes podem comprometer de forma sistêmica o corpo humano, causando alterações em diversos órgãos, com sintomas clínicos diversos, porém uma das queixas mais comuns são dores articulares”, explica a reumatologista do Itaigara Memorial Hospital Dia, Dra. Carla Baleeiro. As condições autoimunes inflamatórias afetam uma importante parte da população, dentre elas podemos destacar a artrite reumatoide, o lúpus eritematoso sistêmico e as espondiloartrites (ex: espondilite anquilosante, artrite psoriásica e artrite enteropática).
SEGUNDO CÉREBRO
Assim como o cérebro, o intestino é um órgão sensorial responsável por detectar, retransmitir e responder aos sinais do ambiente interno e externo. Esses dois órgãos, juntos, regulam as respostas inflamatórias e a homeostase (manutenção do equilíbrio fisiológico do organismo). Quando desregulada, uma inflamação direcionada contra os micróbios no intestino pode levar ao surgimento de doenças inflamatórias intestinais (DII), mais severas, como, por exemplo, a Retocolite Ulcerativa e a Doença de Crohn.
Embora apresentem sintomas bem semelhantes, como dor abdominal, diarreia, perda de peso, fadiga, anemia ou intolerâncias alimentares, elas são doenças distintas. "Ambas as patologias são desencadeadas por uma reação do sistema imunológico do paciente que age contra o intestino causando uma inflamação", explica o gastroenterologista e coordenador científico do Itaigara Memorial Gastro-Hepato Endoscopia, Dr. Rodrigo Felipe.
Segundo um estudo realizado pela Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn, a doença de Crohn atinge mais de 50% dos pacientes com DII. Ela é caracterizada pela inflamação de toda a parede intestinal, podendo afetar desde o começo do órgão até o ânus. Já a retocolite ulcerativa, também é uma inflamação, mas afeta somente o intestino grosso.
“Os sintomas das doenças inflamatórias intestinais podem passar despercebidos por muito tempo. Isso porque é comum quando uma refeição não cai bem ir ao banheiro mais de uma vez ao dia ou ter uma diarréia. Na maioria dos casos, a pessoa acha que seja algum alimento o responsável pelos sintomas constantes, ou até mesmo algum problema relacionado à lactose ou glúten”, alerta a gastroenterologista do Itaigara Memorial Gastro-Hepato Endoscopia, Dra. Flora Fortes.
A escolha do tratamento dependerá da gravidade e do estágio em que a doença de Crohn ou Retocolite Ulcerativa se encontram. Mas para um tratamento de excelência, é preciso que, além do gastroenterologista, também estejam envolvidos outros profissionais como o coloproctologista, nutricionistas e até psicólogos e dermatologistas.
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