Mansão do Caminho encerra serviço de partos por falta de investimento, mas continua com pré-natal
Centro de Parto Normal da Mansão do Caminho transferirá as atividades de parto para a Maternidade Albert Sabin, em Cajazeiras
Mesmo com petição pública para evitar o fechamento do Centro de Parto Natural da Mansão do Caminho (CPN), situado no bairro de Pau da Lima, em Salvador, a unidade não realizará mais o serviço. O contrato de funcionamento vai até o dia 20 de setembro e não foi renovado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), mantenedora do espaço.
Depois dessa data, o CPN da Mansão do Caminho continuará apenas com os serviços de pré-natal para gestantes de baixo risco, enquanto os partos serão transferidos para a Maternidade e Centro de Parto Natural do Albert Sabin, em Cajazeiras. Nas demais áreas em que atua, a instituição continuará suas atividades sem prejuízo.
Ao longo de 12 anos de atividade, a unidade de Pau da Lima realizou cerca de 7 mil partos (uma média de 48 partos por mês) e mais de 500 mil procedimentos ambulatoriais, o que dá uma média de 41 mil procedimentos por ano.
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ENCERRAMENTO DE ATIVIDADES
Segundo a Sesab, apesar dos investimentos em infraestrutura e comunicação realizados pela instituição, a demanda pela unidade obstétrica não foi, em nenhum dos anos, suficiente para atingir as metas do plano de trabalho contratualizado com o Governo do Estado. Para se ter uma ideia, em seus primeiros meses foram realizados apenas 75 partos, o que representou 9% da meta da unidade, que é de 840 partos anuais. Em seu segundo ano, a taxa de atingimento de meta de produtividade de partos foi de 45,71% e em 2022 foram realizados apenas 48,57% dos partos esperados pelo governo.
Além da reduzida procura por este serviço, a unidade apresenta desafios orçamentários para a Mansão do Caminho. Apenas nos últimos três anos, o CPN gerou um déficit de R$ 10 milhões para as contas da instituição filantrópica, além da previsão de déficit de R$ 5 milhões em 2023.
Para o diretor-presidente da instituição, Mário Sérgio Almeida, trata-se de uma árdua decisão, que precisa ser tomada em nome da sustentabilidade do espaço. "Por princípios de responsabilidade administrativa, não podemos manter o serviço com tal déficit tendo em vista a baixa procura", relata.
"Nosso intuito é equalizar as contas da casa para poder futuramente investir em novas modalidades de atendimentos para a sociedade", completa o primeiro-secretário do conselho de administração da Mansão do Caminho, Ulisses Bezerra.
Divaldo Franco, por sua vez, comenta: "Para garantir a permanência de nossa obra social, realmente devemos transferir o serviço de partos e focar em atividades com maior demanda social, como o de assistência psicológica para nossos jovens, tão afetados pelos transtornos de ansiedade e depressão, conforme acompanhamos nas atividades do nosso núcleo de psicologia e em nossas escolas".
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