Esclerose Múltipla: cerca de 40 mil brasileiros convivem com a doença
Dia Mundial da Esclerose Múltipla (EM) alerta para doença neste 28 de maio
Por Da Redação.
Nesta quarta-feira (28) é lembrado o Dia Mundial da Esclerose Múltipla (EM), doença inflamatória crônica que afeta o sistema nervoso central e, no Brasil, impacta cerca de 40 mil pessoas, segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Com início mais comum entre os 20 e 40 anos de idade, a EM pode comprometer funções motoras, cognitivas e emocionais em um período considerado produtivo e reprodutivo da vida. Para o neurologista Dr. Eduardo Cardoso, da Clínica IBIS Imunoterapia, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado são essenciais. “É uma doença que impõe desafios funcionais em uma fase de conquistas e projetos, o que torna ainda mais urgente o diagnóstico precoce e o manejo adequado”, destaca.
Desafios no diagnóstico de Esclerose Múltipla
A variabilidade dos sintomas pode dificultar a identificação da EM, especialmente fora dos grandes centros urbanos. Entre os sinais mais comuns estão visão turva ou dupla, formigamentos, dormência, fadiga intensa, alterações urinárias e perda de equilíbrio. Essas manifestações podem ser confundidas com problemas oftalmológicos, ortopédicos ou mesmo estresse, atrasando o tratamento.
Impacto profissional e social
Segundo Dr. Eduardo, a doença pode comprometer diretamente a vida profissional. “Muitos pacientes relatam dificuldades para manter a produtividade, cumprir jornadas integrais ou acompanhar o ritmo do ambiente de trabalho”, afirma. Estudos indicam que, mesmo com tratamento, parte significativa dos pacientes reduz carga horária ou se afasta do mercado de trabalho em até 10 anos após o diagnóstico.
Apesar dos desafios, terapias mais eficazes e o suporte psicossocial têm possibilitado maior permanência dos pacientes no ambiente profissional. “A inclusão no trabalho e a flexibilização de funções são fundamentais para preservar esse vínculo”, acrescenta o neurologista.
Estigma e apoio emocional
O caráter crônico e imprevisível da EM pode gerar estigmas e comprometer a autoestima. “O paciente, muitas vezes, sente que não é compreendido, principalmente por apresentar sintomas invisíveis, como fadiga ou dor. Isso pode levá-lo ao isolamento, o que, por vez, aumenta o risco de depressão e piora do quadro clínico”, explica Dr. Eduardo.
Ele reforça que estratégias de apoio emocional, terapia e grupos de convivência são tão importantes quanto o tratamento medicamentoso. “A socialização é um fator protetor relevante contra o agravamento da doença”, completa.
Avanços no tratamento da Esclerose Múltipla
O médico destaca que a capacitação dos profissionais da atenção primária é essencial para a detecção precoce. “Hoje conseguimos identificar pacientes com formas muito iniciais da doença, como a síndrome clínica e a síndrome radiologicamente isoladas”, afirma.
Entre os avanços recentes, estão as novas drogas imunobiológicas, que oferecem maior controle da inflamação com menos efeitos adversos. A medicina personalizada também desponta como uma promessa: “tratamentos baseados no perfil imunológico, genético e de imagem de cada paciente aumentam a esperança de manter os pacientes ativos, autônomos e com qualidade de vida por mais tempo”, conclui.
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