Enfermeira diz sentir "cheiro" do Parkinson e ajuda a criar novo teste para doença; entenda
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1% da população mundial acima de 65 anos conviva com a doença, que causa sintomas como dificuldade de movimentação, tremores e rigidez muscular.
Um novo teste para o diagnóstico da doença de Parkinson está sendo desenvolvido. A novidade é que o exame levará três minutos para comunicar o diagnóstico. O teste está sendo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido.
O trabalho científico foi publicado no Journal of the American Chemical Society, inspirado pela enfermeira aposentada Joy Milne. A profissional da saúde tem uma condição caracterizada por um olfato muito apurado e diz conseguir identificar pacientes da doença apenas pelo cheiro.
O falecido marido de Joy foi diagnosticado com Parkinson. Eles começaram a frequentar associações de apoio a pacientes e a conviver com outras pessoas com a doença, que prejudica gradativamente as funções cerebrais relacionadas ao movimento.
Então, Joy percebeu que todas elas apresentariam o "mesmo cheiro incomum" que ela sentia no marido há 12 anos, muito antes de os primeiros sintomas dele se manifestarem. As informações são da CNN Brasil.
Joy Milne comentou o fato com um pesquisador e se envolveu em pesquisas que buscavam avaliar se suas capacidades olfativas poderiam ser usadas para identificar a doença de forma precoce, o que beneficiaria o tratamento.
O odor sentido pela escocesa era maior na região das costas dos pacientes, que é lavada menos frequentemente. Onze pesquisadores participam do trabalho, incluindo Joy Milne. Conforme o periódico, o aumento da oleosidade e da pele escamosa, especialmente na face e no couro cabeludo, são sintomas comuns da doença Parkinson (DP).
As análises constataram que o sebo poderia ser usado para identificar lipídios com grande massa molecular que são mais ativos em pessoas com Parkinson.
TESTE
O princípio fundamental do exame é observar a massa e a composição química das moléculas do sebo utilizando uma técnica chamada espectrometria de massa. Para realizar o exame, um pouco da substância é coletada das costas do paciente de forma simples e não invasiva, usando um swab de algodão.
O sebo é colocado em um filtro de papel e recebe uma gota de solvente e voltagem elétrica, o que transfere seus componentes para o espectrômetro de massa.
Conforme informações divulgadas pelos pesquisadores, dos 4.000 compostos encontrados na solução, cerca de 500 são diferentes entre pessoas com e sem a doença de Parkinson.
O próximo passo para a equipe de pesquisadores é tornar o teste um método clínico para o diagnóstico do distúrbio.
Segundo os cientistas, os resultados também abrem novas possibilidades, como a identificação de outras doenças por meio da análise de sebo, que eles descobriram ser um biofluido eficiente para diagnósticos.
DOENÇA DE PARKISON
A doença de Parkinson é uma doença neurológica que afeta os movimentos da pessoa. Causa tremores, lentidão de movimentos, rigidez muscular, desequilíbrio, além de alterações na fala e na escrita, segundo o Ministério da Saúde.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1% da população mundial acima de 65 anos conviva com a doença, que causa sintomas como dificuldade de movimentação, tremores e rigidez muscular. Não existe uma cura, mas medicações para repor a dopamina fazem parte do tratamento.
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