"Defuntos" podem sair de funerária fechada em Salvador e caixões aparecem na rua. O que aconteceu?
"Não sabemos mais a quem recorrer. Temos idosos e crianças aqui e já não aguentamos mais", desabafou uma das moradoras.
Caixões apareceram, inclusive no meio da rua, na região da Soledade, em Salvador. Quem passou pelo local, ainda nesta quinta-feira (15/7), foi surpreendido com o inusitado. Mas, afinal, o que motivou a aparição?
A situação foi provocada por moradores do Largo da Soledade, em protesto por conta de um casarão que pode desabar a qualquer momento. Eles compraram pelo menos sete caixões para "homenagear" possíveis culpados.
A situação foi acompanhada pela reportagem do Grupo Aratu. O detalhe é que, no prédio, funcionava uma funerária, desativada há quatro anos. Como lá já tinham caixões, a ideia foi levantada.
"Não sabemos mais a quem recorrer. Temos idosos e crianças aqui e já não aguentamos mais. Os caixões representam as mortes que podem acontecer aqui", relatou uma moradora. "A dona do casarão diz que o problema não é dela. Está esperando sair um defunto daqui?", argumentou outra protestante à reportagem do Grupo Aratu.
Na frente dos caixões, foram "homenageadas" as pessoas que, de acordo com os vizinhos, podem ter culpa pela situação. O Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), a Defesa Civil de Salvador, o prefeito da capital, Bruno Reis (DEM), o governador da Bahia, Rui Costa (PT), além do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A manifestação acontece durante toda a semana e os moradores da Soledade prometem novos atos para chamar a atenção em relação ao problema.
Em nota, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) informou que o imóvel citado pela população sofreu um novo desabamento na parte interna nesta quinta-feira e que os agentes do órgão realizam vistoria, interditando o acesso devido ao risco potencial e onde existem cerca de 46 imóveis habitados.
A Codesal responsabiliza o IPAC pela deterioração do imóvel, já que o instituto tombou a construção há várias décadas e não providenciou a manutenção da construção junto a proprietária, que já foi notificada pela Codesal.
Segundo laudo técnico da Codesal, a única solução é a demolição para retirar o risco para moradores o que já foi solicitada ao órgão tombador. O Ipac terá o prazo de 120 dias para tomar uma das seguintes providências: I - financiamento integral das obras, em condições especiais, à custa das linhas governamentais disponíveis; II - realização das obras às expensas do Estado; III - subvenção parcial das obras; IV - permuta por outro imóvel; V - desapropriação.
Ainda segundo a Codesal, técnicos da realizaram reunião com os moradores para dar conhecimento da situação. A Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) foi acionada para a retirada das partes remanescentes e proceder a inspeção predial.
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