Termina hoje prazo do União Brasil para entrega de cargos no governo Lula

Termina hoje prazo do União Brasil para entrega de cargos no governo Lula. O prazo foi estabelecido pela cúpula do partido, conforme orientação divulgada na última quinta-feira (17), obrigando filiados a saírem de funções que ocupam na administração federal, incluindo o ministro do Turismo, Celso Sabino.

Além dele, a medida atinge integrantes de segundo escalão e nomeados em estatais e autarquias. Quem descumprir a ordem pode responder por “ato de infidelidade partidária”, com risco de perda automática da filiação após processo disciplinar.

Após Federação, União pede entrega de cargos no governo Lula

A decisão foi tomada depois da criação da Federação União Progressista (UPB), que no início de setembro anunciou a saída da base governista e a devolução dos espaços ocupados no Executivo.

Em Salvador, o governador de Goiás e pré-candidato à Presidência da República, Ronaldo Caiado, se posicionou pela retirada dos integrantes do governo Lula. Segundo ele, o diretório de ambos os partidos deram até 30 de setembro para que integrantes das duas legenda saíssem da gestão petista.

"Quem não sair vai ser excluído do partido”, exclamou Caiado.

O aviso atinge não só Celso Sabino (Turismo), do União Brasil, mas também André Fufuca (Esportes), do PP, que seguem no governo mesmo após a decisão da federação pelo desembarque. O governador disse que não tem ingerência sobre os nomes indicados pelo seu correligionário, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União).

“Você como partido político não tem alcance sobre alguém que não seja filiado ao partido. Como é que você vai alcançar alguém que não seja filiado ao partido. Não tem compromisso partidário. Agora, quem tiver filiação ao partido não ficará no governo, ou será expulso", esclareceu.

A fala se refere aos nomes de Frederico Siqueira (Comunicações), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) que foram oficialmente propostos por Alcolumbre para assumirem as pastas ministeriais, ainda que os postos tenham contado com anuência partidária.

União-Progressista na oposição e saída do governo Lula

Formada pelo União Brasil e pelo Progressistas (PP), a federação soma 108 deputados e 14 senadores, configurando-se como a maior bancada da Câmara e a segunda maior do Senado.

O secretário de Governo de Salvador, Cacá Leão (PP), disse que, apesar de aguardar a homologação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Progressistas e União Brasil “já são uma coisa só”. Ele ressaltou que a federação União Progressista, maior bancada do Congresso Nacional, vai caminhar nas eleições de 2026 e 2028, não descartando uma futura fusão entre as siglas.

O titular da Segov na gestão municipal, que também preside o PP da capital, afirmou que a federação vai ter peso político em todo o país, tanto nas eleições de 2026, quanto nas eleições de 2028: “Acredito, sinceramente, que isso caminha inclusive para uma futura fusão”. 

O posicionamento reflete as opiniões do vice-presidente do União Brasil e líder da oposição na Bahia, ACM Neto.