Salles diz que operação da PF em sua casa é "exagerada e desnecessária"; polícia suspeita de corrupção
A ação da PF apura a suspeita de participação de servidores do ministério e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em supostos crimes contra a administração pública.
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, classificou a operação que a Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (19) com mandado de busca em sua casa como “exagerada e desnecessária”. Ele disse ter ficado surpreso com a ação, que apura a suspeita de participação de servidores do ministério e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em supostos crimes contra a administração pública.
Na decisão em que autorizou o cumprimento de 35 mandados de busca e apreensão, incluindo em endereços funcionais e pessoais de Salles, além do afastamento do cargo do presidente do Ibama, Eduardo Bim, e de outros oito servidores públicos, o ministro Alexandre de Moraes afirma que o pedido de diligências foi feito pela própria PF. Segundo o decano, na petição, a PF informou ter provas que “sinalizam, em tese, para a existência de grave esquema de facilitação ao contrabando de produtos florestais”, incluindo documentos fornecidos pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.
“Até onde eu sei, uma carga foi exportada para os Estados Unidos, que pediu documentos que não constavam. Analisando o caso, a presidência do Ibama entendeu que a regra invocada [pelas autoridades norte-americanas] já naquela altura deveria ter sido alterada. Por isso, aparentemente, agiu de forma técnica", se defendeu Salles.
O episódio ocorreu no último dia 10 de janeiro de 2020, quando o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos (FWS) deteve, no estado da Geórgia, três contêineres contendo madeira exportada do Brasil, por uma empresa com sede em Ananindeua (PA). A embaixada enviou um documento às autoridades brasileiras informando que o material não tinha a documentação necessária para comprovar sua procedência legal.
Na decisão, Moraes relata que o Ibama enviou "uma série de respostas conflitantes", ora informando que a madeira exportada não tinha sido analisada pelo setor competente, ora alegando que o envio da carga cumprira toda a exigência legal. Já Salles disse que não teve acesso a todas as informações do inquérito e alegou que o ministério e o Ibama sempre agiram em consonância com a lei.
Além do ministro, a operação teve como alvo o presidente do Ibama, Eduardo Bim, e mais 16 investigados. “Todos os que foram incluídos nesta operação sempre estiveram à disposição para esclarecer quaisquer questões”, afirmou.
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