Política

Rui ataca impeachment de Dilma, mas ignora influência do MDB, seu aliado, na deposição da ex-presidente

Em abril, o PT baiano, numa articulação encabeçada por Rui e pelo senador Jaques Wagner (PT), convenceu a cúpula do MDB-BA a migrar da base de ACM Neto (União) para apoiar a pré-candidatura de Jerônimo (PT)

Por Matheus Caldas

Rui ataca impeachment de Dilma, mas ignora influência do MDB, seu aliado, na deposição da ex-presidenteCréditos da foto: divulgação

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), relembrou nesta terça-feira (7/6) o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ao pedir que a população vote em candidatos alinhados a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a exemplo de Jerônimo Rodrigues, pré-candidato petista ao Governo do Estado.


O chefe do Palácio de Ondina, no entanto, ignorou o fato de ter se aliado ao MDB, um dos principais articuladores do impeachment de Dilma, cuja movimentação foi capitaneada pelo presidente da Câmara à época, Eduardo Cunha, num episódio que culminou com a alçada de Michel Temer à presidência da República. Ambos são emedebistas.


"Passou a eleição, o povo confiou, votou e, depois da eleição, deram uma facada nas costas da Dilma e afundaram o Brasil", afirmou, em entrevista à rádio Líder FM, de Laje, a 153 km de Salvador.


"Tem uma citação na Bíblia que diz que, quando a pessoa quer trapacear, iludir e enganar, o lobo veste pele de cordeiro. Nós temos esse exemplo na história do Brasil em 2014. A Dilma estava forte, ia ganhar a eleição, então os deputados que queriam ganhar a eleição diziam que era amigo da Dilma, que iria ajudar a Dilma", emendou o governador.


Em abril, o PT baiano, numa articulação encabeçada por Rui e pelo senador Jaques Wagner (PT), convenceu a cúpula do MDB no estado a migrar da base de ACM Neto (União) para apoiar Jerônimo. Em contrapartida, a sigla, comandada informalmente pelos irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima, angariou a vaga de vice na chapa de Jerônimo, que ficou com Geraldo Jr., presidente da Câmara Municipal de Salvador, que, agora, é rival político de Neto e do prefeito da capital, Bruno Reis (União).


Segundo Rui, o ex-presidente Lula externou, em conversas entre ambos, a preocupação de que, na Bahia, haja votações expressivas de deputados alinhados com o PT. 


"O Lula está muito preocupado, porque ele diz: "eu vou fazer mais do que fiz no meu ultimo govenro, mas preciso de deputados e senadores que me ajudem e não passem a rasteira como passaram na Dilma"", declarou.


Ao passo que ignorou a influência do MDB da derrocada da ex-presidente, ele sugeriu que ACM Neto e João Roma (PL) também têm responsabilidade no episódio. "Essa turma, que é a turma aliada ao presidente da República, inclusive aqui na Bahia, temos duas candidaturas a governador aliadas", cutucou.


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