Polícia Federal indicia Renan Calheiros por corrupção e lavagem de dinheiro; senador acredita em retaliação por atuação na CPI
Investigações apontam que senador pediu e recebeu R$ 1 milhão em propina da Odebrecht em 2012; defesa diz estar confiante no arquivamento da investigação
A Polícia Federal (PF) indiciou o senador Renan Calheiros (MDB-AL) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. As investigações apontam que o senador, que é relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, pediu e recebeu R$ 1 milhão em propina da Odebrecht em 2012.
O relatório foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (2/7) e deve ser encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá sobre a apresentação de denúncia contra o parlamentar. A PF apontou a existência de "indícios suficientes de autoria e materialidade" contra o senador envolvendo a aprovação, no Senado, de um projeto de resolução sobre alíquota de ICMS.
A acusação tem como base os registros internos do sistema de pagamentos de propina da Odebrecht, que atribuiu o codinome "Justiça" ao repasse a Renan. O sistema registrou uma ordem de pagamento em dinheiro vivo ao motorista, no dia 31 de maio de 2012. Entretanto, o motorista foi ouvido em depoimento pela PF e disse "não se recordar" de ter recebido qualquer mala ou dinheiro.
Em nota, a defesa do senador diz que o pedido de indiciamento é um movimento de retaliação da Polícia Federal ao trabalho desempenhado por ele na CPI da Covid e que a instituição não possui competência necessária para indiciar um senador da República. A função compete ao Supremo Tribunal Federal.
"É uma surpresa que justamente agora, quando a PF, instituição de Estado, abre a investigação sobre a Precisa para facilitar Habeas Corpus do vendedor da vacina da propina e garantir seu silêncio na CPI, tentam essa retaliação", diz um trecho a nota emitida pela defesa de Renan Calheiros.
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