PL de deputado baiano pede a ampliação da rede de proteção contra a violência doméstica; confira
“Quase um ano depois”, pontuou o deputado, “dados e relatos confirmam o temor de Phumzile sobre a situação de crianças e mulheres”
O deputado Jacó (PT) quer obrigar todos os condomínios de edifícios a disponibilizarem, por apartamento, um sistema eletrônico, via interfone ou aparelho similar, com um botão vermelho de alarme para acionar a portaria do prédio, em casos de ocorrência de violência doméstica contra mulheres, crianças e adolescentes.
Projeto de lei apresentado por ele na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) visa ampliar os mecanismos de proteção contra a violência doméstica, que tem aumentado significativamente nestes tempos de pandemia e isolamento social.
Ao justificar a medida, Jacó citou a “pandemia invisível”, termo usado por Phumzile Mlambo-Ngcuka, diretora-executiva da Onu Mulheres e vice-secretária geral das Nações Unidas, para descrever, em abril de 2020, o possível aumento de casos de violência contra mulheres e meninas durante o confinamento provocado pela pandemia.
“Quase um ano depois”, pontuou o deputado, “dados e relatos confirmam o temor de Phumzile sobre a situação de crianças e mulheres”.
De acordo com dados apresentados por Jacó, entre 2017 e 2019, houve um aumento de 22% nos crimes de estupro de vulnerável (pessoas com menos de 14 anos) no estado de São Paulo. No primeiro semestre de 2020, porém, ocorreu uma queda de 15%. Os dados são do relatório Análise da ocorrência de estupro de vulnerável no estado de São Paulo – elaborado pelo Instituto Sou da Paz, Ministério Público de São Paulo e Unicef.
“O que à primeira vista parece uma boa notícia trata-se, na verdade, de um sinal preocupante”, afirmou o parlamentar. Segundo ele, a queda não se deu porque diminuíram os casos, e sim porque eles pararam de ser notificados. De acordo com o estudo, o fechamento de escolas pode explicar a sub-notificação, porque elas são parte da rede de proteção das crianças.
“Muitos casos de violência, principalmente os pouco escancarados, são percebidos no contato cotidiano, e os professores são atentos ao comportamento dos alunos”, explicou. As mulheres foram outro público vulnerável que teve sua situação especialmente agravada por causa da pandemia.
Acompanhe todas as notícias sobre o novo coronavírus.
Acompanhe nossas transmissões ao vivo e conteúdos exclusivos no www.aratuon.com.br/aovivo. Nos mande uma mensagem pelo WhatsApp: (71) 99986-0003.