Política

Kim Kataguiri questiona offshore de Paulo Guedes e critica gestão do ministro: “Desvaloriza nossa moeda”

Além da pressão sofrida por parlamentares diante do episódio da offshore, Guedes vê sua popularidade derreter.

Por Matheus Caldas

Kim Kataguiri questiona offshore de Paulo Guedes e critica gestão do ministro: “Desvaloriza nossa moeda”Créditos da foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Ex-aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) criticou a gestão do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobretudo após a descoberta de que ele possui uma offshore num paraíso fiscal. 


“Ele não poderia ter essa offshore. Ele deveria ter colocado seu investimento num fundo cego, como o ex-ministro Henrique Meireles fez. Ele não tem gestão nenhuma. Além disso, pediu para tirar as offshores da tributação na reforma tributária. Ou seja, divulgou em causa própria”, criticou, na última quarta-feira (6/10), em entrevista ao Linha de Frente, segmento de política do Grupo Aratu


Kataguiri também atacou a gestão feita por Guedes à frente da economia. “O ministro está no comando da economia e decide a flutuação do dólar. Ele tem adotado uma política de desvalorizar nossa moeda. Com isso, ele lucrou mais de R$ 14 mil por dia, desde o início do exercício do cago. Durante mil dias. São milhões de reais”, criticou.


Além da pressão sofrida por parlamentares diante do episódio da offshore, Guedes vê sua popularidade derreter. Segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (8/10) pelo Instituto Realtime Bigdata, encomendada pela Record TV, a gestão do ministro é desaprovada por 64% dos brasileiros. 


O país vive crise econômica, situação asseverada pela pandemia da Covid-19. Com o dólar a R$ 5,49 – cotação da manhã desta sexta –, os preços da carne, do gás de cozinha e da gasolina extrapolaram, e contribuíram para o crescimento da rejeição da gestão da Economia feita pelo governo Bolsonaro.


RELEBRE O CASO


O caso foi desvendado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), organização que reúne mais de 600 profissionais e veículos de imprensa no mundo, entre eles a Piauí, do Brasil.


A investigação aponta que, após a crise econômica de 2014, Guedes aportou na conta da offshore, numa agência do banco Crédit Suisse, em Nova York, o equivalente a US$ 9,54 milhões (R$ 50 milhões, na cotação atual). Por conta da valorização do dólar no Brasil, esse dinheiro rendeu milhões de reais ao comandante da Economia. 


A abertura de uma offshore ou de contas no exterior não é ilegal, desde que o saldo mantido lá fora seja declarado à Receita Federal e ao Banco Central. Mas, no caso de servidores públicos, a situação é diferente.


O artigo 5º do Código de Conduta da Alta Administração Federal, instituído em 2000, proíbe funcionários do alto escalão de manter aplicações financeiras, no Brasil ou no exterior, passíveis de ser afetadas por políticas governamentais. A proibição não se refere a toda e qualquer política oficial, mas àquelas sobre as quais “a autoridade pública tenha informações privilegiadas, em razão do cargo ou função”.


As penas para quem infringe o artigo 5º variam de advertência à recomendação de demissão. Apesar do conflito de interesses em potencial, Guedes quis manter o controle da offshore nas Ilhas Virgens Britânicas.


Em janeiro de 2019, assim que assumiu o ministério, ele diz ter informado à Comissão de Ética Pública, encarregada de julgar possíveis infrações ao código, que controlava uma offshore num paraíso fiscal. Em julgamento ocorrido em julho passado, o órgão, formado por sete conselheiros, não viu nenhuma irregularidade e arquivou o caso.


A Piauí pediu ao órgão a justificativa da decisão, mas recebeu como resposta que as informações contidas nos julgamentos são sigilosas “em face dos dados sensíveis que delas constam – inclusive fiscais e bancários”.



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