Festa de Olojá pode virar feriado oficial em Salvador
Proposta em tramitação busca reconhecer oficialmente um dos eventos religiosos e culturais mais emblemáticos da capital baiana
Por Da Redação.
Um Projeto de Lei (PL), que tramita na Câmara Municipal de Salvador (CMS), propõe a inclusão da tradicional Festa de Olojá – Senhor do Mercado, realizada na Feira de São Joaquim, no Calendário Oficial de Festividades da cidade. O evento ocorre anualmente no primeiro final de semana de março e é uma celebração de forte valor simbólico, religioso e cultural para as comunidades de matriz africana da capital baiana.
De autoria do vereador João Cláudio Bacelar (Podemos), o PL nº 261/2025 destaca a relevância da festa para o fortalecimento da identidade afro-baiana e o reconhecimento do orixá Exu, figura central do Candomblé e das manifestações religiosas presentes na Feira. "Oficializar a Festa de Olojá é reconhecer a força da cultura negra e da religiosidade afro-brasileira que pulsa em Salvador. É valorizar o que somos, combater o preconceito religioso e transformar nossa cidade em um polo ainda mais forte de cidadania cultural", afirma Bacelar.
Turismo e economia local fortalecidos pela Feira de São Joaquim
A oficialização da Festa de Olojá também impulsiona o turismo e movimenta diretamente a economia da cidade. Em sua última edição, o evento reuniu cerca de 15 mil pessoas e 80 terreiros, com uma programação que inclui cortejo com oferendas, xirés públicos, apresentações musicais e valorização da culinária tradicional, gerando oportunidades para artistas, religiosos, músicos, feirantes e pequenos empreendedores.
Além disso, a Feira de São Joaquim é um dos maiores centros de circulação de produtos ligados ao sincretismo religioso entre o catolicismo e o candomblé, o que confere ao local enorme potencial para o afroturismo e o turismo religioso. A presença viva das religiões de matriz africana no cotidiano da Feira contribui para consolidar Salvador como uma das principais referências culturais e espirituais do país.
Com a aprovação do PL, Salvador não apenas amplia seu calendário de festas oficiais, como também fortalece seu papel de capital da diversidade e da ancestralidade. Para o vereador Bacelar, o reconhecimento da Festa de Olojá "é também um gesto político de respeito às tradições do povo negro, um passo necessário para construir uma cidade mais inclusiva, justa e plural".
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