De olho na política, Raissa Soares, a “Doutora Cloroquina”, é exonerada da prefeitura de Porto Seguro
Apesar da exoneração, ela já havia se despedido da pasta desde a última sexta-feira (29/10). Na última segunda, ela publicou mensagens de agradecimento nas redes sociais.
Com projeto de se candidatar a algum cargo na eleição do próximo ano, a médica bolsonarista Raissa Soares deixou de forma oficial a Secretaria de Saúde de Porto Seguro, a 711 km de Salvador. A exoneração da médica foi publicada na edição da última segunda-feira (1º/11) do Diário Oficial do Município, e assinada pelo prefeito Jânio Natal (PL).
Apesar da exoneração, ela já havia se despedido da pasta desde a última sexta-feira (29/10). Na última segunda, ela publicou mensagens de agradecimento nas redes sociais. A saída ocorre após decisão da própria médica, que dá, a partir de agora, início à pré-campanha.
Nesta terça (2/11), ao jornal Folha de S. Paulo, ela admitiu que irá ingressar no projeto de candidatura para a eleição do próximo ano, mas sem detalhar para qual cargo.
"A pandemia da Covid-19 mostrou que gente precisa se posicionar. Não tenho histórico na política, não tenho familiares políticos, mas acredito que a política precisa de pessoas com posição clara. Esse é o motivo de eu decidir entrar", disse.
A médica diz que ainda não decidiu para qual cargo concorrerá – estão na mesa possíveis candidaturas ao Governo da Bahia, ao Senado ou à Câmara dos Deputados. O partido também não foi divulgado.
No ano passado, ela ganhou notabilidade no meio conservador baiano, antes mesmo de se tornar secretária, ao defender o uso de hidroxicloroquina no tratamento contra a Covid-19. No vídeo, que viralizou na Internet, ela rogava ajuda ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Três dias depois, um avião com 40 mil caixas do medicamento chegou a Porto Seguro a pedido do presidente. E a médica se tornou instantaneamente uma espécie de influencer entre bolsonaristas.
A saída de Raissa já tinha sido requerida pelo Ministério Público do Estado (MP-BA) à Justiça, em agosto. O pedido se amparou na justificativa de que a secretária incentivava e recomendava "o uso de remédios sem eficácia contra a Covid-19”. O parquet também pediu que a prefeitura parasse de usar e distribuir as medicações.
Com a saída da médica da pasta, assume interinamente a função Antonio Miguel Ballejo, atual secretário de Governo e Comunicação da Prefeitura. Ele foi candidato a vereador na última eleição pelo PP.
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