CPI da Covid: ex-chefe de comunicação do governo diz que procurou Bolsonaro para negociar com a Pfizer
Ex-secretário de Comunicação Social é ouvido por senadores na CPI da Covid nesta quarta-feira (12/5)
O ex-secretário de Comunicação Social da Presidência da República, Fabio Wajngarten, presta depoimento, nesta quarta-feira (12/5), à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid que tem como objetivo investigar a conduta do Governo Federal no enfrentamento da pandemia. A sessão teve início pouco depois das 9h.
Em depoimento, Wajngarten afirmou que uma carta enviada pela empresa Pfizer permaneceu dois meses sem resposta do Governo Federal. Ele afirmou que a carta foi enviada no dia 12 de setembro de 2020, mas que não houve resposta até nove de novembro do mesmo ano.
“Quando soube, em novembro do ano passado, que a Pfizer havia enviado carta ao governo brasileiro, procurei imediatamente solucionar eventual impasse. Vi por bem levar ao presidente Bolsonaro o assunto na busca por uma solução rápida”, disse.
O relator Renan Calheiros (MDB-AL) questionou Wajngarten sobre os trabalhos feitos pela Secom para divulgar campanhas de conscientização sobre a pandemia. Wajngarten negou que tenha recebido orientações para desestimular as medidas de prevenção à covid-19, como o uso de máscaras e o distanciamento social.
“A Secom fez campanha desde fevereiro de 2020, aos primeiros sinais de pandemia. Eu fui contaminado na volta de uma viagem dos EUA com o presidente, em março de 2020. A secom com o Ministério da Saúde publicizou 11 campanhas”.
“PERGUNTE A ELE”
Ao ser questionado sobre as declarações de Bolsonaro contrárias a vacinas causavam impacto na população. Wajngarten evitou responder apenas "sim" ou "não" e disse para o relator da CPI, perguntar a Jair Bolsonaro sobre quem o orientava para dar declarações negacionistas. A resposta causou incômodo na bancada da comissão.
"Você não pode dizer 'pergunte a ele'. Você está aqui como testemunha. Sim ou não?", disse o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM). O ex-secretário de Comunicação, então, pediu perdão, mas Calheiros o rebateu. "Não precisa pedir perdão, basta responder", reforçou o relator da CPI.
ACUSAÇÕES DE OMISSÃO
Wajngarten ainda se defendeu das declarações de que o Governo Federal foi omisso ao informar a população sobre o enfrentamento da pandemia. “A impressão que se tem é equivocada em dizer que o governo não comunicou com técnica, isenção e profissionalismo. A gente fez campanha todos os meses, com muita mídia técnica, com muita mídia especializada”.
Posteriormente, o publicitário reconheceu que as falas do presidente tem certo "impacto" e que, eventualmente, houve campanhas para "contrapor" declarações. Ainda em seu depoimento, Fabio Wajngarten afirmou que não teve um contato mais profundo com o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello.
Antes de Fabio Wajngarten, os senadores ouviram o depoimento de Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa, além dos ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, além do atual chefe da Saúde, Marcelo Queiroga.
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