Bruno Reis se irrita com pressão de agentes, diz ser "'pivete' do Calabar" e cita trecho de música de Flávio José; "nasci entre o velame e macambira"
O chefe do Palácio Thomé de Souza argumenta que ofereceu reajuste de 73% aos profissionais, mas eles não declinam dos 242% pleiteados
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), se irritou com a pressão dos agentes de endemias para que a Prefeitura conceda reajuste de 242% no salário da categoria. A polêmica se arrasta há meses, num embate travado entre Bruno e o presidente da Câmara de Vereadores, Geraldo Jr. (MDB), que vem se colocando ao lado dos agentes.
O chefe do Palácio Thomé de Souza argumenta que ofereceu reajuste de 73% aos profissionais. A remuneração, segundo ele, saltaria de R$ 1.900 para R$ 3.400. Ainda de acordo com Bruno, a Prefeitura deve entrar na Justiça para conseguir mais R$ 20 milhões do Governo Federal, além dos R$ 33 milhões já enviados. Desta forma, a remuneração chegaria a cerca de R$ 4.200 por mês.
“Quem é que já recebeu, na vida aqui, 242% de aumento de um ano para o outro. Ninguém. Eu não vou quebrar a Prefeitura”, reclamou, durante entrega de geomanta no bairro do Garcia.
Bruno afirmou ainda que não cederá às pressões da categoria. “Pode gritar, pode fazer manifestação. Pode fazer o que quiser. É um direito que vocês têm. Mas eu tenho responsabilidade”, garantiu. “Pode criar o problema que for, meu irmão: eu sou 'pivete' do Calabar, rapaz", bradou o chefe do Palácio Tomé de Souza.
Ainda no discurso, Reis citou um trecho da música Tareco e Mariola, de Flávio José. "Eu nasci entre o velame e a macambira. Tenho medo de nada e de ninguém nessa vida, não”, completou.
Bruno Reis se irrita com pressão por reajuste de 242% para agentes de endemias e contra-ataca: “sou pivete do Calabar" pic.twitter.com/sdrTNGKCwY
— Linha de Frente (@LinhadeFrenteBA) August 26, 2022
ENTENDA A POLÊMICA
A proposta travou durante meses a pauta da Câmara da cidade. A Casa aprovou o projeto, mas Bruno o vetou. Há duas semanas, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) interveio na polêmica porque os vereadores derrubaram o veto do prefeito. A Justiça determinou a anulação da decisão por entender que o reajuste traria dados ao erário.
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