Candidatos na Bahia gastaram R$ 2 milhões para impulsionar posts; Zé Neto lidera lista
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), candidato à reeleição, é o segundo na lista de impulsionamento de posts, com R$ 200 mil. A terceira no pódio é Milly Moura (União), candidata a prefeita de São Felipe
Os gastos dos candidatos na Bahia com impulsionamento de posts nas redes sociais ultrapassam R$ 2 milhões e cresceram, ao menos, 41% em 2024, em comparação com as eleições municipais de 2020, quando foram investidos R$ 1,45 milhão. Como o período de campanha ainda não acabou, os gastos ainda podem aumentar neste ano. Os custos envolvem conteúdos nas plataformas da Meta, o que inclui Instagram, Facebook e Threads.
O líder no quesito na Bahia, até esta quinta-feira (26/9), é o candidato a prefeito de Feira de Santana, Zé Neto (PT), com R$ 285 mil de investimentos, até o momento.
O levantamento é proveniente de dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que aponta, ainda, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), candidato à reeleição, como segundo na lista, com R$ 200 mil. A terceira no pódio é Milly Moura (União), candidata a prefeita de São Felipe.
A lista, composta por 20 nomes, tem 17 postulantes a prefeituras e três candidatos a Câmaras Municipais. A líder entre os concorrentes ao Legislativo é a vereadora Marcelle Moraes (União), de Salvador, com R$ 45 mil em investimentos. Ela é seguida por Alexandra Deering (PSD), também da capital, que gastou R$ 25,2 mil. De Campo Formoso, Lilian Torres (PSD) investiu R$ 21,8 mil.
Concorrente de Bruno Reis em Salvador, Geraldo Jr. (MDB) é o sexto na lista total, com R$ 50 mil investidos.
Para o jornalista Rodrigo Carreiro, pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD), o aumento de gastos deste tipo na Bahia segue tendência nacional. "A última eleição minoritária foi realizada em meio a uma pandemia, o que bagunçou as verbas de campanha em todo país. Agora há um aumento acentuado em muitas capitais, por exemplo", explica, em entrevista ao Aratu On.
Para Carreiro, o impulsionamento é uma forma eficaz de atingir públicos específicos e segmentar mensagens para alcançar essas pessoas. Ele ainda destaca que, em cidades nas quais não há espaço na televisão para propaganda, a rede social se torna um espaço importante. "O impulsionamento tende a ser ainda mais eficaz, porque o universo amostral é pequeno e isso oferece menos barreiras ao delimitar o público a ser atingido", analisa.
O pesquisador ainda comentou sobre o planejamento realizado nas duas principais cidades da Bahia. Em Salvador, ele destacou que as tendências apresentadas pelas pesquisas podem ter feito com que a equipe de Geraldo Jr. tenha investido menos em impulsionamento - pesquisa Quaest, divulgada no dia 17 de setembro, aponta vitória de Bruno no primeiro turno com, com 74% dos votos. "Em Salvador, o pleito já está mais ou menos definido, segundo todas as pesquisas, e isso se reflete no baixo uso do impulsionamento", estima.
Em Feira de Santana, aponta a disputa entre José Ronaldo (União) e Zé Neto (PT) como fator para que o petista destine ainda mais recursos ao impulsionamento de conteúdos. "Ele disputa uma campanha acirrada com seu adversário. Acredito que essa disputa apertada explique essa liderança no ranking com os gastos", comenta.
Mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e especialista em marketing pela Universidade de São Paulo (USP), Yuri Almeida faz um adendo: por já ser prefeito de Salvador, Bruno Reis já tem, segundo ele, "um trabalho de redes mais robusto". Zé Neto, por outro lado, é deputado federal. "Ele faz um trabalho de parlamentar, que precisa conversar com a Bahia inteira. Bruno Reis tem uma comunicação voltada para Salvador. Ele precisa correr menos que Zé Neto”, pontua.
“Cada campanha é diferente. Bruno Reis, em Salvador, faz uma campanha muito tranquila. A reeleição no Brasil foi feita para o prefeito ganhar, desde que esteja bem avaliado. A média histórica de reeleição é muito alta”, acrescenta.
Ainda sobre Feira, por outro lado, embora José Ronaldo não apareça entre os 20 com maiores gastos no quesito, Rodrigo Carreiro crê que a equipe de campanha esteja atenta. "Deve ser alguma estratégia que tem a ver com o público que vota em cada um. Como eles têm o tracking das pesquisas, devem ter isso bem delineado", pondera.
O especialista também destaca as estratégias adotadas pelos candidatos a vereador. "O impulsionamento ajuda muito aqueles candidatos ou candidatas que se ancoram em pautas específicas, que já têm um público com interesses mais delimitados", conclui.
Em relação aos candidatos aos Legislativos no interior, Yuri Almeida pontua preocupação com possíveis casos de abuso de poder econômico em função de gastos robustos com impulsionamento de conteúdos. “É surpreendente o quanto esses candidatos estão apostando. Alguns dados me deixam assustados, a não ser que o candidato seja muito rico e ultrapasse o limite de gastos de cada cidade”, alerta.
Apesar da ponderação, Almeida reforça que, sobretudo em cidades sem cobertura de televisão local, as redes sociais se tornam ainda mais fundamentais. De acordo com eles, pesquisas apontam que, em alguns municípios, até 75% do eleitorado se informa sobre política pelas redes sociais. “Considerando este dado, você precisa desse apoio da mídia paga para falar com essas pessoas, porque, infelizmente, os candidatos só começam a investir em marketing político no processo eleitoral", encerra.
LEIA MAIS: PF cumpre mandados contra prefeito de Ilhéus e candidato apoiado por ele à prefeitura
Acompanhe nossas transmissões ao vivo no www.aratuon.com.br/aovivo. Siga a gente no Insta, Facebook e Bluesky. Envie denúncia ou sugestão de pauta para (71) 99940 – 7440 (WhatsApp).
O líder no quesito na Bahia, até esta quinta-feira (26/9), é o candidato a prefeito de Feira de Santana, Zé Neto (PT), com R$ 285 mil de investimentos, até o momento.
O levantamento é proveniente de dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que aponta, ainda, o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), candidato à reeleição, como segundo na lista, com R$ 200 mil. A terceira no pódio é Milly Moura (União), candidata a prefeita de São Felipe.
A lista, composta por 20 nomes, tem 17 postulantes a prefeituras e três candidatos a Câmaras Municipais. A líder entre os concorrentes ao Legislativo é a vereadora Marcelle Moraes (União), de Salvador, com R$ 45 mil em investimentos. Ela é seguida por Alexandra Deering (PSD), também da capital, que gastou R$ 25,2 mil. De Campo Formoso, Lilian Torres (PSD) investiu R$ 21,8 mil.
Concorrente de Bruno Reis em Salvador, Geraldo Jr. (MDB) é o sexto na lista total, com R$ 50 mil investidos.
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Para o jornalista Rodrigo Carreiro, pesquisador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD), o aumento de gastos deste tipo na Bahia segue tendência nacional. "A última eleição minoritária foi realizada em meio a uma pandemia, o que bagunçou as verbas de campanha em todo país. Agora há um aumento acentuado em muitas capitais, por exemplo", explica, em entrevista ao Aratu On.
Para Carreiro, o impulsionamento é uma forma eficaz de atingir públicos específicos e segmentar mensagens para alcançar essas pessoas. Ele ainda destaca que, em cidades nas quais não há espaço na televisão para propaganda, a rede social se torna um espaço importante. "O impulsionamento tende a ser ainda mais eficaz, porque o universo amostral é pequeno e isso oferece menos barreiras ao delimitar o público a ser atingido", analisa.
ESTRATÉGIAS DE IMPULSIONAMENTO DE POSTS
O pesquisador ainda comentou sobre o planejamento realizado nas duas principais cidades da Bahia. Em Salvador, ele destacou que as tendências apresentadas pelas pesquisas podem ter feito com que a equipe de Geraldo Jr. tenha investido menos em impulsionamento - pesquisa Quaest, divulgada no dia 17 de setembro, aponta vitória de Bruno no primeiro turno com, com 74% dos votos. "Em Salvador, o pleito já está mais ou menos definido, segundo todas as pesquisas, e isso se reflete no baixo uso do impulsionamento", estima.
Em Feira de Santana, aponta a disputa entre José Ronaldo (União) e Zé Neto (PT) como fator para que o petista destine ainda mais recursos ao impulsionamento de conteúdos. "Ele disputa uma campanha acirrada com seu adversário. Acredito que essa disputa apertada explique essa liderança no ranking com os gastos", comenta.
Mestre em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal da Bahia (Ufba) e especialista em marketing pela Universidade de São Paulo (USP), Yuri Almeida faz um adendo: por já ser prefeito de Salvador, Bruno Reis já tem, segundo ele, "um trabalho de redes mais robusto". Zé Neto, por outro lado, é deputado federal. "Ele faz um trabalho de parlamentar, que precisa conversar com a Bahia inteira. Bruno Reis tem uma comunicação voltada para Salvador. Ele precisa correr menos que Zé Neto”, pontua.
“Cada campanha é diferente. Bruno Reis, em Salvador, faz uma campanha muito tranquila. A reeleição no Brasil foi feita para o prefeito ganhar, desde que esteja bem avaliado. A média histórica de reeleição é muito alta”, acrescenta.
Ainda sobre Feira, por outro lado, embora José Ronaldo não apareça entre os 20 com maiores gastos no quesito, Rodrigo Carreiro crê que a equipe de campanha esteja atenta. "Deve ser alguma estratégia que tem a ver com o público que vota em cada um. Como eles têm o tracking das pesquisas, devem ter isso bem delineado", pondera.
O especialista também destaca as estratégias adotadas pelos candidatos a vereador. "O impulsionamento ajuda muito aqueles candidatos ou candidatas que se ancoram em pautas específicas, que já têm um público com interesses mais delimitados", conclui.
Em relação aos candidatos aos Legislativos no interior, Yuri Almeida pontua preocupação com possíveis casos de abuso de poder econômico em função de gastos robustos com impulsionamento de conteúdos. “É surpreendente o quanto esses candidatos estão apostando. Alguns dados me deixam assustados, a não ser que o candidato seja muito rico e ultrapasse o limite de gastos de cada cidade”, alerta.
Apesar da ponderação, Almeida reforça que, sobretudo em cidades sem cobertura de televisão local, as redes sociais se tornam ainda mais fundamentais. De acordo com eles, pesquisas apontam que, em alguns municípios, até 75% do eleitorado se informa sobre política pelas redes sociais. “Considerando este dado, você precisa desse apoio da mídia paga para falar com essas pessoas, porque, infelizmente, os candidatos só começam a investir em marketing político no processo eleitoral", encerra.
LEIA MAIS: PF cumpre mandados contra prefeito de Ilhéus e candidato apoiado por ele à prefeitura
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