Protesto por jovem supostamente sequestrado pela PM tem confusão após Rondesp chegar com truculência em Salvador; assista
Paulo desapareceu no dia 30 de junho e a família acusa policiais militares da 49ª CIPM - que estavam a bordo de um Ford Ka - pelo crime.
Era para ser um protesto tranquilo para chamar a atenção pelo desaparecimento de Paulo Henrique Conceição de Jesus, de 26 anos, mas policiais militares encerraram a manifestação de forma truculenta. Na manhã desta quarta-feira (6/7), a equipe do Grupo Aratu flagrou a ação dos agentes, na Avenida Aliomar Baleeiro, bairro de São Cristóvão, em Salvador.
Os militares, da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT/Rondesp Atlântico), chegaram a jogar uma bomba de efeito moral para dispersar os amigos e familiares de Paulo Henrique que bloqueavam o trânsito, com madeiras e pedras. A mãe dele, Celidalva Conceição, chegou a passar mal por conta da ação policial.
"Eu não sou vagabunda. Meu marido trabalha com aluguel de som. Eles não têm necessidade de chegar assim, 'metendo' bomba", disse a mulher de Paulo, que não se identificou formalmente.
CASO
Paulo desapareceu no dia 30 de junho e a família acusa policiais militares da 49ª CIPM - que estavam a bordo de um Ford Ka - pelo crime, conforme mostrado pela reportagem do Grupo Aratu na sexta-feira (1/7). Buscas já foram feitas em vários pontos, inclusive da Região Metropolitana de Salvador, mas o jovem não foi localizado.
A ação de busca é capitaneada por Celidalva Conceição. Já chorosa, ela relembrou como tudo aconteceu. "Meu filho estava almoçando. Quando chegou aqui, o Ford Ka preto parou e pegou ele. Paulo estava com o celular dele e o da minha nora. Colocaram ele dentro do carro e ainda deram dois tiros para cima. Desapareceram com meu filho", disse, na oportunidade.
Foram vizinhos e outros familiares que identificaram a viatura despadronizada. "Esse Ford Ka é da 49ª CIPM. Esse carro é sempre visto aqui. Faltou a gente anotar uma letra da placa, mas está quase completa. O carro está com o lado todo arranhado. Sabemos que o policial estuda. Respeitamos os que trabalham correto. Sabemos quando é bandido que faz abordagem. Eles estavam de colete e bem trajados", denunciou o cunhado de Paulo, de prenome Alfredo.
A 49ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM) é, realmente, a responsável pelo policiamento no bairro de São Cristóvão.
A mesma equipe que teria levado Paulo Henrique já se envolveu em um outro desaparecimento muito parecido. Em outubro de 2014, o garoto Davi fiúza, de 16 anos, sumiu durante uma operação policial na localidade conhecida como Jardim Vila Verde, na Estrada Velha do Aeroporto. O local também é patrulhado 49ª CIPM.
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