'Quiseram matar com requinte de crueldade por ser sexta-feira 13', diz sobrevivente de chacina; ouça
'Quiseram matar com requinte de crueldade por ser sexta-feira 13', diz sobrevivente de chacina; ouça
Áudios atribuídos ao sobrevivente da chacina ocorrida na manhã desta sexta-feira (13/12), no Jardim Santo Inácio, começam a elucidar o mistério em torno dos assassinatos. Nas mensagens - obtidas com exclusividade pelo Aratu On -, Nivaldo Santos Vieira comenta que os criminosos quiseram matar com requinte de crueldade por se tratar de uma "sexta-feira 13".
"Queria muito viver para contar essa história. Tenho muita fé em Deus. Fui ao IML [Instituto Médico Legal] e encontrei as famílias dos caras... é doloroso demais, não sei o que falar, não...", narra Nivaldo. Ele conta, também, que está "bem" - apenas com algumas escoriações. Em seguida, dá detalhes dos momentos de horror.
Um dos assassinos teria dito: "Você não vai morrer, não. Mas quando eu falar 'já', é já. Se vire". Nivaldo foi amordaçado com fita e "fio de internet", segundo ele, além de ter sido amarrado nos pés e nas mãos.
"Disseram que matariam com requinte de crueldade, que iam derramar sangue. Cortaram o cara todo com facão e depois deram tiro. Foi feio. Muito feio", relembra o sobrevivente.
Chorando, Nivaldo desabafa: "Não tinha necessidade de matar ninguém... levaram tudo. Mataram quatro pais de família. Eu falava dos meus filhos, mas eles queriam matar de qualquer jeito".
OUÇA:
CASO
Quatro homens foram encontrados mortos na manhã desta sexta-feira (13/12), na comunidade Paz e Vida, localidade do Jardim Santo Inácio, em Salvador. Todos eram motoristas de aplicativo. A informação foi confirmada ao Aratu On no local por um policial militar da 48ª Companhia Independente (CIPM/Sussuarana). Uma quinta vítima, Nivaldo Santos Vieira, conseguiu escapar dos criminosos e chamar a PM, por volta das 6h.
As investigações estão sendo feitas pela Delegacia de Homicídios Múltiplos (DHM), que tem como titular o delegado Odair Carneiro. Suspeita-se que os homens tenham sido atraídos por duas travestis que solicitaram corridas. Durante a viagem, os trabalhadores teriam sido abordados e levados para um barraco.
O imóvel é pequeno. Pela manhã, várias gotas de sangue foram encontradas no local, o que reforça a tese que todos tenham sido torturados, executados e colocados em sacos. Os corpos dos rapazes foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador. Uma operação, com apoio do Grupamento Aéreo da Polícia Militar, foi desencadeada para localizar os bandidos, mas até a publicação desta reportagem não tinham sido localizados.
Durante a tarde, motoristas por aplicativo fizeram uma carreata pelas ruas de Salvador até a sede da Polícia Civil, na Piedade. O objetivo era cobrar mais segurança e celeridade nas apurações policiais.
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