Empresa que lesou Consórcio Nordeste em R$ 48 milhões tem 150 contas bloqueadas, diz Barbosa

Durante coletiva nesta segunda-feira (1/6), o secretário estadual de Segurança, Maurício Teles Barbosa, contou detalhes da Operação Ragnarok, que cumpriu 15 mandados de busca e apreensão contra a empresa Hempcare, que vendeu e não entregou respiradores ao Consórcio Nordeste. Barbosa disse que 150 contas bancárias envolvidas com a Hempcare e outra empresa foram bloqueadas.

"O consórcio alegava que havia indícios de que não se tratava de uma situação de descumprimento contratual, mas sim uma suspeita muito forte de que se tratava de uma fraude, o que levava a acreditar que o não cumprimento de prazos, diversas justificativas para a não entrega dos equipamentos e a recusa para devolver o dinheiro, alegando que o dinheiro tinha sido utilizado para aquisição de respiradores nacionais e o consórcio não autorizou". 

O que causou desconfiança ao grupo foi o fato da empresa adiar prazos e passar diversas justificativas. "Começamos a investigar. A Polícia Civil instaurou o inquérito e conseguiu chegar a indícios muito fortes de que se tratava de uma fraude. As ações judiciais foram solicitadas: quebra de sigilo fiscal, bancário, telefônico, dados de sequestro de compras", completou.

O procurador-geral do estado, Paulo Moreno, também participou na reunião. Ele afirmou que o órgão vai "tomar todas as medidas possíveis". "Não é mais um caso de transação comercial, mas um ato criminoso contra o consórcio. As medidas judiciais serão adotadas e a empresa vai devolver, pura e simplesmente, o dinheiro". O valor não devolvido aos cofres públicos chega a R$ 48 milhões. 

"O prejuízo que vem da ausência dos respiradores já é evidente, não estamos preocupados exatamente com o dinheiro. Mas se o recuperarmos, podemos fazer uma nova compra. Não há outra alternativa senão reaver esse valor para o Estado. A procuradoria será incansável", terminou. 

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