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Colegas de PM que surtou fazem homenagens e protestos em Itacaré; "ele queria que o governo olhasse para os policiais"

"O colega em momento algum feriu os policiais, feriu a sociedade, ele falou que ele só queria que a população ouvisse ele e observasse o que um policil militar passa"

Por Da Redação

Colegas de PM que surtou fazem homenagens e protestos em Itacaré; "ele queria que o governo olhasse para os policiais"leitor/aratu on

Os agentes da 72ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Itacaré) fizeram uma homenagem, nesta segunda-feira (29/3), ao colega Wesley Soares Goés, morto após entrar em surto e disparar para o alto no Farol da Barra, em Salvador, no dia anterior. O policiais fizeram orações e homenagem, além de aproveitarem para protestar pacificamente.


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"O colega morreu sem ter nem um filho. É difícil, é duro pra gente isso aí, não é questão politica, não", inicia um dos agentes. "É complicado, é difícil para a gente. Tem gente que acha que quando a gente chega numa situação, que às vezes até a gente chega de forma rude, enérgica demais, para gente ter um pouco mais de calma, a população condena. Às vezes com razão, sim, mas não sabe o que a gente vem passando, não sabe qual a pressão que a gente sofre", resumiu.


O agente, que não foi identificado, falou sobre a falta de apoio psicológico. "Tem gente que acha que aguentar o traquejo é só físico. 'Ah, deixa a guarnição o dia todo na rua, a noite toda na rua, e aí está preparada para isso', não é bem assim. Nós não temos apoio de psicólogos aqui. Não sabem o que o policial passa em casa. Tem muitos que, por mais que seja concursado, às vezes não tem R$ 10 pra comprar a alimentação. Temos o apoio da prefeitura? Temos, mas quem trabalha aqui há mais tempo sabe que não tivemos apoio nenhum, pra nada, policial tem que fazer cota pra se alimentar", reclamaram.


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Ele negou, também, que se tratasse de um surto psicótico, como diz a versão oficial da PM. "O que foi feito ontem foi desumando com o colega", disse, sob aplausos. "Dizendo que o colega estava em surto psicótico. Não é! O colega em momento algum feriu os policiais, feriu a sociedade, ele falou que ele só queria que a população ouvisse ele e observasse o que um policil militar passa. Que o próprio governo olhasse para o policial e tivesse um pouco de cuidado com ele, desse um pouco de atenção. O que o colega pediu foi isso", afirmou.


Os profissionais também falaram sobre o decreto estadual que proibia a circulação de ônibus entre as cidades baianas como medida para conter o coronavírus. "No começo da pandemia, o governador proibiu a circulação de ônibus intermunicipais. Como é que a gente vinha trabalhar? Tivemos que gastar do nosso bolso pra vir trabalhar. Sendo que o auxílio que a gente recebe, de transporte, não chega nem a metade do que a gente gastou", criticou.


A redação do Aratu On entrou em contato com a guarnição, que descartou a ideia de que houvesse uma greve ou paralisão. "Foi um ato pacífico, pela manhã, já acabou e já voltamos a trabalhar", relatou um dos agentes.






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