Chefe de presídio baiano é denunciado por entregar "poderes" da informática a acusado de golpes e homicídio
Chefe de presídio baiano é denunciado por entregar "poderes" da informática a acusado de golpes e homicídio
Diretores do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia fizeram uma grave denúncia contra a gestão do sistema prisional. De acordo com o presidente do Sinspeb, Reivon Pimentel, um detento perigoso e procurado em vários estados brasileiros teria rabalhado vários meses no setor de informática do Conjunto Penal de Feira de Santana, tendo acesso a informações privilegiadas, vinculadas ao sistema nacional de segurança.
A denúncia foi feita na manhã do último sábado (18/1) durante um programa de rádio de uma emissora de Feira de Santana e reforçada nesta segunda-feira (20/1) pelo sindicalista em entrevista à TV Aratu. A permissão de acesso concedida a Eliel Felipe Quadra foi considerada como absurda pelo sindicalista. De acordo com Reivon, ele passou a ser um indivíduo de confiança da direção da unidade prisional.
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O sindicalista disse ainda que Eliel passou a ter um tratamento digno de um servidor de alta patente. "O diretor despachava junto com esse detento e passou [para ele] todos os poderes do serviço de informática [...] mexendo na vida dos servidores e nos prontuários de outras pessoas privadas de liberdade [...] colocando todo mundo em risco", relatou.
Eliel, considerado "especialista em informática" por um de seus comparsas, possui uma extensa ficha criminal, com latrocínios (roubo seguido de morte) e homicídio. Em setembro do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou a soltura dele, que é investigado por dar um suposto golpe de R$ 490 mil em Bitcoins contra um idoso enganado por sua amante. Além disso, é atribuído a ele ainda extorsões que tem as criptomoedas envolvidas.
Há 20 dias, segundo Pimentel, o preso foi transferido para Minas Gerais. Procurada pelo Aratu On, a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), através de nota, lamentou a denúncia, considerando que se trata de um "pensamento contrário à importância do trabalho social a um interno que encontrava-se no regime aberto, de bom comportamento, prestes a retornar ao convívio social".
CONFIRA
A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) esclarece que a Lei de Execução Penal (LEP), corretamente, exige da administração prisional o cumprimento de algumas assistências obrigatórias aos homens e mulheres privados de liberdade como assistência a saúde, educação, religiosa e ao TRABALHO. Entende a LEP, que através dessas premissas básicas, pode-se buscar a reinserção do preso ao seio social principalmente para que este indivíduo não volte a delinquir. O Conjunto Penal de Feira de Santana, cumprindo o seu papel, possui atualmente mais de 150 internos em atividade laborativa, em diversos seguimentos, no interior da Unidade e fora dela. O processo de individualização da pena induz que cada interno seja aprimorado levando-se em consideração sua aptidão, experiência e formação profissional, obedecendo-se sempre as regras de segurança prisional. É lamentável que, neste cenário, ainda exista pensamento contrário à importância do trabalho social a um interno que encontrava-se no regime aberto, de bom comportamento, prestes a retornar ao convívio social.
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