Apertando o cinto: sem corridas, motoristas de app e taxistas começam a devolver carros; "luta árdua"
Apertando o cinto: sem corridas, motoristas de app e taxistas começam a devolver carros; "luta árdua"
As medidas de isolamento social anunciadas pela Prefeitura de Salvador e pelo Governo da Bahia para conter o coronavírus alterou a rotina. Shoppings, lojas e restaurantes foram fechados. Resultado: ruas vazias. Quem precisava se locomover fica em casa e, com isso, uma classe também tem sofrido bastante: a dos transportadores por meio de carros particulares. Motoristas por aplicativo ou taxistas, não importa! Todos sentiram a crise.
Com a diminuição de corridas, os trabalhadores que alugam veículos sofrem ainda mais. Cristiane Leão é gerente de uma das empresas que tem uma frota alugada para condutores, a Unidas. Segundo ela, o movimento de entrega dos carros tem sido forte. "Para driblar a crise, a loja tem oferecido 50% de desconto para os motoristas, para que eles não cancelem o contrato, lembrando que cada carro tem um preço diferenciado", contou.
Com a medida, a gestora relatou que reverteu algumas devoluções. Outro grupo que opera em todo o país no mesmo ramo é a Localiza. Um cartaz divulgado nas redes sociais informa aos motoristas que não serão cobradas diárias. "Nesse momento, pedimos que você permaneça com o carro".
APERTANDO O CINTO DO BOLSO
Vinícius Passos, que fazia parte da diretoria do Sindicato que representa a categoria, reaaltou uma estatpistica. De acordo com ele, pelo menos 500 carros já foram entregues desde que as medidas de quarentena esvaziaram as ruas. Para que a categoria não seja prejudicada, todos iniciaram um abaixo-assinado eletrônico, encaminhado às empresas Uber e 99, para que as ambas criem uma linha de crédito de até 3 salários mínimos.
"Os motoristas estão entregando os carros, porque não tem condições nenhuma de estar com esses veiculos em mão [...] o pessoal não tá conseguindo sobreviver", disse ele, que trabalha como motorista de Uber há três anos. Passos explicou ainda que mensalidade do aluguel do carro é descontada diretamente dos lucros do motoristas. Porém, se as corridas diminuem, não há como arcar com esse pagamento.
TAXISTAS TAMBÉM SENTEM
Denis Paim, presidente da Associação Geral dos Taxistas (AGT), informou ao Aratu On que a categoria trabalha com 70% de frota auxiliar na capital baiana. Ou seja, também pagam aluguel. Desses, pelo menos 50% dos trabalhadores já devolveram os automóveis por não poder arcar com os custos.
Para contornar os prejuízos causados pela diminuição de corridas, a Associação solicitou à Prefeitura um auxílio mensal. O Projeto de Indicação, que não tem efeito de Lei, já foi protocolado na Câmara pelo vereador Marcos Mendes (Psol).
Vários taxistas estiveram na Câmara na segunda (23/3), terça (24) e quarta (25), solicitando medidas junto à prefeitura, para que os trabalhadores não sejam prejudicados pelo período de isolamento social. Além da diminuição da renda, Paim ainda lembrou que vários permissionários estão evitando fazer corridas, por terem a idade mais avançada. "A luta tá ardua", resumiu o presidente da AGT.
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